Partido de Ação Nacional (México)
O Partido da Ação Nacional, (em espanhol Partido Acción Nacional), conhecido pelo acrônimo PAN, é um dos maiores partidos políticos do México. Os membros deste partido se denominam como panistas. O PAN é um partido de direita, internamente existem diferentes correntes de pensamento, tanto de direita como de extrema-direita. No contexto da política e da sociedade mexicana, o enquadramento da direita não provem do PAN e sim da atuação do Partido Revolucionário Institucional, com uma política de centro-direita e mais de 80 anos no poder do país. Foi fundado em 16 de setembro de 1939 por Manuel Gómez Morín com sede na Cidade do México. Seu lema é "Por uma pátria com ordem e generosa e uma vida melhor e mais digna para todos".
O PAN conta com os governos locais dos estados de Aguascalientes, Guanajuato, Querétaro, Chihuahua e Yucatán.
História
Voltando do exílo em 1929 Manuel Gómez Morín ex-reitor da Universidad Nacional Autónoma de México, se reuniu com alguns amigos entre eles, Mauricio Magdaleno, Germán del Campo, Fernando Azuela e outros ex-exilados por apoiar a candidatura presidencial do pensador e ex-ministro da educação José Vasconcelos contra o candidato oficial, se reuniram para tratar de convencer Vasconcelos da necessidade de fundar um partido político nacional, José Vasconcelos tinha outras ideias e não aceitou a proposta.
Em 1938, Gómez Morín viajou por todo o país a fim de convencer intelectuais e personalidades políticas para a criação de um partido político que conseguisse por um fim a desordem econômica e social que vivia o país. Em fevereiro de 1939 se formou um comitê organizador que deu o primeiro passo para a fundação do novo partido.
Em setembro de 1939 foi oficialmente criado o PAN, entre os fundadores estavam Efraín González Luna, Gustavo Molina Font, Manuel Herrera y Lasso, Aquiles Elorduy, Luis Calderón Vega.
O PAN reuniu originalmente a elite socioeconômica mexicana contra as reformas do Presidente Lázaro Cárdenas. Em particular, opôs-se a seu plano de educação secular gratuita, à nacionalização do petróleo e à reforma agrária. O partido, que na época incluía figuras pró-fascistas, defendeu a neutralidade do México durante a Segunda Guerra Mundial.[12]
Nas eleições de 2000, o Partido Ação Nacional nomeou seu candidato, o ex-executivo da Coca-Cola, Vicente Fox, para a presidência, destituindo o PRI pela primeira vez. O novo governo, que havia prometido durante a campanha de abertura dos arquivos estatais sobre certos atos criminosos atribuídos ao PRI, finalmente fez um pacto com este último. O PRI negociou seu apoio a certas reformas em troca de impunidade. O PAN manteve o poder em 2006 com a eleição de Felipe Calderón.
O partido apresentou a candidatura de Ricardo Anaya Cortés para as eleições presidenciais de 2018, mas ele estava envolvido em casos de desvio de fundos e não conseguiu reunir o partido em torno dele. Em particular, ele não convenceu aqueles próximos ao ex-presidente Felipe Calderón, cuja esposa, Margarita Ester Zavala Gómez del Campo, correu como independente, antes de desistir.[13]
Doutrina política
Tradicionalmente o PAN segue os pensamentos característicos da direita política. Tem uma posição clara sobre diversos temas, especificamente se opõe categoricamente ao aborto e a qualquer método anticonceptivo que atente contra a vida humana, é a favor do livre comércio e considera que as estatais são pouco eficientes e deveriam ser administradas por empresas privadas interessados em sua prosperidade, desde 1998 pertence à Internacional Democrata Cristã, a organização política internacional que enquadra os partidos democratas-cristãos. O PAN é um dos partidos de evidente inclinação religiosa católica.
