É Técnico em Agropecuária pela Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia, bacharel em Direito pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (UNIFMU) e pós-graduado em Ciências Criminais na Universidade Anhanguera (UNIDERP).[3] Também possui graduações em Direito Constitucional, Direito Administrativo e Antropologia.[4]
Carreira
Polícia Federal
Atuou como delegado da Polícia Federal (PF) nas cidades de Cáceres, Sinop e Barra do Garças.[4] Ele não passou em seu primeiro teste psicotécnico para a ingressão na PF, mas passou no seguinte, em 2004. Ele recorreu na justiça e entrou na polícia em 2008.[2] Foi investigado em dois Processo Administrativo Disciplinares, um por ter aberto investigação contra o ex-marido de sua mulher e outro por supostamente ter desacatado um procurador do Ministério Público Federal. Em 2014, foi afastado de uma operação de desocupação de não-índios na terra indígena Marãiwatsédé, por ter ficado ao lado dos invasores, contra o povo xavante.[2]
CPI da Funai e Incra
Em 2016, foi consultor na CPI da Funai e Incra por convite do agronegócio.[2][5]
Ouvidor da Funai
Atuou como ouvidor da Funai entre 2017 e 2018.[3] Durante sua atuação, se posicionou contra grupos de povos indígenas.[6]
Em janeiro de 2019, foi nomeado para ser assessor de Luiz Antônio Nabhan Garcia, secretário de política fundiária do Ministério da Agricultura (Mapa) e ex-presidente da União Democrática Ruralista (UDR), mas não foi liberado a tempo pela PF e teve sua nomeação cancelada em abril.[2]
Ele pediu para abrir diversos inquéritos policiais contra indígenas e indigenistas. Entre as pessoas e organizações atacadas estão Mário Parwe Atroari, o advogado Jonas Carvalho há anos atua como defensor jurídico dos waimiris-atroaris, Sônia Guajajara, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Almir Suruí[10] e o procurador Ciro de Lopes e Barbuda.[5] Também solicitou o monitoramento do povo paiter suruí por supostamente divulgar dados inverídicos sobre a pandemia de COVID-19.[5]
Após o assassinato de Bruno Pereira e Dom Phillips, a Funai lançou uma nota afirmando que os dois não tinham permissão para entrar na Terra Indígena Vale do Javari, informação que foi reforçada por Marcelo Xavier em entrevista para a Jovem Pan. Porém a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) afirmou que os dois nunca estiveram lá.[8][11] A afirmação da Funai foi considerada inverídica pela juíza federal Jaiza Maria Pinto Fraxe, que ordenou a retirada da nota por decisão judicial.[8]
Em 19 de maio de 2023, a Polícia Federal indiciou Marcelo Xavier e Alcir Amaral Teixeira, ex-coordenador de monitoramento territorial da Fundação, por homicídio qualificado e omissão de cadáver com dolo eventual, pelo entendimento que ambos já haviam sido avisados sobre os perigos na região após o assassinato de Maxciel dos Santos e não tomaram providências.[14][15]
Corrupção
Marcelo Xavier conversou por telefone com Jussielson Gonçalves Dias, suboficial do corpo de fuzileiros navais da Marinha preso sob suspeita de receber dinheiro para intermediar o arrendamento da terra indígena Marãiwatsédé. No telefonema, Jussielson afirma que é protegido por Marcelo. O caso é investigado pela Operação Res Capta da PF.[16]
Condecorações
Ordem do Mérito do Ministério da Justiça (2022)[4]