Beatriz Moreira Costa, conhecida como Mãe Beata de Iemanjá (Cachoeira, 20 de janeiro de 1931 – Nova Iguaçu, 27 de maio de 2017) foi uma mãe-de-santo,[1] escritora e artesã brasileira, que desenvolveu trabalhos relacionados à defesa e preservação do meio ambiente, aos direitos humanos, à educação, saúde, combate ao sexismo e ao racismo.[5][6][7][8]
Biografia
Beatriz nasceu em Cachoeira de Paraguaçu, no Recôncavo Baiano, em 1931, filha de Maria do Carmo e Oscar Moreira. Desde a infância, era conhecida como Beata. Sobre seu nascimento, relatou ter nascido quando sua mãe saía às pressas de um rio, após o estouro da bolsa.[9]
Durante a década de 1950, Beata se mudou para Salvador, morando com Felicíssima, sua tia e o marido dela, o babalorixá Anísio Agra Pereira, conhecido como Anísio de Logunedé. Durante dezessete anos, Beata foi abiã de seu tio que, posteriormente, faleceu, levando-a a procurar Mãe Olga do Alaqueto, que a iniciou para a orixá Iemanjá, no terreiro do Alaqueto. Antes do falecimento de sua mãe, Beata foi entregue por esta aos cuidados de sua ialorixá Olga do Alaqueto.[9]
Mesmo vivendo em uma família que seguia preceitos patriarcais, fez cursos de teatro amador e participou de grupos folclóricos. Teve quatro filhos com Apolinário Costa: Ivete, Maria das Dores, Adailton e Aderbal, seu marido e primeiro namorado.[9]
No ano de 1969, Beata separou-se do marido, mudando-se para o estado do Rio de Janeiro em busca de melhores condições de vida para ela e sua prole. Beata cria seus filhos com muita dificuldade, exercendo várias funções, tais como empregada doméstica, costureira, manicure, cabeleireira, pintora e artesã. Trabalhou como figurante na Rede Globo de Televisão, atividade resultante de contatos já existentes em Salvador, onde participou da novela “Verão Vermelho”, filmada na referida cidade.[9] Logo após, conseguiu trabalho como costureira na mesma empresa, função da qual se aposentou.[9]
Residindo no bairro de Miguel Couto, Nova Iguaçu, em 20 de abril de 1985 fundou o terreiro Ilê Omiojuarô, no mesmo bairro. Foi ainda presidente da ONG Criola, organização de mulheres negras que atua contra o racismo, o sexismo e a violência contra a mulher.[10]
Ao longo dos anos foi reconhecida por sua ativa militância em favor de diversas causas, especialmente a liberdade religiosa. No ano de 2014, foi homenageada pela escola de samba Garras do Tigre, no Carnaval de Nova Iguaçu.[11]
Receberia a Medalha Tiradentes, por iniciativa do deputado Marcelo Freixo, em 7 de junho de 2017. Morreu em sua casa, em 27 de maio de 2017, aos 86 anos, de causa não informada.[10] A homenagem na ALERJ, ainda assim, está mantida.
Obras publicadas
- Caroço de Dendê – a sabedoria dos terreiros: Como yalorixás e babalorixás passam conhecimentos a seus filhos (1997)
- “Tradição e Religiosidade”, in WERNECK, Jurema (org.). O livro da saúde das mulheres negras. (2000)
- As histórias que minha avó contava. (2005)
Referências