Quintã de Pero Martins (pré-AO 1990: Quintã de Pêro Martins)[1] é uma localidade portuguesa do Município de Figueira de Castelo Rodrigo que foi sede da extinta Freguesia de Quintã de Pero Martins, freguesia que tinha 18,53 km² de área e 145 habitantes (2011), e, por isso, uma densidade populacional de 7,8 hab/km².
A Freguesia de Quintã de Pero foi extinta em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, para, em conjunto com as freguesias de Freixeda do Torrão e Penha de Águia, formar uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Freixeda do Torrão, Quintã de Pêro Martins e Penha de Águia com a sede em Freixeda do Torrão.[2]
Situada na extrema ocidental de grande planalto, limitado de uma parte pela Marofa e ao poente pelos rápidos declives do Côa, o território desta povoação foi habitado por povos pré e proto-históricos, de que aparecem vestígios nas muitas cimalhas de elevações e em inúmeros artefatos de pedra polida. No entanto, a forma do seu povoamento, indicada pelo nome, ou seja, pela quinta medieval, indica que esta zona devia ser quase despovoada nessa época. O povoamento, provavelmente, começou a partir da quintã de um Pêro Martins, possivelmente não nobre - quintã vasta, como o permitia a solidão do grande planalto, e que, pelas sucessões ou heranças, iria sendo cada vez mais retalhada e edificada a ponto de resultar em povoação.Esta, à entrada do século XVI, ainda não devia ser de vulto, visto que nem sequer figura como capelania anexa a Penha de Águia; mas veio a tê-lo, resultando a erecção paroquial.
A igreja paroquial tem inscrita, num dos arcos, a data de 1551. Presumivelmente, a quintã de Pêro Martins ascende ao tempo em que o Ribacoa era ainda de Leão. Junto da povoação passava o Caminho de Santiago que do convento de Santa Maria de Aguiar se dirigia para Trancoso e Marialva passando o rio Coa no lugar do Cavaleiro. Para travessia do rio neste local funcionou um barco até meados do século XX. Na década de 50 e 60 desse século ainda era frequente a utilização deste caminho sobretudo por pessoas que, da raia, se dirigiam para a feira de Trancoso. Perto da Quintã existia uma hospedaria que, por essa altura, ainda funciona como taberna.
No seu património construído destaca-se a Igreja Matriz, a Capela de São Sebastião, o lagar e as casas de arquitectura tradicional. Perto do Coa encontram-se ruínas de uma capela de S. Paulo e outra de S. Pedro. Há vestígios de minas, provavelmente de ouro, do tempo dos romanos, em Telhões e noutros pontos do povoado.
A zona das arribas do Côa é local de interesse paisagístico.
População
Totais e grupos etários [3]
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1864
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1878
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1890
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1900
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1911
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1920
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1930
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1940
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1950
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1960
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1970
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1981
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1991
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2001
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2011
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524
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516
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554
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626
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582
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548
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610
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606
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604
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573
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438
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396
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321
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206
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145
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i)
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5
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9
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ii)
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19
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4
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iii)
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101
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71
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iv)
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81
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61
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i) 0 aos 14 anos; ii) 15 aos 24 anos; iii) 25 aos 64 anos; iv) 65 e mais anos
Referências