Em 1436 (provavelmente sem a aprovação do Pai), entrou ao serviço dos Visconti do Ducado de Milão. O resultado foi que o marquês seu pai exilou-o de Mântua, juntamente com a sua mulher, nomeando o segundo filho, Carlos, seu herdeiro. Contudo, em 1438 o próprio João Francisco foi contratado pelos Visconti, reconciliando-se com Ludovico em 1441. Ludovico sucedeu-lhe no marquesado de Mântua em 1444,[4] embora parte dos feudos da família tenham ido para os seus irmãos Carlo, Gianlucido e Alessandro.
De 1445 a 1450 Ludovico serviu Milão, Florença, Veneza e Nápoles como condotiero, mudando de campo no sentido de obter maior segurança para os seus estados.[2] Em 1448 participou na batalha de Caravaggio, sendo forçado a fugir. Em 1449 entrou ao serviço da República de Veneza na liga formada com a República de Florença contra Milão. Em 1450 foi incumbido de liderar os exércitos do rei Afonso I de Nápoles na Lombardia com a intenção de adquirir alguns territórios para si próprio. Contudo, Francisco I Sforza, o novo duque de Milão, seduziu-o com a promessa de lhe dar Lonato, Peschiera del Garda e Asola, que haviam sido territórios de Mântua , mas que, então pertenciam a Veneza. Veneza respondeu saqueando Castiglione delle Stiviere (1452) e contratando o irmão de Ludovico, Carlos Gonzaga.[4]
Em 14 de junho de 1453, Luís derrotou as tropas de Carlo em Goito, mas as tropas Venezianas, sob o comando de Niccolò Piccinino, frustraram qualquer tentativa de retomar Asola. A Paz de Lodi (1454) obrigou Ludovico a devolver as suas conquistas, e a renunciar definitivamente às pretensões sobre as três cidades.[4] Contudo, obteve os estados que pertenciam ao irmão Carlos, quando este morreu sem descendência em 1456.
O momento de maior prestígio para Mântua foi o Concílio realizado na cidade de 27 de Maio de 1459 a 19 de janeiro de 1460, convocados pelo Papa Pio II para lançar a cruzada contra os turcos Otomanos, que tinham conquistado Constantinopla alguns anos antes. Contudo, o Papa não ficou satisfeito com a cidade anfitriã, tendo até escrito: "o local era pantanoso e pouco saudável, e o calor queimava tudo; o vinho era intragável e a comida desagradável." Apesar disso, o Concílio acabou por dar um enorme prestígio pessoal a Luís III, com a elevação do seu filho Francisco à púrpura cardinalícia.[5]
A partir de 1466 Luís esteve quase constantemente ao serviço dos Sforza de Milão. Morreu em Goito em 1478, durante um surto de peste, sendo sepultado na Catedral de Mântua.
Educação e aculturação
De acordo com as indicações do pai, a educação de Luís foi confiada ao humanista Vittorino da Feltre que se encarregou da "difícil tarefa de, no interesse da comunidade, educar um bom príncipe uma vez que beneficiaria o povo que ele governasse." Os ensinamentos tinham um cariz marcadamente moral e religioso. De acordo com o estudioso Franco Borsi, isto explica não só a fé religiosa de Luís, que o levou a fundar igrejas e a receber o Concílio de Pio II, até à sua preocupação por uma cultura humanística com o crescimento de obras públicas por toda a cidade, desde a pavimentação das ruas, construção de edifícios (incluindo uma torre do relógio), até à reorganização do centro de Mântua.[5] Entre os famosos humanistas convidados para a cidade encontrava-se o florentino Leon Battista Alberti, que projetou as igrejas de S. Sebastião (San Sebastiano) e Santo André (San'Andrea). Em 1460, Luís nomeou Andrea Mantegna como artista da côrte da Família Gonzaga.
Luís aparece no Tratado sobre Arquitetura, escrito por volta de 1465, pelo escultor e arquiteto Florentino Antonio di Pietro Averlino (c. 1400 – c. 1469), mais conhecido como Filarete. Esta dissertação toma a forma de um diálogo Platónico, onde aparece um arquiteto anónimo (obviamente o próprio Filarete) que constrói uma nova cidade para um patrono (o duque de Milão Francisco I Sforza). Durante o diálogo, são visitados por outro nobre (que seria Luís Gonzaga): o seu papel neste diálogo era persuadir Sforza do erro de abordagem devendo favorecer a arquitetura moderna, que para ele era a Arquitetura gótica e, tendo visto a arquitetura da Antiguidade em Roma, agora favorece essa arquitetura, o que também o que Filarete pretende.
Rodolfo (Rodolfo) (1452–1495), Senhor de Castiglione delle Stiviere, Solferino, Suzzara e Poviglio. Casou com Antonia Malatesta e, depois, com Catarina Pico;
Bárbara (Barbara) (1455–1503), casou com Everardo I, duque de Württemberga;
Luís (Ludovico) (1460–1511), Bispo de Mântua;
Paula (Paola) (1463–1497), casou com Leonardo, Conde da Gorizia.
Luís III teve também duas filhas ilegítimas:
Catarina ("Caterina"), casou com Gianfrancesco Secco, Conde de Calcio;
Gabriela ("Gabriella"), casou com Corrado Fogliani, Marquês de Vighizzolo.
Diz-se que as filhas de Bárbara e Luís III eram corcundas, sendo por isso que Susana foi desprezada por Galeazzo Maria Sforza e o casamento com Doroteia foi suspenso até que a côrte de Milão concluísse que os seus problemas físicos não eram tão notórios como os da irmã mais velha. Leonardo de Gorizia também adiou o seu casamento com Paula pela mesma razão e quando acabaram por casar tiveram um nado-morto que, desde logo, foi atribuído à deformação da mãe.[8]