Ourém é uma cidade próspera, ao mesmo tempo antiga (possui um castelo) e moderna, com extensas avenidas. A cidade de Ourém é a sede da comarca judicial (com tribunal).
Existem duas localidades no município de Ourém com a categoria de cidade: são elas Fátima e Ourém. As localidades com categoria de vila são Caxarias, Freixianda, Vilar dos Prazeres desde 2004 e Olival em Junho 2009. A cidade de Ourém dista cerca de 26 km da cidade de Leiria, via EN 113, e cerca de 72 km da cidade de Santarém, via EN 356 / A1.
No documento de doação do eclesiástico em 1183 por D. Teresa, afirma-se que o local onde foi construído o castelo anteriormente se chamava Abdegas: "Aprouve-me fazer testamento do eclesiástico de Ourém, que antes se chamava Abdegas". No entanto, no foral de Leiria de 1142 a palavra Ourém (Portus de Auren) já era referida, pela primeira vez, como limite territorial do termo de Leiria, e parece indicar um curso de água, correspondente à ribeira de Seiça. Em 1159 na doação do Castelo de Ceras, e em 1167 num documento do Bispo de Lisboa a D. Afonso Henriques sobre uma disputa territorial com os Templários, tinha voltado a aparecer Portus de Auren.
A palavra Portus significava uma travessia de um rio ou ribeiro. A comparação dos documentos leva a concluir que o "Porto de Ourém" se situava entre a Sabacheira e Seiça. Por isso, é de crer que inicialmente a palavra Auren designasse apenas a ribeira com os seus terrenos adjacentes.
Aqui viveu entre 1220 e 1266 a Santa Teresa de Ourém.[7] O seu nome foi atribuído a uma rua na cidade. A vida desta personagem está atestada pelo seu culto, mas está envolta em lendas. Apesar de ter festa anual, não integra a lista oficial de santos da Igreja Católica.
Grandemente atingida pelo Terramoto de 1755, a cabeça do concelho mudou-se para a Vila Nova.
Foi incendiada pelo Exército Francês durante a Terceira Invasão Francesa no final de 1810, tendo sobrado, apenas, algumas casas.
Em 1841 a sede do concelho passou da zona histórica do castelo para o vale onde se encontra atualmente, para a Vila Nova.
Desde a primeira metade do século XIX até à sua elevação a cidade em 20 de Junho de 1991,[8] era conhecida como Vila Nova de Ourém. Atualmente o seu nome oficial é apenas Ourém.
Lenda de Oureana
A lenda de Oureana foi divulgada por Frei Bernardo de Brito na "Crónica da Ordem de Cister" (Livro VI, Cap. I).
Num ataque surpresa a Alcácer do Sal, no dia de São João de 1158, o cristão Gonçalo Hermigues, com alguns companheiros, raptou uma princesa moura chamada Fátima e trouxe-a para o lugar na Serra de Aire que mais tarde se veio a chamar pelo nome da princesa. Mais tarde, no seu cativeiro, a moura apaixonou-se pelo cristão e resolveu batizar-se para poder casar com o seu amado. Para seu nome de batismo escolheu Oureana. Daqui, segundo a lenda, teria tido origem o nome da vila de Ourém.
Freguesias
O município de Ourém está dividido em 13 freguesias:[3]
★ Os Recenseamentos Gerais da população portuguesa, regendo-se pelas orientações do Congresso Internacional de Estatística de Bruxelas de 1853, tiveram lugar a partir de 1864, encontrando-se disponíveis para consulta no site do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste município à data em que os censos se realizaram.
De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no município à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente
No âmbito do Inquérito à Arquitetura Portuguesa do século XX, realizado pela Ordem dos Arquitetos, foram inventariadas 9 obras no concelho, duas das quais na cidade de Ourém, ambas da autoria do arquiteto Carlos Manuel Oliveira Ramos:
Casas dos Magistrados – Rua Dr. Carlos Faria de Almeida
Estação de Autocarros – Praça da República.
Urbanismo
Presentemente Ourém tem um edifício dos Paços do Concelho novo (inaugurado em junho de 2009), sendo o antigo edifício agora utilizado para a Assembleia Municipal de Ourém. No centro da cidade tem um jardim público, apesar de ter outro muito maior nos arredores da cidade, chamado Parque Linear.
Tem quatro jardins de infância, uma escolas de ensino básico, uma escola de ensino básico e secundário e uma escola profissional.
Tem vários centros comerciais e um mercado, que funciona todas as quintas e sábados de manhã. Tem uma biblioteca, uma piscina municipal, um cinema, um lar de idosos, um centro de saúde, um quartel de bombeiros e uma esquadra da PSP e outra da GNR. Também tem duas escolas de música com paralelismo pedagógico reconhecido pelo Ministério da Educação, um centro de negócios e uma estação rodoviária.
Vinho de Ourém
O vinho medieval de Ourém está consagrado na Lei desde 11 de fevereiro de 2005, enquanto vinho de qualidade produzido em região determinada (V.Q.P.R.D.), neste caso, no concelho de Ourém. Existem largas centenas de vitivinicultores registados no concelho.[15]
↑INE (2012). «Quadros de apuramento por freguesia»(XLSX-ZIP). Censos 2011 (resultados definitivos). Tabelas anexas à publicação oficial; informação no separador "Q101_CENTRO". Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 27 de julho de 2013
↑Baptista, António Rodrigues (2020). Santa Teresa de Ourém. Ourém: [s.n.]
↑Lourenço, Manuel (2009). O Palhete Medieval de Ourém. Contributos para a sua promoção e valorização turística, Mestrado em Engenharia Agronómica - Instituto Superior de Agronomia.