Marcelo aparece nas fontes pela primeira vez em 177 a.C., quando foi eleito pontífice.[1] Foi ainda tribuno da plebe em 171 a.C. e pretor de duas províncias, a Hispânia Citerior e Hispânia Ulterior, em 169 a.C., durante a Terceira Guerra Macedônica.[2] Neste período, segundo Estrabão, fundou uma colônia romana em Córdoba, o que contradiz as evidências arqueológicas, que indicam um assentamento muito mais antigo. É provável que ele estivesse se referindo a uma refundação romana.[3]
Primeiro (166 a.C.) e segundo (155 a.C.) consulado
Onze anos depois, foi eleito novamente, desta vez com Cipião Násica Córculo. Venceu os líguresapuanos e obteve um segundo triunfo.[6] O texto dos Fastos Triunfais está danificado neste período e não sobreviveu nenhum pormenor destas duas façanhas.
Foi eleito novamente em 152 a.C. com Lúcio Valério Flaco e recebeu o comando da Segunda Guerra Celtibera, que já estava em seu terceiro ano, de Quinto Fúlvio Nobilior, que já havia dado mostras de incapacidade para fazer face à rebelião dos celtiberos. Tomou várias medidas militares prudentes e adequadas, e soube ganhar os celtiberos com atos de clemência e de visão política. Conseguiu o controle do vale do Jalón e atraiu os nativos com um tratado similar ao conseguido anos antes pelo procônsulTibério Semprônio Graco. Oscilis rendeu-se e os arévacos pediram uma trégua, assim como os belos e títios. Para o sul, vetões e lusões submeteram-se, mas, quando Marco abandonou a região, rebelaram-se novamente. Marcelo conseguiu submetê-los ocupando a cidade de Nertóbriga.
Passou o inverno de 152−1 a.C. em Córdoba, uma colônia fundada por ele antes quando era pretor. Uma embaixada enviada pelos arévacos a Roma não conseguiu a paz, pois o Senado acusou Marcelo de indolência e não apenas não ratificou o acordo como enviou Lúcio Licínio Lúculo, o cônsul-eleito para o ano seguinte, à frente de um novo exército para continuar a guerra. Em paralelo, os arévacos atacaram Nertóbriga, violando o tratado anterior com o próprio Marcelo que, em retaliação, cercou Numância, a capital arévaca. Antes que ela pudesse ser tomada, eles reabriram as negociações e, numa conferência com Marcelo, o líder arévacos, Liteno, ofereceu a rendição incondicional dos povos celtiberos. Um novo tratado de paz foi assinado em Numância, prevendo a entrega de reféns e dinheiro como garantias. O tratado lhe permitiu entregar a província a Lúculo já completamente pacificada.[7][8]
Anos finais
Em 148 a.C., Marcelo foi enviado como embaixador até o rei Massinissa da Numídia, mas morreu quando o navio que o transportava afundou.[9][10]
Broughton, T. Robert S. (1951). The Magistrates of the Roman Republic. Volume I, 509 B.C. - 100 B.C. (em inglês). I, número XV. Nova Iorque: The American Philological Association. 578 páginas
(em alemão) Carolus-Ludovicus Elvers: [I 13] C. Marcellus, M.. In: Der Neue Pauly (DNP). Volume 3, Metzler, Stuttgart 1997, ISBN 3-476-01473-8, Pg. 10.