A Praça Vidal de Negreiros, também conhecido como Ponto de cem réis, é uma praça localizada no coração do Centro Histórico de João Pessoa, da capital brasileira de João Pessoa, no estado da Paraíba. Caracteriza-se como um marco da modernização dos transportes, local de concentração de reivindicações públicas, de encontros, palco da construção do símbolo do progresso dos anos 1970, o viaduto Damásio Franca.[1]
História
Na Praça Vidal de Negreiros, ficou conhecida como Ponto de Cem Réis devido ao preço da passagem cobrado pelos bondes que passava nos anos de outrora. O local aparece no contexto social de João Pessoa na década de 1910, quando começou a haver a confluência de três linhas de bondes elétricos, que serviam a população interligando os bairros Varadouro, Trincheiras e Tambiá. Devido à atividade desenvolvida, a praça começou a ser chamada de Ponto de Cem Réis, por causa do hábito dos condutores do bonde de gritar o valor das passagens.[2]
A praça sempre foi um local de concentração de reivindicações públicas, de eventos públicos, e privados; na década de 1920, com a implementação dos bondes elétricos,[3] e na década de 1970, com a construção do viaduto Damásio Franca, foi um marco da modernização da capital paraibana.
Dando ênfase a forte presença de empreendimentos comerciais e edificações históricas. Dentre elas, o Paraíba Palace, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (IPHAEP), possui estilo art-noveau, pintado num amarelo marcante, é o único exemplar da arquitetura veneziana da capital paraibana.[4] O local originalmente chamado de “Parahyba Hotel”, foi idealizado pelo ex-governador da Paraíba, João Pessoa; durante anos foi um hotel de luxo,[5] apresentando as sofisticações da época, como elevador, barbearia, restaurante com cardápio internacional.
Livardo Alves: Nascido em João Pessoa[2], figura popular no meio artístico pessoense por sua criatividade e inventividade.[6] Sua história esteve entrelaçada com a do Ponto de Cém Réis, desde os 15 anos de idade, quando começou a trabalhar no jornal a união. Como compositor ele criou músicas inspiradas em situações do cotidiano, destacando-se no cenário da música brasileira; compôs forró, samba, baião, maracatu, cocos, repente e xaxado. Vencedor de dezenas de festivais na Paraíba e em outros estados; ele considerava como mais significativo a composição de ouro ABC,[2] primeiro festival realizado em nivel nacional na Paraíba, com o samba bossanovista chamado "pela primeira vez". Também foi compositor de peças teatrais como Auto da Compadecida e A Pedra do Reino do escritor Ariano Suassuna; a chegada de lampião ao inferno de Luis Mendonça; compôs obras-primas como Doces Ervas e Meu País[7] ; e em 2002 gravou “Malandro do Morro”,[8]Faroeste em Jaguaribe.[7] Fez grande sucesso no carnaval com a “Marcha da Cueca”, com Carlos Mendes e Sardinha, ganhando destaque no Brasil e no exterior. Foi também compositor de hinos para os clubes de futebol da Paraíba.[8] Toda noite o paradeiro dele era o viaduto do Ponto de Cem Réis, sendo uma fonte de inspiração constante para suas composições e poesias; nos bancos gostava de conversar com as pessoas, conhecendo e interagindo do engraxate ao desembargador.[9]
Busto do Vidal de Negreiros na praça em João Pessoa.
Busto do Duque de Caxias no calçadão do ponto de Cém Réis em João Pessoa.
Estátua em homenagem a Livardo Alves sentado em um banco da praça.
Eventos
No local da Praça Vidal de Negreiros, é palco de exposições, festivais, reivindicações públicas, shows, entre outros. No ano de 2018, a cantora Marília Mendonça escolheu o Ponto de Cem Réis, para ser palco da gravação de seu DVD, intitulado Todos os Cantos,[10] cujo projeto se chamava Te vejo em todos os cantos.[11][6][7][12]