Presidentes do PAN
Candidatos a Presidência da República
Presidentes do México emanados do PAN
- (2000 - 2006): Vicente Fox
- (2006 - 2012): Felipe Calderón Hinojosa
Resultados eleitorais
Eleições presidenciais
Data
|
Candidato
|
Votos
|
%
|
Status
|
1946
|
Nenhum candidato apresentado
|
1952
|
Efráin González Luna
|
285 555
|
7,8 (3.º)
|
Não Eleito
|
1958
|
Luis H. Álvarez
|
705 303
|
9,4 (2.º)
|
Não Eleito
|
1964
|
José González Torres
|
1 034 337
|
11,0 (2.º)
|
Não Eleito
|
1970
|
Efráin González Morfín
|
1 945 070
|
14,0 (2.º)
|
Não Eleito
|
1976
|
Ernesto Rojo
|
2 600 147
|
13,7 (4.°)
|
Não Eleito
|
1982
|
Pablo Emilio Madero
|
3 700 045
|
16,4 (2.º)
|
Não Eleito
|
1988
|
Manuel Clouthier
|
3 208 584
|
16,8 (3.º)
|
Não Eleito
|
1994
|
Diego Fernández de Cevallos
|
9 146 841
|
25,9 (2.º)
|
Não Eleito
|
2000
|
Vicente Fox
|
15 989 636
|
42,5 (1.º)
|
Eleito
|
2006
|
Felipe Calderón
|
15 000 284
|
35,9 (1.º)
|
Eleito
|
2012
|
Josefina Vázquez Mota
|
12 786 647
|
25,4 (3.º)
|
Não Eleito
|
2018
|
Ricardo Anaya
|
12,609,472
|
22.3 (3.º)
|
Não Eleito
|
2024
|
Xóchitl Gálvez
|
16,502,697
|
28.1 (3.º)
|
Não Eleito
|
Eleições legislativas
Câmara dos Deputados
Data
|
M. Uninominal
|
M. Proporcional
|
Deputados
|
+/-
|
Status
|
Votos
|
%
|
+/-
|
Votos
|
%
|
+/-
|
1946
|
|
51 312
|
2,2 (2º)
|
|
0000000000000004
|
|
Oposição
|
1952
|
301 986
|
8,3 (3º)
|
6,1
|
0000000000000005
|
1
|
Oposição
|
1958
|
749 519
|
10,2 (2º)
|
1,9
|
0000000000000005
|
|
Oposição
|
1964
|
1 042 396
|
11,5 (2º)
|
1,3
|
0000000000000020
|
15
|
Oposição
|
1970
|
1 893 289
|
14,2 (2º)
|
2,7
|
0000000000000020
|
|
Oposição
|
1976
|
1 358 403
|
9,0 (2º)
|
5,2
|
0000000000000020
|
|
Oposição
|
1982
|
3 663 846
|
17,5 (2º)
|
|
3 786 348
|
17,4 (2º)
|
8,4
|
0000000000000051
|
31
|
Oposição
|
1988
|
|
3 276 824
|
18,0 (2º)
|
0,6
|
0000000000000101
|
50
|
Oposição
|
1994
|
8 664 834
|
25,8 (2º)
|
|
8 833 468
|
25,8 (2º)
|
7,8
|
0000000000000119
|
18
|
Oposição
|
1997
|
7 698 840
|
26,6 (2º)
|
0,8
|
7 795 538
|
26,6 (2º)
|
0,8
|
0000000000000121
|
2
|
Oposição
|
2000
|
14 212 476
|
38,2 (1º)
|
11,6
|
14 323 649
|
38,2 (1º)
|
11,6
|
0000000000000224
|
103
|
Governo
|
2003
|
8 189 699
|
31,8 (1º)
|
6,4
|
8 219 649
|
31,8 (1º)
|
6,4
|
0000000000000151
|
73
|
Governo
|
2006
|
13 784 935
|
33,4 (1º)
|
1,6
|
12 876 499
|
33,4 (1º)
|
1,6
|
0000000000000206
|
55
|
Governo
|
2009
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Governo
|
2012
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Oposição
|
2015
|
|
18,7 (2º)
|
|
7 651 270
|
20,9 (2º)
|
|
0000000000000107
|
|
Oposição
|
2018
|
499 288
|
1,1 (8º)
|
17,6
|
