Luís da Cunha Pacheco e Meneses, Conde de Lumiares[1] (Lisboa, 16 de maio de 1743 - Santa Maria da Graça, Setúbal, 30 de setembro de 1819)[2] foi um administrador colonial português, governador das capitanias de Goiás e Minas Gerais.
Cunha era proveniente de uma importante família portuguesa. Filho de José Félix da Cunha Pacheco e Meneses e D. Constança Xavier de Meneses,
e avós, D. Luís de Meneses (Marquês de Louriçal e Conde da Ericeira) e D. Ana Xavier de Rohan. Iniciou sua atividade militar aos 17 anos, no Regimento de Setúbal, em 1759. Em meados de janeiro de 1777 Luís da Cunha é nomeado governador da capitania de Goiás, em fevereiro recebeu o Hábito da Ordem de Cristo.[2]
Desembarcou em Salvador em agosto de 1778, chegando em 16 de outubro em Goiás, onde governou entre 1778 e 1783. Goiás, nesse período, vivia uma certa instabilidade, convivendo com problemas na área administrativa, fiscal, militar, entre outros.[2] Chegou em Vila Rica em 1783, assumindo o poder em 20 de outubro,[3] iniciando um governo arbitrário, com excessos de poder.[4] Foi alvo de críticas do autor Tomás Antônio Gonzaga, ocupante do cargo de Ouvidor em seu governo, que a partir de 1789 teria feito circular anonimamente manuscritos satíricos sobre o governador, conhecidos como Cartas Chilenas, exemplar do período arcadiano da literatura brasileira. Cunha Meneses é satirizado com a alcunha de Fanfarrão Minésio.[5]. Durante seu governo em Goiás desenvolveu as políticas pombalinas que promoviam o estabelecimento de relações amigáveis com os povos nativos, sendo responsável pelo aldeamento de grupos de caiapós. Apadrinhou Damiana da Cunha, neta do importante cacique Angraí-oxá. A menina, cujo sobrenome herdou de Luís da Cunha Meneses, passou parte da infância na casa do governador e, posteriormente, se tornou uma importante liderança caiapó.[6]
Nos Autos da Devassa, está registrado o depoimento em que Tiradentes revela que, mesmo tendo iniciado os preparativos da Inconfidência Mineira em 1785, Cunha Meneses não deu atenção à pregação revolucionária dele, Tiradentes.[7]
Casou-se com Maria do Resgate Carneiro Portugal da Gama Vasconcelos Sousa e Faro (Menezes), 3ª condessa de Lumiares após a morte do irmão, Manuel Inácio da Cunha e Menezes, o 3º Conde de Lumiares, em 1791, herdando-lhe o título.
Referências