Raymond George "Ray" Funnell (Brisbane, 1 de Março de 1935) é um militar e piloto aposentado da Real Força Aérea Australiana (RAAF). Serviu como Chefe do Estado-maior da RAAF entre 1987 e 1992. Graduado do Colégio da RAAF, começou a sua carreira militar a pilotar caças a jacto CAC Sabre na Austrália e no Sudeste Asiático durante os anos 50 e 60. Entre 1972 e 1975 comandou o Esquadrão N.º 6, mandato durante o qual o bombardeiroGeneral Dynamics F-111C entrou em serviço pela RAAF. No início dos anos 80 desempenhou várias funções de comando e chefia, e em 1986 foi promovido a Marechal do Ar, tornando-se no primeiro Vice-chefe do Estado-maior das Forças Armadas da Austrália. Nomeado Chefe do Estado-maior da RAAF em 1987, Funnell esteve de perto envolvido no desenvolvimento e disseminação da doutrina de poder aéreo. Ele retirou-se na RAAF em Outubro de 1992, depois do seu mandato como comandante da força aérea terminar. Foi o primeiro director do Colégio Australiano de Defesa e Estudos Estratégicos, entre 1994 e 1998. Desde então, tem integrado vários comités do governo federal sobre imigração e detenção.
O Líder de Esquadrão Funnell frequentou o RAAF Staff College, em Camberra, entre Janeiro e Dezembro de 1967.[8] Posteriormente, serviu em vários quadros de chefia na RAAF e, em intercâmbio de militares, na Força Aérea dos Estados Unidos.[7] Em 1971 tornou-se no primeiro oficial da RAAF a frequentar o Colégio de Guerra Aérea dos Estados Unidos, no qual concluíu um Mestrado em Ciências Políticas pela Universidade de Auburn.[4][7] Promovido a Wing Commander, entre 1972 e 1975 foi o comandante do Esquadrão N.º 6 na Base aérea de Amberley, Queensland.[1][7] O seu mandato coincidiu com a introdução do bombardeiro a jacto General Dynamics F-111C na RAAF. A 8/9 de Abril de 1974, Funnell pilotou um F-111 à volta da Austrália para comemorar a circumnavegação de 1924 do continente australiano, realizada pelo Comandante de asa Stanley Goble e pelo Tenente de voo Ivor McIntyre, num hidroaviãoFairey III.[9] Entre 1975 e 1978, foi o líder de uma equipa de planeamento militar de um projecto da Academia das Forças Armadas da Austrália.[7] Serviu também como ajudante-de-campo honorário do Governador-general Sir John Kerr.[10] Em 1977, Funnell foi condecorado com a Medalha Nacional Australiana pelo seu longo serviço, e no ano seguinte recebeu um fecho.[11][12]
Generalato
Promovido a Comodoro do Ar, Funnell foi nomeado chefe do gabinete do quartel-general do Comando Operacional em Glenbrook, Nova Gales do Sul, em 1979.[7][13] Em 1981, em Londres, frequentou o Real Colégio de Estudos de Defesa, e no ano seguinte foi nomeado director-general do Gabinete Militar no Departamento de Defesa, em Camberra.[7] Em Novembro de 1983, foi promovido a Vice Marechal do Ar e tornou-se Chefe dos Planos e Operações da Força Aérea.[1] No dia 10 de Junho de 1985, foi nomeado Oficial da Ordem da Austrália.[14] No mesmo ano, assumiu a posição de Chefe Assistente das Forças Armadas da Austrália.[7] A 6 de Junho de 1986, foi promovido a Marechal do Ar e nomeado Vice-chefe do Estado-maior das Forças Armadas da Austrália; este papel fez dele o responsável pela política, planeamento e operações das Forças Armadas da Austrália.[15]
O estudo e conhecimento do poder aéreo devem ser o elemento central da inteligência corporativa da RAAF.
