O Principado de Luca e Piombino foi um estado napoleónico, estabelecido em territórios da região italiana da Toscana, que existiu entre 1805 e 1815.
História
A cidade italiana de Luca e os territórios envolventes estiveram na origem da República de Luca. Aquando das invasões dos exércitos revolucionários franceses na península Itálica, em 1797, a cidade de Luca mateve a sua independência.
Contudo, em 1799, Luca caiu perante as forças francesas e a constituição da república foi abolida. Luca é então transformada numa república democrática sob domínio francês (1799 - 1805).
Pouco depois, em 15 de Pradial do Ano XIII (4 de junho de 1805), o Conselho dos Duques (Senado) da recentemente instituída República de Luca pediu a Napoleão, na sua qualidade rei de Itália, de confiar o governo da república a um membro da sua família, hereditariamente, e na respectiva descendência natural. Assim, Napoleão escolheu o marido de Elisa, Félix Baciocchi, escolha ratificada por Luca, em 25 de Pradial (14 de junho).
Baciocchi foi nomeado príncipe de Luca pela constituição de 14 Messidor (23 de junho). Em caso de morte, o principado seria entregue a Elisa e, após ela, à sua descendência masculina legítima, por ordem de primogenitura.[2] A coroação do príncipe Baciocchi e de sua mulher teve lugar em 12 de Messidor (1 de julho). Em 14 de julho seguinte, os príncipes chegam a Luca para a sua cerimónia de investidura.
Em 1814, o exército austríaco ocupou Luca. Pelo acto final do Congresso de Viena (1815), o principado foi dissolvido e partilhado entre diferentes soberanos:
Os novos príncipes governaram respeitando a constituição do principado, onde estava estabelecido a separação entre o Estado e administração da capital, o que originou o nascimento da comuna de Luca.[3]
Elisa põe em prática uma corte e uma etiqueta inspirada na das Tulherias. Em Luca, rodeou-se de ministros muitos dos quais ocupam o lugar até ao fim do seu reinado, como:
Luigi Matteucci, ministro da Justiça, do Interior e dos Negócios Estrangeiros,
Francesco Belluomini (substituído pelo filho Giuseppe), como ministro das Finanças,
Jean-Baptiste Froussard, chefe de gabinete, ou
Pierre d'Hautmesnil, responsável do orçamento do Estado.
Elisa exerceu a maior parte do poder, mantendo-se o marido muito apagado, contentando-se em tomar decisões no domínio militar, ficando com um papel que oscila entre o de ajudante de campo e de príncipe consorte. Compreensivo, Baciocchi suportou serenamente as infidelidades da sua mulher, satisfazendo-se por vê-la governar os estados que o imperador lhe entregara.[carece de fontes?]
Partido: no I, coupé d'argent et de gueules (Lucca) à la lionne rampant, la tête contournée, brochant sur le tout; no II, de gueules à deux barres d'or accompagnées de deux étoiles du même, une en chef et une en pointe (Bonarparte); sobre o todo d'azur, à l'aigle d'or, la tête contournée, au vol abaissé, empiétant un foudre du même (Império). Manto Imperial, coroa ducal.
Partido: no I, coupé d'argent et de gueules au léopard rampant, au naturel, brochant; no II, de Bonaparte; sobre o todo, de Império. Manto imperial, coroa ducal, colar da Ordem do Tosão de Ouro, e grande colar da Legião de Honra.