O Projeto Ferro Carajás S11D (antigo Projeto Serra Sul) é um projeto para implantação de um complexo minerário na região da Serra dos Carajás, mais exatamente da subdivisão chamada Serra Sul, para exploração do minério de ferro do bloco D do corpo geológico S11 (S de Sul). As instalações ficarão situadas na área do município de Canaã dos Carajás, no estado brasileiro do Pará; uma parte estará em território da Floresta Nacional de Carajás. Trata-se do maior projeto greenfield[nota 1] de mineração de ferro da história.
As reservas do bloco D são de 4.2 bilhões de toneladas de minério de ferro lavrável, dos 11 bilhões existentes no corpo inteiro[nota 2], com um teor médio de ferro de 66,7%[nota 3]. A produção prevista é de 90 milhões de toneladas por ano (MTPA). Todo o minério produzido será levado por meio ferroviário ao terminal marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís (Maranhão).
O projeto inclui:
infraestrutura para exploração da mina
usina de beneficiamento (ou planta de processamento)
transportador de minério entre mina e usina de 9 km de extensão
duplicação (504 km) e remodelamento de linhas (226 km) da ferrovia existente
Os estudos de engenharia foram iniciados em 2005. A licença de instalação foi emitida pelo IBAMA em julho de 2013. O início da operação está previsto para o segundo semestre de 2016, com alcance do volume nominal de produção em 2018. O investimento total orçado é de US$ 19,49 bilhões[nota 5][1][2] cerca de R$ 40 bilhões, sendo cerca de US$ 8 bilhões destinados às instalações da mina e da usina (itens 1 a 4 da lista acima). Prevê-se que o empreendimento criará 5200 empregos diretos na fase de implantação e 2600 na fase de operação. No momento de pico, a previsão de mobilização é de 30 mil trabalhadores, entre empregados diretos e indiretos, e incluindo os temporários[3][4][5][6][7][8].
Mina
Os equipamentos para uso na mina estão listados na tabela abaixo.
Tabela 1 - Frota de equipamentos para uso na mina[8]
Tipo
Quantidade
Tração
Escavadeira (shovel) a cabo
4
elétrica
Escavadeira (shovel) hidráulica
3
elétrica
Pá carregadeira
1
elétrica
Perfuratriz de grande porte (acima de 6")
9
elétrica
Perfuratriz de médio porte (até 6")
3
elétrica
Trator de esteira
14
diesel
Trator de pneus
3
diesel
Motoniveladora
4
diesel
Britador híbrido móvel
4
elétrica
Britador de mandíbula (jaw crusher) móvel
3
elétrica
Correia transportadora móvel (belt wagon)
4
elétrica
Empilhadeira (spreader)
2
elétrica
Usina
Os equipamentos para uso na usina de beneficiamento estão listados na tabela abaixo.
Tabela 2 - Equipamentos para uso na usina de processamento[8]
Tipo
Quantidade
Área
Peneira tipo banana
6
Peneiramento Primário
Britador cônico
6
Britagem Secundária
Peneira Modular
30
Britagem secundária e terciária
Empilhadeira (stacker) de lanças fixas
3
Pátio intermediário
Recuperadora (reclaimer) tipo ponte
3
Pátio intermediário
Britador cônico
12
Britagem Terciária
Empilhadeira (stacker) de lança giratória
4
Pátio de Produto
Recuperadora (reclaimer) de roda de caçamba
4
Pátio de Produto
Fatos básicos
O minério será beneficiado em sua umidade natural,[nota 6]. Com isso, haverá uma economia de 93% no consumo de água, o índice de reutilização de água chegará a 86% e não será necessária a construção de barragem de rejeitos.[9] A expectativa de aproveitamento do material alimentado é de 100%.
Será empregado o conceito de mina sem caminhões (truckless mining): em lugar de caminhões especiais, serão usadas correias para transportar o minério da mina para a usina de beneficiamento.
Outra inovação será a execução de grande parte dos prédios em estrutura metálica, o que resulta em menor uso de concreto e possibilita a pré-montagem em módulos em um canteiro localizado a 45 km de distância. Serão ao todo 109 módulos, com peso de até 1300 t e dimensões máximas 52,5 x 18,2 x 24,1 m[3][8].
↑Um projeto greenfield é aquele em que se parte do zero. O Complexo Minerário de Carajás, por exemplo, é maior, mas atingiu esse tamanho após 25 anos de sucessivas ampliações.