O solo predominante é o regossolo[12] (chamado, na nova classificação brasileira de solos, de neossolo[13]), que apresenta textura formada por areia, é bem drenado e apresenta nível de fertilidade entre médio e alto, porém é rochoso e pouco desenvolvido, com profundidade rasa.[10] Por esse motivo, é coberto por uma vegetação de pequeno porte, a caatinga hiperxerófila, típica do sertão, sem folhas na estação seca. Entre as espécies mais encontradas estão o facheiro (Pilosocereus pachycladus), o faveleiro (Cnidoscolus quercifolius), a jurema-preta (Mimosa hostilis benth), o marmeleiro (Cydonia oblonga), o mufumbo (Combretum leprosum) e o xique-xique (Pilosocereus polygonus).[10]
O clima é semiárido[14] (do tipo Bsh na classificação climática de Köppen-Geiger), com chuvas concentradas em poucos meses. Segundo dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), desde julho de 1962 o maior acumulado de chuva em 24 horas registrado na cidade atingiu 176 milímetros (mm) em 9 de abril de 2008. Abril de 1974, com 523,8 mm, detém o recorde de mês mais chuvoso da série histórica, enquanto o maior acumulado anual foi registrado em 1985, com 1 897,6 mm.[15] Desde novembro de 2019, quando entrou em operação uma estação meteorológica automática da EMPARN na cidade, a menor temperatura foi de 19,6 °C em 21 de julho de 2020 e a maior alcançou 39,8 °C em 12 de dezembro de 2019.[16]
Conforme pesquisa de autodeclaração do mesmo censo, 52,44% dos habitantes eram pardos, 44,69% brancos, 2,33% pretos e 0,54% amarelos.[23] Todos os habitantes eram brasileiros natos[24] (78,43% naturais do município),[25] dos quais 99,33% naturais do Nordeste, 0,48% do Sudeste e 0,19% sem especificação. Dentre os naturais de outras unidades da federação, a Paraíba tinha o maior percentual de residentes (3,07%), seguido por São Paulo (0,4%) e pelo Ceará (0,35%).[26]
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do município é considerado baixo, de acordo com dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Segundo dados do relatório de 2010, divulgados em 2013, seu valor era 0,585, estando na 127ª posição a nível estadual e na 4 585ª colocação a nível nacional. Considerando-se apenas o índice de longevidade, seu valor é 0,719, o valor do índice de renda é 0,577 e o de educação 0,482.[2] No período de 2000 a 2010, o índice de Gini, que mede a desigualdade social subiu de 0,467 para 0,491[27] e a proporção de pessoas com renda domiciliar per capita de até R$ 140 caiu 33,2%. Em 2010, 66,8% da população vivia acima da linha de pobreza, 15,37% entre as linhas de indigência e de pobreza e 17,83% abaixo da linha de indigência. No mesmo ano, os 20% mais ricos eram responsáveis por 51,2% do rendimento total municipal, valor pouco mais de dezenove vezes superior ao dos 20% mais pobres, de apenas 2,69%.[28]
Política
A administração municipal se dá através de dois poderes: o executivo, exercido pelo prefeito e secretários municipais, e o legislativo, representado pela câmara municipal, constituída por nove vereadores. Cabe à casa elaborar e votar leis fundamentais à administração e ao executivo, especialmente o orçamento municipal (conhecido como Lei de Diretrizes Orçamentárias).[29] A atual chefe do executivo municipal é Maria Helena Leite Queiroga, e o vice Antonimar Amorim Carlos,[30] eleitos em 2016 com 50,17% dos votos válidos.[31]
Existem também alguns conselhos municipais atualmente em atividade: alimentação escolar, assistência social, direitos da criança e do adolescente, direitos da mulher, direitos do idoso, educação, FUNDEB, meio ambiente, saúde e tutelar.[32][33] O município se rege por sua lei orgânica, promulgada em 1990[34] e revisada em 2018,[29] e é termo judiciário da comarca de Umarizal, de primeira entrância.[35] Olho-d'Água do Borges pertence à 39ª zona eleitoral do Rio Grande do Norte e possuía, em dezembro de 2018, 4 071 eleitores, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que representa 0,17% do eleitorado potiguar.[36]
Conforme a prefeitura, a cidade possui duas unidades de saúde, uma básica em turno integral e outra mista funcionando 24 horas/dia.[47] Em 2010, a expectativa de vida ao nascer do município era de 68,14 anos, com um índice de longevidade de 0,719. A taxa de fecundidade era de 2,3 filhos por mulher e a taxa de mortalidade infantil (até um ano de idade) de 32,6 por mil nascidos vivos.[20] Em abril do mesmo ano a rede profissional de saúde do município era constituída por dezessete auxiliares de enfermagem, cinco médicos, quatro enfermeiros, dois cirurgiões dentistas, dois assistentes sociais, um fisioterapeuta e um farmacêutico, totalizando 32 profissionais.[48]
Segundo dados do Ministério da Saúde, de 1990 a 2016 o município registrou quatro casos de AIDS, todos do sexo feminino, e, entre 2001 e 2016, foram notificados 541 casos de dengue e um de leishmaniose. Em 2017, o percentual de crianças nascidas de mães com idade entre dez e dezenove era de 22,2% e a taxa de mortalidade infantil até os cinco anos de 27,78 por mil nascidos vivos.[49] O município pertence à VI Unidade Regional de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (URSAP-RN), sediada na cidade de Pau dos Ferros.[50]
O fator "educação" do IDH no município atingiu em 2010 a marca de 0,482,[20] ao passo que a taxa de alfabetização da população acima dos dez anos indicada pelo último censo demográfico do mesmo ano foi de 67,3% (75,1% para as mulheres e 59,8% para os homens).[53] As taxas de conclusão dos ensinos fundamental (15 a 17 anos) e médio (18 a 24 anos) eram de 44,75% e 31,25%, respectivamente.[51]
Ainda em 2010, Olho-d'Água do Borges possuía uma expectativa de anos de estudos de 9,77 anos, valor acima da média estadual (9,14 anos). O percentual de crianças de cinco a seis anos na escola era de 100% e de onze a treze anos cursando o fundamental de 79,03%. Entre os jovens, a proporção na faixa de quinze a dezessete anos com fundamental completo era de 44,98% e de 18 a 20 anos com ensino médio completo de apenas 24,1%. Considerando-se apenas a população com idade maior ou igual a 25 anos, 40,64% tinham ensino fundamental incompleto e eram analfabetos, 34,82% fundamental completo e alfabetizados, 13,32% médio completo e superior incompleto, 7,29% fundamental completo e médio incompleto e 3,93% superior completo.[20]
Em 2018 o município possuía uma rede de seis escolas de ensino fundamental, cinco do pré-escolar e apenas uma de ensino médio, sendo todas da rede pública de ensino, com um total de 787 matrículas.[54] Em 2018, a distorção idade-série entre alunos do ensino fundamental, ou seja, com idade superior à recomendada, era de 14,7% para os anos iniciais e 48,9% nos anos finais, sendo essa defasagem no ensino médio de 21,7%.[20]
Filhos ilustres
Olho-d'Água do Borges é a terra natal do cantor Dorgival Dantas.
↑Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Rio Grande do Norte (SEMARH/RN). «Ficha técnica do Reservatório Brejo». Consultado em 19 de novembro de 2019
↑Subcoordenadoria de Vigilância Sanitária do Rio Grande do Norte (SUVISA/RN). «Municípios - VI URSAP». Consultado em 23 de novembro de 2019. Arquivado do original em 14 de março de 2014