Pedro Carlos de Orléans e Bragança, Maria da Glória, Duquesa de Segorbe, Afonso Duarte de Orléans e Bragança, Prince Manoel Alvaro of Orléans-Braganza, Cristina Maria de Orléans-Bragança e Borbon, Francisco Humberto de Orleans e Bragança
Pedro de Alcântara Gastão João Maria Filipe Lourenço Humberto Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orléans e Bragança e Dobrzensky de Dobrzenicz foi o filho varão de Pedro de Alcântara de Orléans e Bragança e de Elisabeth Dobrzensky de Dobrzenicz, neto de Isabel, Princesa Imperial do Brasil, e do príncipe Gastão de Orléans, Conde d'Eu, e bisneto do último imperador do Brasil, Pedro II. Sua mãe era uma aristocrata de origem boêmia, que contraiu bodas morganáticas com seu pai, que foi obrigado por sua mãe, a princesa Isabel, a abdicar de suas pretensões ao extinto trono brasileiro, abdicação essa de duvidosa legalidade e eficácia jurídica. Tal fato deu-se por Isabel considerar a nora de nobreza inferior.
Nessa época, Pedro Gastão passou a empenhar-se na anulação do documento em que seu pai abdicou da linha sucessória imperial. Graças a isso, a família imperial dividiu-se em dois ramos: o chamado "Ramo de Petrópolis" e o "Ramo de Vassouras", que abrigava os primos de Pedro Gastão e cujos direitos dinásticos são reconhecidos pela maioria dos monarquistas e pelas casas reais estrangeiras.
Sucessão
Quando o Príncipe Pedro Gastão nasceu, seu pai já havia em teoria renunciado aos seus direitos dinásticos, o que, também teoricamente, levava a que essa renúncia se estendesse aos seus filhos.Alguns anos após a morte da Princesa Imperial, o pai de Pedro Gastão, o Príncipe Pedro de Alcântara disse a um Jornal Brasileiro:
"A minha renúncia não foi válida por vários motivos, para além disso nunca seria uma renúncia hereditária”.[1]
Anos mais tarde, porém, retificou sua posição:
"Corre por aí pretender eu reaver os direitos de sucessão eventual ao trono do Brasil, com prejuízo de d. Pedro Henrique, meu sobrinho, renegando minha renúncia de 1908. A minha renúncia, em 1908, é válida, embora muitos monarquistas (...) entendessem que, politicamente e pelas leis brasileiras que vigoravam em 1889, ela deve ser ratificada pelas Câmaras no caso de ser restaurada a monarquia. Aliás, na minha família nunca haverá dissensões ou disputas por causa do poder imperial." [2]
Seu documento de renúncia, assinado em três vias na presença da Princesa Isabel e enviado ao Diretório Monárquico Brasileiro, expressa claramente essa condição:
"Eu, o príncipe Dom Pedro de Alcântara Luís Filipe Maria Gastão Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orléans e Bragança, tendo refletido com maturidade, resolvi renunciar ao direito que, pela Constituição do Império do Brasil, promulgado em 25 de março de 1824, me concede a Coroa dessa nação. Declaro, portanto, que, por minha livre e espontânea vontade, renunciarei, em meu próprio nome, assim como a todos e quaisquer de meus descendentes, a todos e quaisquer direitos que a referida Constituição nos confere à Coroa e Trono do Brasil, que passará para as linhas que seguem a minha, em conformidade com a ordem de sucessão estabelecida no artigo 117. Antes de Deus, prometo, para mim e meus descendentes, manter a presente declaração.
Cannes, 30 de outubro de 1908, assinado: Pedro de Alcântara de Orléans e Bragança."[3]
Depois da morte de seu pai, e com o apoio do Infante Afonso, Duque da Calábria e do Infante João, Conde de Barcelona, pai do Rei Juan Carlos de Espanha, avó do atual Rei Espanha Filipe VI, Pedro Gastão declarou-se chefe da casa imperial.[1] A sua iniciativa foi baseada academicamente Francisco Morato, professor da Universidade de São Paulo, que concluiu que a renúncia de seu pai, não se configuraria válida às luz, não só do direito vigente à data, como também do direito constitucional na monarquia.[1] Professor Paulo Napoleão Nogueira da Silva in the 1990s published a report saying that the resignation of his father was invalid under all possible aspects of Brazilian Law.[1]
A pretensão dinástica e à chefia da casa imperial é correntemente assumida pelo seu neto varão Pedro Tiago de Orléans e Bragança (Petrópolis, 19 de janeiro de 1979) .[4]
Vida
O príncipe dirigiu a Companhia Imobiliária de Petrópolis até o final do século XX. Ainda na cidade serrana de Petrópolis, na década de 1950, adquiriu o jornal Tribuna de Petrópolis, fundado em 1902, e atualmente administrado por seu filho, Francisco de Orleans e Bragança.[5][6]
Como morador de Petrópolis, Pedro Gastão tornou-se uma espécie de embaixador da causa monárquica e representante vivo do passado imperial do Brasil. Acumulou nos arquivos de sua residência milhares de documentos e obras de arte que até hoje ajudam a contar a história da dita "Cidade Imperial".[nota 1] Era Pedro Gastão também quem recebia os presidentes da república em vilegiatura na cidade. Ele orgulhava-se de haver conhecido todos os chefes de estado brasileiros, desde Epitácio Pessoa até Fernando Henrique Cardoso.
