A Praça do Castelo (em castelhano: Plaza del Castillo; em basco: Gazteluko plaza) é uma praça situada no centro da cidade de Pamplona, a capital da Comunidade Foral de Navarra, Espanha. Nela têm lugar os principais acontecimentos da cidade e é considerada como uma espécie de "sala de estar" pela generalidade dos pamploneses. Apesar de já ter sido chamada oficialmente "Praça da Constituição", o seu nome histórico e atual foi sempre o mais usado popularmente.[nt 1]
História
O nome da praça deve-se ao facto de ter existido um castelo no seu centro. A primeira versão desse castelo foi mandada construir pelo rei de NavarraLuís I (X de França, cognominado "o Teimoso") entre 1308 e 1311. Logo após a Conquista de Navarra por Fernando, o Católico, este ordenou a reconstrução e ampliação das muralhas da cidade em 1513. Como o castelo ficou demasiado dentro da cidade, começou a ser demolido, sendo as suas pedras usadas para a construção das muralhas. Em 1540 o castelo estava já muito descaracterizado. inalmente, em 1590, com a construção da cidadela já em estado avançado, os restos do velho castelo foram removidos.
A praça era então fechada em três dos seus quatro lados, apenas estando aberto o lado sul, o qual foi também fechado com a construção de um convento de Carmelitas Descalças, a qual foi finalizada em 1600. Entre o século XVII e 1843 a praça serviu de praça de touros. A praça apresenta construções de várias épocas, pelo que nela se pode observar uma grande variedade de estilos, sendo tão heterógenea como é tradicional.
Em finais do século XVIII a praça foi decorada com uma fonte dedicada à Abundância da autoria de Luis Paret, popularmente conhecida como a Mariblanca, a qual foi demolida em 1910, conservando-se apenas a sua estátua. Em 1836 as carmelitas viram-se obrigadas a abandonar o seu convento, devido à desamortização de Mendizábal. No lugar do convento foi construído o Palácio da Deputação, o antigo Crédito Navarro e o Teatro Principal (antecessor do atual Teatro Gayarre), todos em estilo neoclássico. Em 1859 abriu o Hotel La Perla, o mais antigo de Navarra e um dos mais antigos de Espanha, o qual ainda se encontra num dos cantos da praça.
Entre 1880 e 1895 abriram o Casino Princiapl e o Café Iruña, ambos com um ar romântico de fim de século que ainda conservam. Muitos outros cafés proliferaram na praça nessa época. Com a construção do Segundo Ensanche[nt 2] o Teatro Principal teve que ser recuado, para que a praça pudesse ser aberta, o que aconteceu em 1931. O coreto que se encontra no meio da praça foi construído em 1943. Recentemente foi reabilitada a "belena del Iruña",[nt 3] uma ruela larga, estreita e sem saída que dantes era usada para aceder a alguns locais que que davam para outras ruas mais importantes.
A polémica do parque de estacionamento subterrâneo
Durante a construção de um parque de estacionamento subterrâneo na praça, entre 2001 e 2003, uma obra que gerou bastante controvérsia, foram descobertos os restos de termas romanas, uma necrópolemuçulmana com mais de 200 esqueletos, um troço da muralha medieval, restos do convento das carmelitas e um menir de época desconhecida.[1][2]
A maioria desses restos arqueológicos foram destruídos, o que provocou a indignação de muitos cidadãos. A oposição alegava que o parque era desnecessário e o seu único fim era permitir a classificação do pequeno Hotel La Perla com cinco estrelas, o que viria a suceder, classificação essa que exigia ter lugares de estacionamento. A polémica chegou mesmo a originar enfrentamentos violentos nas ruas da cidade, porque muitos consideraram a destruição dos restos arqueológicos uma espoliação.[3] A controvérsia deu inclusivamente origem a um livro.[4]
Só uma pequena parte dos restos (120 metros da muralha de Fernando o Católico) foram conservados, tendo sido destruídas as termas, o menir e os restos vascões, entre outros achados, tendo sido proibida a prosecução das investigações.[3] Posteriormente, a maior parte dos poucos vestígios que tinham sido conservados foram destruídos ao serem enterradosem 2008 debaio de uma nova unidade urbanística nos arredores de Pamplona.[5]
↑Plaza del Castillo (2000-2003) : una lección de democracia ciudadana frente a la destrucción de 2000 años de patrimonio (em inglês). Pamplona: Pamiela. 2003. ISBN978-84-7681-376-8