No dia 3 de Julho de 1987, Funnel sucedeu ao Marechal do Ar Jake Newham como Chefe do Estado-maior da RAAF, tornando-se no primeiro graduado do Colégio da RAAF a alcançar esta posição; foi também o primeiro com um mestrado.[17][18] Conhecido pela sua curiosidade intelectual e pelo compromisso do estudo da guerra aérea, Funnell ordenou que em 1989 fosse criado uma instituição educacional, o Centro de Estudos de Poder Aéreo (mais tarde Centro de Desenvolvimento do Poder Aéreo), e doou a biblioteca R. G. Funnell ao RAAF Staff College.[1][19] O Air Power Manual, o primeiro produto original da RAAF sobre guerra aérea e combate aéreo, foi desenvolvido por uma equipa patrocinada por Funnell, e foi publicado em 1990.[4][20] Funnell também promoveu a publicação do The Decisive Factor, baseado em textos escritos pelo Vice Marechal do Ar Henry Wrigley, a quem é atribuído o crédito de ter lançado as bases para a fundação da doutrina de poder aéreo da moderna RAAF.[21][22]
Como Chefe do Estado-maior, Funnell focou-se em tornar a RAAF num "elemento de poder aéreo de uma força de defesa coesa e integrada".[23] O seu mandato viu a continuação da mudança do "centro de gravidade" da RAAF, continuando a passar de sul para o norte da Austrália. A Base aérea de Curtin, no noroeste da Austrália, e a Base aérea de Tindal, no Território do Norte, foram abertas, e continuou-se com o desenvolvimento da Base aérea de Scherger em Queensland. Ao mesmo tempo, as bases do sul da Austrália, incluindo Point Cook, Laverton e as unidades de apoio nas cidades capitais, foram racionalizadas.[24][25] A força aérea estava no processo de re-equipar os esquadrões de combate que operavam os Mirage III por novos caças F/A-18 Hornet quando Funnell se tornou Chefe do Estado-maior, e teve que lidar com uma escassez de pilotos devido ao tempo extra necessário para a aprendizagem de pilotagem das novas aeronaves.[26][27] Em Setembro de 1988, ele pilotou um Pilatus PC-9 da RAAF no Bicentenário Australiano.[3][28] O seu mandato também coincidiu com a Guerra do Golfo;[29] a contribuição da RAAF incluiu o transporte de reféns australianos e equipas médicas.[30][31] Funnell foi nomeado Companheiro da Ordem do Banho no dia 12 de Junho de 1989 pelo seu serviço como Chefe do Estado-maior, e em 1991 foi condecorado com a medalha norte-americana Legião do Mérito.[5][32]
Depois da força aérea
Funnell retirou-se da RAAF depois de terminar o seu mandato, no dia 1 de Outubro de 1992, e foi sucedido pelo Marechal do Ar Barry Gration, um dos colegas do Colégio da RAAF em 1953.[7][33] O mandato de Funnell, que durou cinco anos, foi o maior desde o mandato do Marechal do Ar George Jones, que serviu durante 10 anos nesta posição, entre 1942 e 1952.[34] Em 1993, Funnell tornou-se director do projecto Colégio de Defesa Nacional.[7] De 1994 até 1998, serviu como o primeiro director do Colégio Australiano de Defesa e Estudos Estratégicos, que mais tarde passaria a designar-se Colégio de Defesa Australiano.[5] Em 1999 tornou-se um consultor, e foi condecorado com a Medalha Centenária pelo "serviço de defesa e humanitário" no dia 1 de Janeiro de 2001.[7][35] De 2001 até 2009, foi um dos membros do Conselho Consultivo de Ministros para o Contrabando de Pessoas e do Grupo Consultivo de Detenção de Imigração.[36] Ele desmentiu publicamente a contribuição australiana na invasão do Iraque em 2003 mas, uma vez que a contribuição australiana se tornou pública, ele opôs-se à retirada de tropas e advertiu a população sobre demonstrações anti-guerra.[29][37] Entre 2009 e 2011 Funnell serviu como Vice-presidente do Conselho de Serviços de Imigração e Resolução de Status, e tornou-se Vice-presidente do Conselho do Ministro Federal de Asilo e Detenção em 2012.[38][39] As suas actividades recreativas incluem motociclismo, fotografia, caminhar e andar de bicicleta.[5]
Referências
↑ abcdefghStephens; Isaacs, High Fliers, pp. 179–182
Air Power Development Centre (APDC) (2008) [2007]. The Australian Experience of Air Power (em inglês). Camberra: APDC. ISBN1-920800-14-X
Council for Immigration Services and Status Resolution (CISSR) (2009–2011). Meeting minutes (em inglês). Camberra: Department of Immigration and Citizenship
Stephens, Alan; Isaacs, Jeff (1996). High Fliers: Leaders of the Royal Australian Air Force (em inglês). Camberra: Australian Government Publishing Service. ISBN0-644-45682-5