Neil Ferreira (Cerqueira César, 18 de abril de 1943 São Paulo, 7 de novembro de 2017) foi um publicitáriobrasileiro atuante entre os anos 1961 e 2005[1]. Trabalhou a Standard Propaganda,CNI, P.A Nascimento, Alcântara Machado Publicidade, Salles Interamericana de Publicidade, Norton Propaganda e DPZ de Roberto Duailibi, Petit e Zaragoza. Nesta última permaneceu por 18 anos e ganhou muitos prêmios como dupla de criação com José Zaragoza.
Biografia
Neil Ferreira nasceu em 18 de abril de 1943 em Cerqueira César, no interior de São Paulo, onde seu tio avô Miguel e o avô Scandra Haddad traduzido para Alexandre Ferreira e eram prósperos comerciantes. Até hoje a praça central da cidade leva o nome de irmãos Ferreira, em homenagem a eles. O pai Antônio formado em direito sem nunca ter exercido, morreu quando Neil ainda era criança. A mãe, Lília criou o filho sozinha. Neil fez o Ensino Fundamental em um interno em Botucatu. Em 1958, aos 15 anos, veio para São Paulo fazer o Ensino Médio no Liceu Sagrado Coração de Jesus, em Campos Elíseos. Iniciou a Faculdade de Direto da USP para morar na casa do estudante e largou, depois de dois anos.Formou- se mais tarde em Sociologia e Política na USP.[2][3]
Carreira
Foi trabalhar como office boy na redação do Diário da Noite, que fazia parte dos Diários Associados, recomendado pelo primo do pai-Jorge Ferreira, que trabalhava na Revista O Cruzeiro. Depois passou a redator onde ficou dos 17 aos 21 anos.
Em seguida começou a trabalhar em publicidade, no jornal Folha de S.Paulo. Foi indicado por Rogério Severino da TV Tupi, para Antônio Nogueira da C.I.N., hoje Leo Burnett onde permaneceu por 6 meses.
Em 1964 foi para a Standard Propaganda (atual Ogilvy) onde foi assistente de Roberto Duailibi, e Cosi Jr e lá ficou por 4 anos.
Em 1967 foi para a Alcântara Machado Publicidade- Almap e trabalhou com Alex Periscinoto por 2 anos (hoje Almap BBDO )
Em 1969 foi para a agência [4] Norton Propaganda, de Geraldo Alonso, ficou por mais 2 anos. Integrou o time dos redatores e criadores de arte: Jarbas José de Souza, Carlos Wagner de Moraes, Anibal Guastavino, José Fontoura da Costa. De 1969 a 1970, esta agência ganhou 48 prêmios e foi escolhida a agência do ano, ganhou o 3º lugar em faturamento no Brasil e Neil ganhou o prêmio de o profissional do ano. A mais famosa foi a campanha “Os Subversivos”.
Em 1977, trabalhou por 48 dias na agência Proeme de Enio Mainardi e neste mesmo foi para a DPZ para trabalhar com José Zaragoza até 2006.Porém houve um intervalo de 1990 a 1992 que foi para na Salles Interamericana de Publicidade, como vice-presidente de criação (atual Publicis Groupe).[5] Voltou para a DPZ quando leu no jornal um pedido inusitado: "Neil queridinho, volte pra casa.Está tudo perdoado!", assinado um enorme Z de Zaragoza. Ficou até 2006 num total de 18 anos. DPZ&T .
Esta [6] dupla criou filmes que marcaram a história da publicidade brasileira.
Depois disso trabalhou como freelancer na conta da Arisco. Teve uma coluna no Jornal do Comércio entre 2008 a 2013.
Neil morreu em São Paulo na data de 07de novembro de 2017 aos 74 anos.
Anúncios premiados
O "Leão do Imposto de Renda[7]" 1978, para a Receita Federal, transformou "leão" em sinônimo de Imposto de Renda, e o único anúncio que faz parte dos mais importantes dicionários[8]
-Dicionário Aurélio, como "Leão é o órgão arrecadador do imposto de renda".
-Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa; "Leão como o órgão responsável pela arrecadação do imposto de renda".
-Academia Brasileira de Letras; "Leão é o órgão encarregado de recolher o imposto de renda
-Gramático e professor da USP Luiz Antonio[9] Sacconio "Leão é o serviço e arrecadação do imposto de renda."
"Menino de olhos vendados", para a Sadia de 1984 que ficou no ar por uma década e lançou o bordão "comprar de olhos vendados' .
[11]"O baixinho da Kaiser (cerveja)" anúncio lançado para a Copa do Mundo de 1998.
As três campanhas para a Repro fornecedora de fotolito
A primeira em 1969, lembrando a futura atuação do menino que estava nascendo;
A segunda em 1971 foi censurada, apreendida e destruída.
Em 1978 no fim da ditadura, época da abertura ampla geral e irrestrita, Neil fez a última da série com desenho de Zaragoza e que dizia: 'Depois de 10 anos trabalhando em mensagens de boa vontade em nome da Repro, JC tira o time para dedicar-se a outra atividade, provavelmente em Brasília onde ele é muito mais necessário." Natal de 1978. Matéria de Telmo Martino para o Jornal da Tarde.
Prêmios
Prêmio Colunistas Nacional de 1969 - Melhor Campanha; 5º lugar / cliente: Sadia / Agência Standard[12]
IV Prêmio Colunistas Nacional 1971- Melhor anuncio da copa/ cliente: Esso /Agência Norton[13]
Prêmio V Colunistas Nacional de 1972 Melhor anúncio de / Agência P.A. Nascimento
Prêmio do ano de 1979 Clio Awards NY -Campanha dos pombos "Eu quero viver"- Conselho Nacional de Propaganda
Prêmio XIV Colunistas Nacional de 1981 Destaques do ano: "A morte do orelhão"/ cliente:TELESP ./ agência DPZ[14]
↑Lemos, Alexandre Zaghi (10 de novembro de 2011). «Geraldo Alonso conta histórias da Norton». Meio e Mensagem - Marketing, Mídia e Comunicação. Consultado em 16 de junho de 2023