No início da década de 1990, durante o plebiscito em que o povo brasileiro deveria optar pela monarquia ou pela república, Pedro Gastão foi um dos mais empenhados na campanha pela monarquia. Mas com a derrota da causa, o príncipe afastou-se do país e desautorizou a iniciativa de alguns correligionários de fundar um partido monarquista no Brasil.
Com o avanço da idade, Pedro Gastão retirou-se para a propriedade de sua esposa, em Villamanrique, próximo de Sevilha, na Espanha.
Os últimos anos de vida do casal foram passados na propriedade da Infanta, onde ambos faleceram. Pedro Gastão morreu na madrugada do dia 27 de dezembro de 2007, aos 94 anos de idade, e foi sepultado no dia seguinte, na capela de Villamanrique de la Condesa.
Títulos e honrarias
Títulos e estilos
Na sua vida teve pretensão aos seguintes estilos de tratamento:
19 de fevereiro de 1913 – 29 de janeiro de 1940: Sua Alteza Real, o Princípe Pedro Gastão de Orléans e Bragança
29 de janeiro de 1940 – 27 de dezembro de 2007: Sua Alteza Real, o Princípe Títular de Orléans e Bragança
Pedro Gastão e Maria da Esperança tiveram seis filhos:[8]
Pedro Carlos de Bourbon de Orléans e Bragança (31 de outubro de 1945 (79 anos)), casou-se por três vezes, a primeira em 1975, com Rony Kuhn da Suza. Viúvo, casou-se em segundo, em 1981, com Patricia Alexandra Brascombe. Viúvo, casou-se em terceiro, em 2021, com Patrícia Alvim Rodrigues, com descendência apenas do primeiro e segundo.[9]
Maria da Glória de Bourbon de Orléans e Bragança (13 de dezembro de 1946 (77 anos)), casou-se por duas vezes, a primeira em 1972, com Alexandre Karađorđević, Príncipe Herdeiro da Iugoslávia, de quem se divorciou em 1985. No mesmo ano, Maria da Glória casou-se com Ignacio de Medina y Fernández de Córdoba, Duque de Segorbe e Grande de Espanha, com descendência dos dois casamento.[10]
Afonso Duarte de Bourbon de Orléans e Bragança (25 de abril de 1948 (76 anos)) casou-se por duas vezes, a primeira com Maria Parejo em 1973, de quem se divorciou em 1998. No mesmo ano, casou-se com Sylvie Amélie de Hungria Machado, com descendência apenas do primeiro.[11]
Manuel Álvaro de Bourbon de Orléans e Bragança (17 de junho de 1949 (75 anos)), casou-se em 1977, com Margarita Haffner y Lancha, filha de Oskar Haffner, de quem se divorciou em 1995, com descendência.[12]
Cristina Maria de Bourbon de Orléans e Bragança (16 de outubro de 1950 (74 anos)), casou-se por duas vezes, a primeira em 1980, com o Príncipe Jean-Paul Sapicha-Rozanski, e de quem se divorciou em 1992. No segundo casamento, casou-se com José Carlos Calmon de Brito, de quem também se divorciou em 1996, com descendência apenas do primeiro.[12]
Francisco Humberto de Bourbon de Orléans e Bragança (9 de dezembro de 1956 (67 anos)), casou-se por duas vezes, a primeira em 1978, com Christina Schmidt Peçanha, filha de Gaubert Schmidt e Alice Peçanha, posteriormente eles se divorciaram e Francisco casou-se em segundo lugar em 1980, com Rita de Cássia Pires, com descendência dos dois casamento.[12]
Ancestrais
Ancestrais de Pedro de Alcântara Gastão de Orléans e Bragança
↑O termo "dita", talvez seja inadequado já que existe documento oficial, um decreto presidencial de 1981, que oficializa o título à referida cidade. Decreto Presidencial Nº 85.849, de 27 de março de 1981 - Atribui à cidade de Petrópolis, no Estado do Rio de Janeiro, o título de Cidade Imperial, e dá outras providências. O referido decreto está no Diário Oficial da União - seção 1, edição de 27/3/1981.