Marcilio Duarte Lima (Recife, 22 de março de 1941) é um advogado e político brasileiro. Figura presente no cenário político nacional, ficou conhecido por dominar a burocracia na criação de partidos, auxiliando na fundação de sete legendas: PST, PTR, PRONA, PGT, PTN (atual Podemos), PSL e Solidariedade.[1][2] Ganhou os apelidos de "maníaco das siglas" e "rei dos nanicos".[2][3]
Presidiu as duas versões do PST, nos anos 1980 e 1990, além de ter sido vereador no município de Mairinque, em São Paulo.
Biografia
Na década de 1980, trabalhava como advogado trabalhista e atuava no Tribunal Superior do Trabalho. O local ficava próximo ao Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília. Entrou na área política quando se ofereceu aos dirigentes do PTR para ajudar na homologação do partido.[1]
Em 1988, fundou o Partido Social Trabalhista, o qual presidiu.[4] A legenda chegou a ter cinco deputados federais na Câmara.[4] Na eleição de 1989, o PST apoiou a chapa presidencial de Fernando Collor de Mello. Em 1990, chegou a manter conversas para uma candidatura de Silvio Santos ao governo de São Paulo pelo PST, convite declinado pelo apresentador.[5][6] Após o processo de impeachment de Collor, Marcilio cedeu o partido para Álvaro Dias.[4] Posteriormente, o PST fundiu-se com o PTR para formar o Partido Progressista.[7]
Após deixar o PST, ajudou na criação de outros partidos: PGT, do líder sindical Canindé Pegado; o PTN, do político Dorival Abreu; e o PSL, a pedido da família Tuma.[4][2]
O Partido Social Trabalhista seria refundado na década de 1990, novamente sob o comando de Marcilio.[4] A legenda foi dissolvida em 2003, sendo incorporada ao Partido Liberal.[8]
Em entrevista ao Correio Braziliense, Marcilio admitiu que não fez um bom negócio ao negociar a incorporação do PST ao PL. Na época, ele havia sido procurado inicialmente por José Carlos Martinez, do PTB, legenda que, posteriormente, incorporou o PSD. Por causa de uma briga interna, Marcilio desistiu de se unir com o PTB e optou pelo PL. Além do comando do PL em São Paulo, Marcilio concorreu à prefeitura de Mairinque, sendo derrotado. O advogado reclamou da falta de espaço que o PL lhe deu, já que desejava comandar uma autarquia no governo Lula - na época, o partido ocupava o Ministério dos Transportes.[9]
Em 2005, quando veio à tona o escândalo do mensalão, Maria Christina Mendes, ex-mulher de Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, acusou o ex-marido de ter comprado o PST de Marcilio. Por sua vez, Marcilio Duarte negou que houvesse negociação em dinheiro, tendo apenas ficado com o diretório de São Paulo na época.[10]
Na década de 2010, ajudou na criação do Solidariedade, a pedido do líder sindical Paulo Pereira da Silva.[4] Até o registro oficial do partido, era o presidente da sigla.[11]
Histórico eleitoral
Acumulou candidaturas desde a década de 1980, entre elas uma tentativa em ser prefeito de São Paulo em 1992.[12] Conseguiu ser eleito vereador de Mairinque, em 2000.[13] Na eleição de 2002, fez uma campanha misteriosa para deputado federal de São Paulo, em que apenas divulgava a pergunta "Quem é 1818?", sem mostrar o rosto e o nome.[14]
Em 2014, concorreu a deputado federal pelo Solidariedade. Não se elegeu e afirmou ter se decepcionado com os rumos do partido.[1]
Referências