Madre Margarida do Apocalipse nasceu na ilha açoriana de São Miguel, na freguesia da Conceição, no concelho da Ribeira Grande, em 1779.[1][2]
Tal como aconteceu com muitas filhas de famílias abastadas, como era o caso dela, é destinada à vida religiosa. Entra para o Convento do Santo Nome de Jesus da Ribeira Grande em 1800, onde toma o hábito de freira da Ordem das Clarissas e passa a chamar-se Madre Margarida do Apocalipse.[1][3] É também durante este período que é reconhecido o seu talento para fazer flores artificiais, chegando a enviar um ramalhete para da rainha Dona Maria II.[4]
Após deixar o convento, permanece em Ribeira Grande e dedica-se ao culto de São João Evangelista e à criação do Arcano Místico, ficando a sua casa conhecida como a Casa do Arcano, actualmente casa-museu.[4][6][8]
Morre no dia 6 de Maio de 1858.[2] Deixa em testamento o Arcano Místico à Confraria do Santíssimo Sacramento da Igreja Matriz da Ribeira Grande, também conhecida como Igreja de Nossa Senhora da Estrela.[4][9]
Arcano Místico
Madre Margarida do Apocalipse levou 27 anos criar o Arcano Místico com o objectivo de louvar a deus e entreter.[6][8]
Este é composto por mais de 3000 esculturas que ela moldou à mão e distribuíu por 92 quadros que representam acontecimentos biblícos do velho e novo testamento, apenas o do juízo final ficou por concluir.[6][10] Os quadros encontram-se reunidos numa vitrina de madeira e vidro e distribuídos pelos 3 niveis que a compoem.[4][8][11]
↑ abMoura, Mário (2012). «O Património perto de si: Arcano Místico de Madre Margarida». Direcção Regional da Cultura dos Açores. Açoriano Oriental
↑ ab«O Arcano Místico». Correio dos Açores. Consultado em 16 de setembro de 2021
↑ abcdMartins, Rui de Sousa (2009). «As artes conventuais nos Açores e o processo de criação do arcano místico da Ribeira Grande». Arquipélago - História