Filho do médico Francisco Salmerón López, e de Rosalía Alonso García, seu pai era conhecido pela convicção das suas ideias liberais (que o levariam a colaborar na tentativa de pronunciamento liberal de Almeria, conhecido como Los Coloraos). Batizado como Nicolás María del Carmen, queixara-se da sua infância, falto do carinho materno, pois sua mãe faleceu muito nova e foi criado pelas suas rígidas irmãs.
O seu irmão maior, Francisco nascido em 1822,[1] também liberal, foi deputado por Almeria nas Constituintes de 1854 e ministro de Graça e Justiça em união com Joaquín Aguirre, e ministro de Ultramar.
Desde bem novo conheceu o krausismo, que influiu decisivamente na sua vida posterior, até evoluir para o positivismo. Afiliado ao Partido Democrático, publicou diversos artigos políticos nos diários La Discusión e La Democracia, sendo detido durante o reinado de Isabel II a 13 de julho de 1867 pelas suas ideias políticas, junto a Pi i Margall entre outros, permanecendo cinco meses preso.
Em 1874 regressou à sua cátedra de Metafísica, mas com a Restauração bourbônica terá sido privado da praça a 17 de julho de 1875 num amplo processo de depuração universitária. Embora tratasse de manter um escritório de advogados em Madrid, a situação obrigou-o ao exílio em Paris, onde junto a Manuel Ruiz Zorrilla fundaria o Partido Republicano Progressista. Não voltou para Espanha até 1885, após a anistia de Práxedes Mateo Sagasta de 1881, e pôde recuperar a sua cátedra. Foi deputado novamente em 1886, e depois de 1893 até 1907. Neste tempo manteve uma clara vocação política republicana e, em palavras de Claudio Sánchez Albornoz, tornar-se-ia na "sombra da República que um dia terá de chegar". A sua incessante atividade levou-o a fundar o jornal La Justicia, integrar-se no partido União Republicana (antes fora eleito pelo Partido Progressista) e a modificar as suas primeiras convicções unitárias por um apoio ao catalanismo moderado, ingressando em Solidaritat Catalana.
De saúde precária, aproveitava as férias para receber águas termais. Mandou construír na sua povoação natal uma magnífica vila onde residir, enquanto tomava os banhos no balneário de San Nicolás de Alhama, a cuja Comissão de Banhos ele próprio pertencia.
Faleceu em Pau, França, a 20 de setembro de 1908, enquanto se encontrava de férias. Em 1915 os seus restos foram transladados para o monumento funerário levantado no cemitério civil de Madrid, à direita do mausoléu de Francisco Pi y Margall, o seu predecessor na presidência da Primeira República Espanhola. No seu epitáfio aparece uma glosa realizada por Georges Clemenceau (primeiro-ministro francês de 1907 a 1912), lembrando que "deixou o poder por não assinar uma sentença de morte".
Bibliografia
RUIZ CORTÊS, F., e SÁNCHEZ COBOS, F., Diccionario Biográfico de Personajes Históricos del Siglo XIX Español. Madrid, 1998.