OpenBazaar é um projeto de código aberto que desenvolve um protocolo para transações de comércio eletrônico em um marketplace completamente descentralizado.[1] Ele utiliza criptomoedas como forma de pagamento e foi inspirado em um projeto de hackathon chamado DarkMarket.[2]
História
Em abril de 2014, em um hackathon em Toronto, Amir Talai, programador e entusiasta de Bitcoin, acompanhado de uma equipe de outros desenvolvedores, criou o protótipo de um marketplace descentralizado, chamado de "DarkMarket".[3] O DarkMarket foi desenvolvido como uma prova de conceito em resposta ao fechamento do mercado darknet Silk Road em outubro de 2013. Taaki comparou as melhorias do Darkmarket em relação à Silk Road às melhorias do BitTorrent em relação ao Napster.[3]
Após o DarkMarket ter sido revelado no hackathon, o desenvolvedor Brian Hoffmann entrou em contato com a equipe para tentar ajudar com o projeto, mas descobriu que Taaki não tinha mais planos de continuar o seu desenvolvimento.[4] Ele então bifurcou o projeto e passou a chamá-lo de"OpenBazaar".[5] O OpenBazaar, assim como o DarkMarket, foi inicialmente licenciado sob a licença GNU AGPLv3, mas após uma discussão com os desenvolvedores, ele foi relicenciado sob a licença MIT em 8 de setembro de 2014.[6] Em 2015, a equipe de desenvolvimento do OpenBazaar começou a reconstruir completamente o código base, sem deixar remanescentes do código original do DarkMarket,[7] e fez seu primeiro lançamento do software em 4 de abril de 2016.[8] A versão 2.0 do software foi lançada em 1º de novembro de 2017 e incluiu uma grande reformulação do sistema, assim como melhorias na experiência do usuário.[9]
Em junho de 2015, os desenvolvedores mais ativos do OpenBazaar receberam um financiamento para formar uma companhia chamada OB1, para continuar melhorando o protocolo OpenBazaar.[10] Em dezembro de 2016, o projeto recebeu 3 milhões de dólares em financiamento de empresas de capital de risco e investidores,[11] somando um investimento total de 4 milhões de dólares no projeto.[12]
Em uma entrevista ao site Bitcoinist.net, Sam Patterson, COO do OB1, explicou os objetivos por trás do lançamento do OpenBazaar: "Os marketplaces centralizados atuais como a Amazon e o eBay tiveram décadas para construir uma suíte impressionante de funcionalidades para seus usuários. Nosso primeiro lançamento tem as vantagens de ter 0% de taxas e de usar o Bitcoin, mas ainda levará bastante tempo até termos tantas funcionalidades quanto as grandes plataformas."[13]
Design
O OpenBazaar foi desenvolvido utilizando diversas tecnologias já existentes. As transações entre os usuários são construídas como contratos Ricardianos e cada passo da troca é assinado criptograficamente. Isso garante a autenticidade dos dados, previne tampering com os contratos e permite a existência de arbitragem, caso surgir uma disputa entre o comprador e o vendedor. A custódia se dá através de um sistema de múltiplas assinaturas. Estas 'transações moderadas' são uma assinatura múltipla 2-de-3, na qual o comprador, o vendedor e um terceiro de confiança possuem uma chave.[14] Os pagametnos são realizados utilizando-se criptomoedas. Inicialmente somente Bitcoin era suportado para o envio e recebimento de pagamentos. No final de 2016 o serviço ShapeShift foi integrado à plataforma, permitindo enviar pagamentos em diversas outras criptomoedas.[15] Em Janeiro de 2018, foi adicionado suporte às moedas Bitcoin Cash e Zcash, permitindo que compradores e vendedores pudessem realizar transações diretas com essas moedas, evitando as taxas de transação relativamente altas da rede bitcoin na época.[16]
A rede do OpenBazaar baseia-se no InterPlanetary File System (IPFS) para garantir a distribuição dos dados, e desde fevereiro de 2017 ela também suporta integração com o Tor.[17]
Ver também
Referências
Ligações externas