O Partido Democrático (em turco: Demokrat Parti; sigla: DP) é um partido político de centro-direita conservador da Turquia, fundado em 1983 com o nome de Partido da Via Justa (Doğru Yol Partisi; DYP) por Süleyman Demirel. É o sucessor do partido anterior homónimo e do Partido da Justiça (Adalet Partisi; AP), dois partidos com ideologias semelhantes que foram ilegalizados após os golpes militares de, respetivamente, 27 de maio de 1960 e de 12 de setembro de 1980. O nome atual foi adotado em maio de 2007. Em novembro de 2009 o Partido da Pátria (Anavatan Partisi; ANAP) fundiu-se com o Partido Democrático.
O Partido da Via Justa esteve à frente de quatro governos. Um desses governos foi chefiado por Demirel e os outros três pela primeira primeira-ministra da Turquia, Tansu Çiller. Atualmente (2010), o partido não tem qualquer deputado no parlamento turco, tendo obtido 1 898 873 votos (5,42%) nas eleições legislativas de 2007.[1] Segundo os analistas, grande parte dos anteriores votantes no partido passaram a votar no Partido da Justiça e Desenvolvimento (Adalet ve Kalkınma Partisi, AKP), que está no poder desde 2002.
Em 5 de maio de 2007 foi anunciada a fusão do DYP e do ANAP, tendo então o nome do Partido da Via Justa mudado para Partido Democrático. No entanto, pouco antes das eleições a fusão foi abortada,[2] apesar do ANAP não concorrer às eleições. Após as eleições de 2007, Mehmet Ağar demitiu-se da liderança do partido,[3] sendo substituído por Süleyman Soylu, que por sua vez seria substituído em maio de 2009 por Hüsamettin Cindoruk.
O DP é considerado um partido de centro-direita, conservador e kemalista. Por vezes é comparado ao Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) por ter estruturas conservadoras semelhantes, apesar dos dois partidos terem origens consideravelmente diferentes. A história do DP remonta ao partido histórico homónimo, fundado em 1946, aquando da introdução do pluripartidarismo na Turquia, enquanto que o AKP foi fundado pela antiga ala moderada do Partido da Virtude (Fazilet Partisi; FP), de matiz islamista, declarado inconstitucional e desmantelado em junho de 2001.[4] O logotipo do DYP, um cavalo branco em fundo vermelho, derivava da corruptela popular do nome do partido anterior — a palavra demokrat era de difícil pronúncia para os eleitores rurais, os quais achavam mais fácil pronunciar "demir kır at" (ferro, cavalo branco).[5] Após a mudança de nome em 2007 para o nome do partido de 1946, foi acrescentada um mapa da Turquia atrás do cavalo branco.
O predecessor homónimo do atual DP foi um partido conservador responsável por relaxar as estritas leis do secularismo impulsionadas por Atatürk. Quando se deu o golpe militar, o DP estava no governo, tendo como primeiro-ministro Adnan Menderes, que foi deposto e executado por enforcamento. O DP foi ilegalizado pela novo regime, mas no ano seguinte os seus antigos membros formaram pelo menos dois partidos, o Partido Nova Turquia (Yeni Türkiye Partisi) e o Partido da Justiça (Adalet Partisi, AP).[6]
O Partido da Justiça, fundado pelo general Ragıp Gümüşpala, conseguiu recuperar a maior parte das estruturas do DP, principalmente nas regiões ocidentais, embora no início o primeiro tenha sido mais bem sucedido na mesma tarefa nas regiões orientais.[7]
O AP esteve no governo, sozinho ou em coligação, durante a maior parte das décadas de 1960 e 1970. Em 26 de março de 1971, o governo do AP chefiado por Süleyman Demirel foi ameaçado pelos militares e forçado a demitir-se. Em 1980, os militares foram mais longe, levando a cabo um novo golpe, desta vez não palaciano, no qual foi deposto o governo, igualmente chefiado por Demirel, e suprimindo todos os partidos.[8]
Em 1983 Demirel fundou o Partido da Via Justa (Doğru Yol Partisi, DYP), com um programa mais laico que o seu antecessor. Apesar disso, o DYP foi declarado ilegal e os seus membros foram perseguidos. Finalmente, em 1987, depois do clima político ter acalmado, o DYP foi legalizado e rapidamente ganhou grande sucesso. Nas eleições gerais de 1991, o DYP derrotou o Partido da Pátria (Anavatan Partisi, ANAP) e o Partido Social Democrata Populista (Sosyaldemokrat Halkçı Parti, SHP). Süleyman Demirel foi nomeado primeiro-ministro de um governo de coligação entre o DYP e o SHP. Demirel foi eleito presidente da república em 1993, sendo substituído na liderança do partido por Tansu Çiller, a primeira primeira-ministra da Turquia[9].
Em 1995 a coligação entre o DYP e o SHP desmorou-se, fazendo cair o governo. O SHP tinha-se entretanto fundido no Partido Republicano do Povo (Cumhuriyet Halk Partisi, CHP), o rival histórico do DP. Nas eleições de dezembro desse ano a vitória foi do Partido do Bem-estar (Refah Partisi, RP), de cariz islamista, que obteve 158 deputados e 21,4% dos votos, tendo o DYP ficado em terceiro em número de votos (19,2%) e em segundo em número de deputados (135). O ANAP obteve 19,7% dos votos e 132 deputados.[10] Tansu Çiller foi novamente primeira-ministra à frente de uma coligação com o ANAP, liderado por Mesut Yılmaz. Em junho de 1996, o DYP acabou com a aliança com o ANAP e coligou-se com o RP para formar o primeiro governo islamista da Turquia, tendo como primeiro-ministro o líder do RP, Necmettin Erbakan.[11]
Em 1997, num "golpe silencioso", os militares forçaram a queda do governo RP-DYP. Entretanto a popularidade do DYP tinha sofrido muito com os efeitos na opinião pública do "caso Susurluk, que envolveu relações pouco entre o crime organizado ligado ao tráfico de drogas, o governo e as forças armadas, a pretexto de operações secretas de contra a guerrilha dos separatistas Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). O DYP integrarou outro governo de coligação com o ANAP chefiado por Mesut Yılmaz. Esta coligação conservadora desfez-se em 1998.[carece de fontes?] No mesmo ano, o DYP fomentou o adesão de elementos dos serviços de informação da polícia.[12], o que danificou ainda mais a reputação já débil do partido.[carece de fontes?]
O ANAP continuou no governo após a queda da coligação com o apoio do Partido da Esquerda Democrática (Demokratik Sol Parti, DSP), enquanto que o DYP se juntou ao Partido da Virtude na oposição.
Nas eleições de novembro de 2002 o DYP obteve 9,54% dos votos[13], ligeiramente abaixo do minímo de 10% a que a lei turca obriga para que haja representação parlamentar. No entanto, em novembro de 2004, o partido tinha quatro deputados dissidentes de outros partidos. Tansu Çiller demitiu-se da liderança após a derrota de 2002, tendo sido substituída por Mehmet Ağar, um antigo membro da polícia e um dos principais envolvidos no caso Susurluk.
apoiado
Tansu Ciller becomes Turkey's first woman prime minister, and Demirel elected president
Mr Erbakan became prime minister in June the following year in coalition with Tansu Ciller's centre-right True Path Party
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