Em concordância com o Ato de Transição Presidencial de 2010, as equipes de transição candidatas recebem apoio da Administração de Serviços Gerais (GSA).[7][8] As equipes de transição dos candidatos presidenciais também podem tomar parte de fundos de equipe; os gastos orçamentários com a equipe transicional de Mitt Romney em 2012 foram de 8.9 milhões de dólares, por exemplo.[8]
Sob leis e costumes federais existentes, o candidato republicano tornou-se elegível ao recebimento de financiamento do governo desde que sua indicação foi oficializada na convenção nacional do partido.[9]
Incumbências
Algumas das principais responsabilidades assumidas pela equipe de transição presidencial incluem a identificação e avaliação de candidatos para aproximadamente 4 mil postos de trabalho no governo dos Estados Unidos, cujo serviço seja sob apreciação do Presidente; organizar a ocupação das residências oficiais (Casa Branca, Number One Observatory Circle e Camp David); contactar o Comando Estratégico dos Estados Unidos para recebimento dos "Códigos Dourados"; e informar o alto escalão do governo sobre medidas políticas da nova administração.
Modificações recentes
Uma lei aprovada pelo Congresso estadunidense em 2016 passou a exigir que o presidente incumbente estabeleça "conselhos de transição" a partir de junho do ano de eleição de modo a facilitar as questões protocolares envolvendo a transição de poder.[9][10]
No mesmo ano, a "National Academy of Public Administration", lançou um novo programa intitulado Transition 2016. Liderado por Ed DeSeve e David S. C. Chu, o programa foi descrito pela NAPA como um dos que proveem gerenciamento e consultoria aos candidatos presidenciais e suas respectivas equipes de transição.[11]
Transição
Pré-eleição
Em abril de 2016, representantes da campanha de Trump, assim como das campanhas de outros quatro candidatos republicanos, reuniram-se com representantes da Parceria de Serviços Públicos em Nova Iorque, onde receberam dois dias de treinamento sobre o processo de transição presidencial.[12] De acordo com um assessor a campanha de Trump, Corey Lewandowski, a campanha passou a implementar as recomendações recebidas durante o encontro.[13] No início de maio de 2016, após Trump presuntivamente tornar-se o candidato, dirigentes de sua campanha anunciaram a indicação de membros da equipe transicional nas "semanas seguintes". Segundo o jornal The New York Times, Trump teria convidado Jared Kushner para liderar os trabalhos da equipe de transição.[14] Corey Lewandowski e Paul Manafort cooperaram com Kushner na seleção de um líder de equipe.[15] Dias após, Trump anunciou que o então Governador de Nova JérseiChris Christie havia concordado em liderar a transição presidencial.[16]
Em 3 de junho de 2016, o Conselho da Agência de Diretores Transicionais realizou sua primeira reunião na Casa Branca para apresentar os planos de transição de cada um dos três maiores departamentos executivos; Trump e Clinton, entretanto, não enviaram representantes a esta primeira reunião. No mesmo período, a Casa Branca começou a transferência dos arquivos eletrônicos da Administração Obama para os Arquivos Nacionais para preservação.[18]
Os planos de transição foram duramente criticados por aparentemente ter desconsiderado outro planejamento recente quando selecionou somente uma equipe no fim de julho de 2016.[19] À época, Chris Christie nomeou Bill Palatucci, um procurador de Nova Jérsei, e um membro do Comitê Nacional Republicano para liderança do conselho; Palatucci passou a reunir-se com membros da equipe de transição de Mitt Romney pouco tempo após sua nomeação.[20] Enquanto isto, em 29 de julho, o Chefe de Gabinete da Casa BrancaDenis McDonough e Christie realizaram uma pequena audioconferência para acordo de alguns procedimentos do período transicional. Durante a conferência, McDonough informou que Anita Breckenridge e Andrew Mayock seriam os "pontos de contato" da Casa Branca com a campanha de Trump. Nesta etapa também foi decidido sobre o espaço disponível para a equipe de Trump em um prédio da Avenida Pensilvânia, o que viria a ser confirmado em 2 de agosto.[21]
Durante a primeira semana de Agosto, a equipe de transição de Trump deu início aos seus trabalhos. No mesmo mês, William F. Hagerty, um antigo membro da equipe de Romney em 2012, foi nomeado diretor de nomeações e John Rader, assessor do senador Bob Corker no Comitê de Relações Externas do Senado, foi indicado como vice-diretor de nomeações.[22][23]
Nas semanas seguintes, representantes das campanhas de Trump e Clinton passaram a realizar diversas reuniões entre si e com representantes da Casa Branca com foco nos detalhes do processo de transição.[24]