7 897 600
|
18,1 (2º)
|
2,8
|
0000000000000079
|
28
|
Oposição
|
2021
|
3 716 203
|
7,9 (4º)
|
6,8
|
8 680 994
|
18,3 (2º)
|
0,2
|
0000000000000114
|
35
|
Oposição
|
Senado
Data
|
M. Uninominal
|
M. Proporcional
|
Senadores
|
+/-
|
Votos
|
%
|
+/-
|
Votos
|
%
|
+/-
|
1964
|
|
1 001 045
|
11,2 (2.º)
|
|
0000000000000000
|
|
1970
|
1 889 157
|
14,3 (2.º)
|
3,1
|
0000000000000000
|
|
1976
|
1 245 406
|
7,5 (2.º)
|
6,8
|
0000000000000000
|
|
1982
|
Não se apresentou
|
1988
|
3 293 460
|
18,1 (2.º)
|
|
0000000000000000
|
|
1994
|
8 805 038
|
25,7 (2.º)
|
7,6
|
0000000000000025
|
25
|
1997
|
7 881 121
|
26,9 (2.º)
|
1,2
|
0000000000000033
|
8
|
2000
|
14 208 973
|
38,1 (1.º)
|
|
14 339 963
|
38,2 (1.º)
|
11,3
|
0000000000000060
|
27
|
2006
|
13 896 869
|
33,5 (1.º)
|
4,6
|
14 043 213
|
33,6 (1.º)
|
4,6
|
0000000000000052
|
8
|
2012
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Ver também
Referências
- ↑ https://www.pan.org.mx/prensa/posicionamiento-de-accion-nacional/
- ↑ https://www.proceso.com.mx/nacional/2021/9/7/el-pan-refrenda-su-postura-antiaborto-tras-postura-de-la-corte-contra-la-criminalizacion-271431.html/
- ↑ https://www.lja.mx/2018/04/pan-sigue-oponiendose-a-los-derechos-de-la-comunidad-lgbt-de-aguascalientes/
- ↑ https://aristeguinoticias.com/0305/mexico/pan-bloquea-el-matrimonio-igualitario-en-tamaulipas/
- ↑ https://books.google.com/books/about/Mexico_s_New_Politics.html?hl=es&id=WOBRb0wKpocC/
- ↑ Adler-Lomnitz, Larissa; Salazar-Elena, Rodrigo; Adler, Ilya (2010). Symbolism and Ritual in a One-Party Regime: Unveiling Mexico's Political Culture. University of Arizona Press. p. 293
- ↑ Mazza, Jacqueline (2001). Don't Disturb the Neighbors: The United States and Democracy in Mexico, 1980-1995. Routledge. p. 9
- ↑ Needler, Martin C. (1995). Mexican Politics: The Containment of Conflict 3rd ed. Praeger Publishers. p. 61
- ↑ Bensusán, Graciela; Middlebrook, Kevin J. (2012). Organized Labor and Politics in Mexico. The Oxford Handbook of Mexican Politics. Oxford University Press. p. 347
- ↑ Wiltse, Evren Çelik (2007). Globalization and Mexico. Globalization: Universal trends, regional implications. University Press of New England. p. 214
- ↑ Cornelius, Wayne A. (2002). Mexicans Would Not Be Bought, Coerced. The Mexico Reader: History, Culture, Politics. Duke University Press. p. 684
- ↑ «El legado de la derecha en Chihuahua». Jacobin América Latina (em espanhol). 17 de fevereiro de 2021
- ↑ «« En México, la tentación de la esperanza » - Le Monde diplomatique en español». mondiplo.com (em espanhol)
Ligações externas
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