Em janeiro de 1914, o designer Gustave Delage ingressou na Société Anonyme des Etablissements Nieuport, e iniciou o trabalho em uma série de aeronaves que permaneceria em produção para o resto da Primeira Guerra Mundial. O Nieuport 10 foi um destes primeiros modelos e foi originalmente concebido para participar da corrida Gordon Bennett Trophy de 1914. Mas com o início da Primeira Guerra o concurso foi cancelado e o modelo passou para a designação militar para uma aeronave de reconhecimento, assim entrando em serviço em 1915.
O modelo possuía um distintivo "V" em seus montantes entre as asas. As asas inferiores eram menores em área que as asas superiores. O conceito foi intencionado para ter a força de um biplano com células de asas de corda com visibilidade boa como em um monoplano parasol.[nota 1]
Muitos modelos foram convertidos ou construídos como caças monopostos, onde cobria-se o cockpit dianteiro e adicionava-se uma metralhadora Lewis ou Vickers para disparo na parte de cima da asa superior, desta forma a aeronave era usada como um caça.
Dois maiores tipos foram produzidos a partir do Nieuport 10 – o Nieuport 11Bébe – um pequeno avião, designado para iniciar como um monoposto, e o Nieuport 12 – um modelo mais potente biposto com asa superior mais larga. Em adição a produção foi focada na versão de treino sob a designação Nieuport 83 E.2 com mudança de detalhes. Uma única versão triplana, usando o airframe do Nieuport 10 foi construída para testes com asas escalonadas incomuns.
Detalhes de asas e ailerons do Nieuport 10
Uso operacional
Muitos dos ases da aviação franceses voarem no Nieuport 10, o mais conhecido deles foi Georges Guynemer que usou vários Nieuport 10, todos marcados "Vieux Charles". Jan Olieslagers foi o piloto de um Nieuport 10 que tornou-se o primeiro belga a abater outra aeronave, enquanto a primeira vitória aérea canadiana foi também realizada abordo de um Nieuport 10, pilotado pelo Subtenente Arthur Ince.
Variantes
Nieuport X.B
Primeira designação distinguindo-o do antecessor não relacionado o monoplano Nieuport X.
Nieuport X.AV
Designação da companhia em que o artilheiro/observador sentava-se à frente do piloto.
Nieuport X.AR
Designação da companhia em que o artilheiro/observador sentava-se na traseira e o piloto à frente.
Nieuport 10 A.2
Monoposto de reconhecimento (Artillerie), similar ao Nieuport X.AR.
Nieuport 10 C.1
Variante monoposto de caça. Inspirou o desenvolvimento do Nieuport 11 C.1.
Nieuport 10 E.2
Nieuport 10 A.2s usado para treino.
Nieuport 83 E.2
Construído com finalidade de treinamento com modificações detalhadas
Nieuport 10 triplane
Plataforma de testes para um triplano com asas em escalonamento incomum.
Nieuport-Macchi 10.000
Versão italiana do Nieuport 10 com muitos detalhes de modificações.
Nieuport 18 ou 18 metros Nieuport
Descrição não oficial de um modelo básico baseado em uma asa nominal com área de 18 metros quadrados.
Cooksley, Peter (1997). Nieuport Fighters In Action. Col: In Action Aircraft Number 167. Carrollton, TX: Squadron/Signal Publications. ISBN978-0897473774
Davilla, Dr. James J.; Soltan, Arthur (1997). French Aircraft of the First World War. Mountain View, CA: Flying Machines Press. ISBN978-1891268090
Durkota, Alan; Darcey, Thomas; Kulikov, Victor (1995). The Imperial Russian Air Service — Famous Pilots and Aircraft of World War I. Mountain View, CA: Flying Machines Press. ISBN0-9637110-2-4
Nicolli, Riccardo (janeiro–fevereiro de 1998). «Atlantic Sentinels: The Portuguese Air Force Since 1912». Air Enthusiast (73). pp. 20–35. ISSN0143-5450
Rimmell, Ray (1990). World War One Survivors. Bucks: Aston Publications. ISBN0-946627-44-4