Memória de Minhas Putas Tristes (Memoria de mis putas tristes) foi escrito em 2004 por Gabriel García Márquez e publicado em outubro do mesmo ano nos países de língua espanhola. No Brasil, foi publicado pela Editora Record em 2005, com tradução de Eric Nepomuceno.
Narra a história de um velho cronista e crítico musical que, em seu aniversário de 90 anos, pretende presentear a si mesmo com uma noite de amor louco com uma jovem virgem. Porém, ao vê-la dormindo, não tem coragem de acordá-la e se apaixona por uma garota adormecida.
A história foi inspirada pelo livro A casa das belas adormecidas do Prêmio Nobel japonês Yasunari Kawabata, conforme atestado por sua epígrafe:
- No debía hacer nada de mal gusto, advirtió al anciano Eguchi
- la mujer de la posada. No debía poner el dedo en la boca
- de la mujer dormida ni intentar nada parecido.
Adaptação cinematográfica
O filme Memória de Minhas Putas Tristes foi filmado em formato de 35 milímetros, com duração de 92 minutos, na cidade de São Francisco de Campeche no México. Sob a direção do dinamarquês Henning Carlsen e roteirizado por Jean-Claude Carrière, foi estrelado por Emilio Echevarría, Olivia Molina, Ángela Molina e Geraldine Chaplin. O filme recebeu o Prêmio Especial do Júri Jovem no Festival de Cinema Espanhol de Málaga.[1] Sua estreia ocorreu em 27 de abril de 2012, na 15ª edição do festival de Málaga, onde foi um dos candidatos a receber o Biznaga de Oro e onde ela finalmente ganhou o prêmio especial do júri jovem de melhor filme.[2][3] Estreou nos cinemas mexicanos em 12 de outubro de 2012.
Polêmica
O filme, uma co-produção de México-Espanha-Dinamarca-Estados Unidos, durante suas filmagens levantou controvérsias (2010), devido a seus tópicos, que supostamente promovem o tráfico de crianças e o comércio sexual. A jornalista Lydia Cacho se opôs ao projeto cinematográfico, alegando que, no romance, a intenção falaciosa do ancião em relação à adolescente promove o abuso sexual de menores. Em resposta, a atriz Paola Medina Espinoza (que interpreta Delgadina) disse:
- "Acho que foi uma comunicação ruim. Pessoalmente, tenho muito respeito pelos ativistas, 100%, os admiro muito e me considero parte de sua causa, completamente."
Por sua vez, o diretor defendeu o seguinte:
- "Não há nada que você possa chamar de promoção à pedofilia no filme, é tudo uma história de amor, a história de um velho que quer continuar sentindo e se apaixona. A memória é um filme poético, não uma controvérsia."
O Nobel de Literatura colombiano teria pedido expressamente que esta fosse a última adaptação cinematográfica de um de seus romances.[2]
Referências