O Rap do Pequeno Príncipe Contra as Almas Sebosas

O Rap do Pequeno Príncipe Contra as Almas Sebosas
 Brasil
2000 •  1h 15 min 
Género drama
Direção Paulo Caldas, Marcelo Luna
Roteiro Paulo Caldas, Marcelo Luna, Fred Jordão
Elenco Helinho, Alexandre Garnizé
Idioma língua portuguesa

O Rap do Pequeno Príncipe Contra as Almas Sebosas é um documentário brasileiro.[1] Lançado em 31 de agosto de 2000, por Paulo Caldas e Marcelo Luna exibem uma linguagem ousada para o gênero do documentário ao utilizarem elementos da linguagem de ficção.[2]

Documentário

Paulo Caldas é diretor e roteirista de cinema, televisão e publicidade, estreou em 1997, com o filme Baile perfumado, que se tornou um clássico do cinema brasileiro contemporâneo, premiado em diversos festivais, sucesso de crítica e público. Em 2000, realizou, ao lado de Marcelo Luna, o documentário O Rap do Pequeno Príncipe contra as Almas Sebosas, que participou da seleção oficial do Festival de Veneza, representou o Brasil no Festival de Havana, onde levou o prêmio Grand Coral de Melhor Documentário. Participou também do Festival de Cinema de Cuiabá, vencendo na categoria de Melhor Direção,[3] e da Jornada Internacional de Cinema da Bahia, onde obteve o Prêmio Glauber Rocha.[4]

O longa de Caldas é um registro histórico da juventude e da cultura urbana da capital pernambucana. Conta a história de Garnizé e Helinho: dois personagens reais, moradores de Camaragibe, uma das áreas periféricas mais pobres do Brasil, na Região Metropolitana do Recife, um desses lugares onde "a polícia não entra, o Estado não atua", e a sociedade prefere esquecer.[4][5]

O Pequeno Príncipe do título é o codinome de Helinho, um justiceiro acusado de matar 65 bandidos no município de Camaragibe. Helinho é querido pela comunidade por eliminar as almas sebosas - expressão local que designa os indivíduos que fazem mal às pessoas, os indesejados que "merecem morrer para que a paz na comunidade seja garantida".[6][7] Garnizé, 26 anos, é baterista da banda de rap Faces do Subúrbio, militante político, admirador de Che Guevara, Malcolm X e Zumbi. Líder comunitário em Camaragibe, vê na educação a solução para os problemas do seu meio e, na música, um caminho para conscientização das pessoas e mudança da sua realidade. Helinho e Garnizé se conheciam. Garnizé fora assaltado numa das encruzilhadas de Camaragibe. No dia seguinte, a alma sebosa já tinha sido despachada. Helinho tinha providenciado a aplicação da "justiça" porque era admirador do músico. Ganhou a gratidão eterna de Garnizé.[3][4]


Prêmios e Indicações

Ano Prêmio Categoria Indicação Resultado Ref.
2000 Festival de Cinema de Cuiabá Prêmio Coxiponé - Melhor Direção Paulo Caldas e Marcelo Luna Venceu
Havana Film Festival Grand Coral - Second Prize (Documentário) Venceu
Jornada Internacional de Cinema da Bahia Prêmio Glauber Rocha Venceu [8]

Referências

  1. João Nunes da Silva (ed.). «Universidade Federal da Bahia– UFBA» (PDF). Consultado em 15 de março de 2016 
  2. «Os Pequenos Príncipes um breve comentário sobre o vencedor da competição brasileira do Festival É Tudo Verdade 2000». Contra-Campo. Consultado em 15 de março de 2016 
  3. a b O rap do Pequeno Príncipe contra as Almas Sebosas em exibição no Cineclube VENTURA. Centro Universitário AESO Barros Melo - UNIAESO, 9 de abril de 2018.
  4. a b c Oricchio, Luiz Zanin. O Rap do Pequeno Príncipe Contra as Almas Sebosas documenta violência urbana. Terra, 31 de agosto de 2000. Cópia arquivada em 16 de março de 2016.
  5. «Documentário mostra a difícil realidade de dois jovens da periferia de Pernambuco». TV Brasil. Consultado em 15 de março de 2016 
  6. O rap do pequeno príncipe contra as almas sebosas, observatoriodoaudiovisual.com.br, 20 de junho de 2018.
  7. Em 1997, Helinho (Hélio José Muniz; Camaragibe, 22 de junho de 1977 — Recife, 15 de janeiro de 2001) foi preso, no Presídio Professor Aníbal Bruno, em Recife, onde seria assassinado, aos 24 anos de idade, por três outros detentos. Ver Helinho, o justiceiro mais novo do Brasil. Por Dilson Fonseca, correiodecorumbapantanal.com.br, 24 de setembro de 2023.
  8. «Salvador é sede da Jornada de Cinema da Bahia». O Estado de São Paulo. 18 de setembro de 2000. Consultado em 19 de março de 2023 

Ligações externas

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