Em outubro, foi divulgada a ampliação da equipe para mais de 100 pessoas, muitas das quais eram especialistas em política numa tentativa de compensar a falta de pessoal da área nas nomeações de Trump.[25] Como por exemplo a indicação de Robert Smith Walker, ex-presidente do Comitê de Ciências da Câmara dos Representantes, como conselheiro do programa espacial.[26]
Pós-eleição
Nas primeiras horas do dia 9 de novembro de 2016, veículos da imprensa relataram que Trump havia garantido votos suficientes no Colégio Eleitoral, podendo já ser considerado o 45º Presidente dos Estados Unidos. Clinton reconheceria sua derrota no fim do mesmo dia.[27][28]
Esquemas de segurança
Antes do retorno de Trump à sua residência privada na Trump Tower, o Serviço Secreto deu início a "inacreditáveis medidas de segurança", incluindo interditar completamente a Rua 56, reforçando uma muralha de caminhões de areia formada na noite anterior (uma tática contra possíveis carros bomba) e posicionando equipes táticas do Departamento de Polícia de Nova Iorque nas cercanias do edifício. Na mesma noite, a Administração Federal de Aviação determinou restrição aérea sobre a parte central de Manhattan.[29][30][31]
Investimentos de Trump
Após a eleição, Trump transferiu o controle de sua organização aos demais executivos, incluindo seus três filhos mais velhos - Donald Jr., Ivanka e Eric.[32] De acordo com um comunicado emitido em 11 de novembro, a empresa encontrava-se em "processo de veto de várias estruturas com a finalidade de transferir imediatamente o controle da Trump Organization e seu corpo de dirigentes."[33][34]
Em coletiva de imprensa de 11 de janeiro de 2017, Trump confirmou sua renúncia de todos os cargos e ações associadas a Trump Organization até o Dia da Posse Presidencial (20 de janeiro). Todo seu patrimônio passaria a ser gerido pelos filhos Donald Jr. e Eric juntamente com seu assessor financeiro Allen Weisselberg. Trump, no entanto, permanece como proprietário formal de todos estes investimentos.
Início do processo de transição
Logo no início da tarde de 9 de novembro, o Presidente incumbente Barack Obama realizou um breve comunicado no Jardim Rose da Casa Branca, anunciando que havia se comunicado com Trump na noite anterior e o convidado formalmente a visitar a residência no dia seguinte para discussões sobre "uma transição bem-sucedida entre nossas presidências". Obama afirmou ter instruído sua equipe a "seguir o exemplo" da Administração Bush em 2008, que segundo ele "não poderia ser mais profissional ou gentil em assegurar que estávamos em uma transição pacífica".[35][36]
À tarde de 9 de novembro, um website - greatagain.gov - foi lançado, tratando de assuntos ligados ao período de transição. O portal oferecia informações sobre os procedimentos e relatórios à imprensa, mas acabou sendo criticado por somente reproduzir conteúdo previamente publicado pela Partnership for Public Service.[40][41] O presidente da organização refutou as críticas, afirmando cooperou com as principais campanhas no período de transição e explicando que esperava tornar o material "um fonte voltada ao aprimoramento das transições".[42] O conteúdo do website era possuía License 4.0 da Creative Commons.[43]
Às 11 da manhã (horário local) de 10 de novembro, o Presidente e o Presidente-eleito tiveram um encontro privado de 90 minutos na Casa Branca, seguido de uma reunião aberta no Salão Oval com a presença de vários jornais, como Voice of America, Bloomberg, Associated Press, ABC News, entre outros.[44] Durante o encontro, Trump agradeceu a Obama pela reunião e afirmou considerá-lo para futuros aconselhamentos. De acordo com Trump, Obama convenceu-lhe a preservar alguns aspectos do Obamacare.[45]
Desde sua campanha eleitoral, Donald Trump já havia indicado os nomes de seus secretários de governo. Todos os cargos, exceto os de Chefe de Gabinete e de Vice-presidente, requerem a aprovação e consenso do Senado dos Estados Unidos após a nomeação presidencial.
Em 30 de novembro, o jornal Politico, que considerou as nomeações de Trump mais conservadores com relação aos presidentes anteriores, descreveu-o como "firme em sua intenção de construir um sonho conservador com Republicanos festejando e liberais desesperados."[46] Por outro lado, o The Wall Street Journal afirmaria ser "quase impossível identificar uma inclinação ideológica clara nas nomeações do gabinete" de Trump.[47]
Editores do The Washington Post observaram que o gabinete de Trump seria o "mais rico na história moderna americana", considerando o perfil financeiro dos indicados.[48] O jornal também afirmou que enquanto algumas das nomeações de Trump consistiam em "seus mais controversos aliados" como Bannon, Flynn e Sessions, outras nomeações tinham puramente "a marca de Mike Pence".[49]
Bibliografia
Henry A. Giroux, “Challenging Trump’s Language of Fascism,” Truthout, Jan. 9, 2018.
↑Restuccia, Andrew; Cook, Nancy; Woellert, Lorraine (30 de novembro de 2016). «Trump's Conservative Dream Team». Politico !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)