De magna, feminino de "grande" em latim, e carta, ae, termo latino que se refere à folha de papiro pronta para a escrita e que está na origem da palavra "carta" em português.
Nesse contexto, os monarcas ingleses posteriores à conquista normanda chamavam Grandes Conselhos, que contavam com condes, barões, arcebispos, bispos e abades.
O apoio do parlamento era necessário para arrecadar mais tributos pois, a nobreza era o único estrato da sociedade com capacidade e autoridade para coletar e remeter as formas mais significativas de tributação disponÃveis no nÃvel local. Portanto, se o rei queria garantir uma arrecadação tranquila de receitas, precisava da cooperação da nobreza, pois se a nobreza se recusasse a cobrar os impostos do rei em escala nacional, a Coroa não dispunha de meios práticos para arrecadá-los.
Em 1100, Henrique I, assumiu o trono em meio com a legitimidade questionada, nesse contexto, fez diversas de concessões à nobreza por meio da Carta das Liberdades, considerada uma precursora da Magna Carta, como meio de obter o juramento de fidelidade dos nobres. Nessa Carta, Henrique prometeu evitar os abusos reais contra os direitos de propriedade dos barões, garantindo uma volta aos costumes gentis de Eduardo, o Confessor, o que deu inÃcio à limitação do poder do Rei na Inglaterra. No entanto, o próprio Henrique I não cumpriu com as promessas feitas por meio da referida Carta.[1][2]
Primeiro, o rei não tinha o respeito dos seus súditos, devido à maneira pela qual tomou o poder após a morte de Ricardo Coração-de-Leão. João mandou aprisionar e, ao que parece, liquidar o seu sobrinho e co-pretendente ao trono, Artur da Bretanha, causando a rebelião da Normandia e da Bretanha contra o rei inglês.
Para que a Carta não fosse ignorada, a cláusula 61 previa a instituição de um conselho de 25 nobres que teriam como função monitorar e garantir a adesão do Rei à Carta.
Por outro lado, para evitar a aplicação da Carta, o Rei João recorreu ao Papa Inocêncio III, que, em 24 de agosto de 1215, expediu uma Carta que declarava a nulidade da Carta Magna.[8][9]
Após a morte do Rei João, em 16 de outubro de 1216, muitos nobres passaram a entender que seria melhor fazer um acordo com o herdeiro do Rei João, que seria o Rei Henrique III, do que colaborar com um processo que colocaria LuÃs no controle do Reino da Inglaterra.
O acordo de rendição dos nobres rebeldes na "Primeira Guerra dos Barões", resultou na realização de uma grande reunião nos meses de outubro e novembro de 1217, que resultou em uma nova versão da Carta Magna, que era semelhante àquela assinada em 1216, mas continha algumas cláusulas adicionais que protegiam os direitos dos nobres sobre seus súditos feudais, e reduziram as restrições dos poderes do Rei para cobrar impostos.[12]
No 4 de dezembro de 1259, foi assinado o Tratado de Albeville que encerraria uma longa disputa entre os reis da Inglaterra e da França por terras que atualmente se situam na França. Nesse contexto, Henrique III se sentiu em condições para restabelecer o poder absoluto do monarca. Esse processo contaria com resistência dos nobres e resultaria na Segunda Guerra dos Barões, travada entre 1264 e 1267, vencida por Henrique III. Em 19 de novembro de 1267, foi assinado o Estatuto de Marlborough, que efetivamente reeditou grande parte das disposições de Westminster, limitando os poderes das autoridades reais locais e dos principais nobres, mas sem restringir a autoridade real central.[16]
Para que esse compromisso fosse respeitado, buscou-se dar-lhe publicidade, por meio de dispositivos que previam que cópias da carta fossem distribuÃdas em catedrais em todo Reino para que fossem lidas perante o povo duas vezes por ano.[20]
Em 1300, foi assinada uma nova confirmação das Cartas, com uns dispositivos adicionais que buscavam aperfeiçoar a aplicabilidade das Cartas, conhecidos como "Articuli super Cartas", tais como aqueles que previam que as Cartas:
deveriam ser entregues aos xerifes de cada municÃpio;
deveriam ser lidas quatro vezes por ano nas reuniões dos tribunais do condado;
cada condado deveria ter um comitê de três homens para ouvir queixas sobre violações das Cartas.[21][22]
Em 1305, o Papa Clemente V, anulou o "Confirmatio Cartarum", por defender a doutrina do direito divino dos reis, entretanto, Eduardo I, talvez para evitar um novo enfrentamento com a nobreza, preferiu entender que somente seriam nulos os dispositivos adicionais de 1300.
O documento garantia certas liberdades polÃticas inglesas e continha disposições que tornavam a Igreja livre da ingerência da monarquia, reformavam o direito e a justiça e regulavam o comportamento dos funcionários reais.
Grande parte da Magna Carta foi copiada da Carta de Liberdades de Henrique I, outorgada em 1100 e que submetia o rei a certas leis acerca do tratamento de oficiais da igreja e nobres – o que na prática concedia determinadas liberdades civis à igreja e à nobreza inglesa.
A Magna Carta de 1297 ainda integra o direito inglês, embora apenas os artigos 1, 9 e 29, bem como parte da introdução, estejam em vigor.
Cópias da Magna Carta
Atualmente existem 17 cópias do texto. A maior parte está na Inglaterra, na Biblioteca Britânica, Arquivos da Catedral de Salisbury, arquivos Públicos de Londres e Biblioteca Bodleian da Universidade de Oxford.