José Carlos de Macedo Miranda, mais conhecido como Macedo Miranda (Resende-RJ, 8 de março de 1920 - Rio de Janeiro-RJ, 5 de março de 1974), ou como Zuza para os mais próximos, foi um arquivologista, jornalista e romancista brasileiro.[1]
Autor de 16 livros, ele foi o escritor fluminense que melhor retratou o Vale do Paraíba no momento após o declínio do café, atestam as críticos. Seu livro, "O Deus Faminto", é considerado uma das mais importantes e consistentes produções brasileiras da primeira metade do século XX.[2] Nas palavras de Antonio Olinto, crítico literário do jornal Tribuna da Imprensa do Rio de Janeiro: "Neste novo milênio, em que surgem mudanças tanto no pensar e fazer literatura como no viver o simples dia-a-dia de quem pensa e faz literatura, a obra de Macedo Miranda precisa ser reeditada. Elo entre o final do fausto do café e as indecisões de agora, pode levar-nos a compreender nosso País (que para isso existem os escritores) e a que nele possamos perceber a força de um realismo antes de tudo humanístico.".[3]
É pai do ex-jornalista Carlos Alfredo de Macedo Miranda.
Figura importante na cidade de Resende
Formado em direito, Macedo Miranda advogou e substituiu inúmeras vezes o Promotor Público da cidade, além de ter sido Consultor Jurídico da Prefeitura de Resende.[4]
Era colaborador do jornal A Lira a fazia parte do Grêmio Literário do município.
Em 1948, quando assessorava o prefeito da cidade da época, Geraldo Rodrigues, criou a Biblioteca Pública Municipal de Resende. Em 1950, com apoio de diversos artistas e amigos, criou o Museu de Arte Moderna de Resende.[5]
Em 1951 e se muda definitivamente para o Rio de Janeiro, onde se destaca como Jornalista e como escritor.[4]
Morte
Macedo Miranda morreu em 1974, após um infarto, em consequência de um câncer no esôfago. Seu corpo foi trazido para Resende e enterrado no jazigo da família no Cemitério Senhor dos Passos.
Homenagens
- A "Fundação Casa de Cultura Macedo Miranda", de Resende-RJ, tem esse nome em sua homenagem.[6]
- O Prêmio Macedo Miranda, instituído em 1999 com o intuito de agraciar os destaques da Cultura de Resende, tem esse nome em sua homenagem.[7]
- Em 2020, em comemoração ao seu 100º aniversário, a exposição ‘Carrego Resende em Mim- 100 Anos do Escritor Macedo Miranda’ foi organizada na cidade de Resende, retratando a vida e as obras de Macedo Miranda, com o objetivo de mostrar a importância do escritor para a cultura do município.[4]
Livros Publicados
# |
Ano |
Livro |
Gênero |
Editora |
Info
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01 |
1955 |
A Hora Amarga |
Romance |
Edições O Cruzeiro |
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02 |
1955 |
Litoral dos Medos |
Poemas |
Serviço de Documentação do MEC |
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03 |
1957 |
Lady Godiva |
Romance |
Livraria São José |
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04 |
1957 |
Pequeno Mundo Outrora |
Contos |
Serviço de Documentação do MEC |
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05 |
1962 |
A Cabeça do Papa |
Romance |
Edições GRD |
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06 |
1964 |
As Três Chaves |
Contos |
Editora Letras e Artes |
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07 |
1965 |
Roteiro da Agonia |
Romance |
Editora Civilização Brasileira |
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08 |
1966 |
O Elefante Noturno |
Contos |
Edições Bloch |
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09 |
1967 |
O Deus Faminto |
Romance |
Editora Civilização Brasileira |
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10 |
1968 |
O Sol Escuro |
Romance |
Ed. Bloch |
Coleção Roteiro
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11 |
1969 |
O Rosto de Papel |
Romance |
Gráfica Record Editora |
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12 |
1970 |
Sábado Gordo |
Romance |
Olivé Editor |
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13 |
1971 |
O Pão dos Mortos |
Romance |
Editora Embrasa |
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14 |
1976 |
Abismo, Abismo |
Romance |
Editora Civilização Brasileira |
Lançado Postumamente
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Não Publicados
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15 |
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Rios dos Bois |
Romance |
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16 |
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A Crucificação ao Alcance de Todos |
Romance |
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17 |
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Mundo Azul com Dois Chineses |
Contos |
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18 |
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Encontros de Contos |
Seleção de Publicados e Inéditos |
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Referências