Foi formalizada no dia 28 de junho de 2022, por 25 clubes que disputam a primeira e segunda divisão do Campeonato Brasileiro de Futebol, que se oposicionaram às propostas da Libra, sendo uma das principais a relação à divisão do dinheiro arrecadado com os direitos de receita das transmissões.[1][2] No momento de sua criação, a associação constituía com 62.5% de clubes das duas divisões nacionais.[3]
No dia 8 de julho de 2022, os clubes filiados realizaram uma reunião na cidade do Rio de Janeiro sobre a marca visual e o cronograma de atividades para os próximos meses. Também anunciou a implementação de um calendário visando "avançar em temas relevantes como a governança e o plano de negócios".[4][5] Em agosto de 2022, houve negociações com a Libra para "entender em quais pontos haverá discordância e em quais haverá consenso".[6] Em 6 de setembro de 2022, membros da liga reuniram-se em São Paulo para apresentar suas propostas, com o objetivo de uma "liga unica independente da CBF, com a participação de 40 clubes das Série A e B do futebol brasileiro".[7]
Em novembro de 2022, foi anunciada uma parceria com a Mubadala Capital,[8] porém, alguns dias depois do anúncio, tal notícia foi desmentida pela associação, afirmando:[9]
"[...] Não houve recebimento de proposta da empresa Mubadala Capital pela LFF". "[...] Não existe qualquer compromisso de exclusividade de negociação com nenhum investidor".
Em dezembro de 2022, a associação aprovou a proposta de um fundo de investimentos dos Estados Unidos apresentada pela XP Investimentos da Serengeti de 4,85 bilhões de reais, com objetivo de se tornar a maior sócia da associação.[10] A proposta foi aprovada por unanimidade entre os clubes.[11][12] Em março de 2023, houve um "aceno positivo" à Libra, após aprovarem uma mudança na divisão das receitas entre os clubes.[13] Em abril de 2023, durante participações no Sports Summit, houve otimismo para a realização de uma liga única a partir do ano de 2025.[14] Em maio de 2023, houve adiantamento um dos recursos dos investidores "para que possa assegurar a presença dos clubes interessados em fazer parte do grupo".[15][16]
Em junho de 2023, a associação acertou a venda de 20% das receitas dos direitos de transmissão da primeira e segunda divisão ao Serengeti Asset Management e a Life Capital Partners com duração de 50 anos, a partir de 2025.[17][18] No dia 6 de julho de 2023, os clubes membros Botafogo, Coritiba, Cruzeiro e Vasco da Gama anunciaram a criação do bloco comercial "Grupo União".[19] No dia 11 de julho de 2023, o Atlético Mineiro anunciou sua saída do grupo, assinando com a Libra.[20]
Em junho de 2024, o Corinthians decide se juntar à Liga Forte União após ter deixado a Libra em fevereiro do mesmo ano por discordar das divisões dos valores estabelecida entre os clubes componentes, principalmente pelos times como o Flamengo e o Palmeiras ficarem com a maior fatia dos direitos de transmissão (R$1 bilhão).[21]
Direitos de transmissão
A LFU estabeleceu um acordo com a agência LiveMode para vender os direitos de transmissão de suas partidas como mandante aos grupos interessados. Em uma das regras, fica proibido o sublicenciamento de partidas aos grupos concorrentes.[22]
Ao todo, foram anunciados três pacotes diferentes de direitos de transmissão para os grupos interessados e a forma como funcionariam, além disso, as mídias terão um período de revezamento na escolha dos jogos:[23]
Pacote
Quantidade de jogos
Dias e horários sugeridos
Plataforma
A
38 partidas
Quarta-feira ás 19h30 e sábado ás 16h (com a aquisição pela Record, a transmissão de sábado foi transferida para o domingo ás 18h30)
TV aberta e streaming gratuito
B1 e B2
209 partidas
Variado
TV por assinatura e streaming no modo pay-per-view
Entre os grupos de mídia interessados pelas temporadas 2025 a 2029 do Campeonato Brasileiro de Futebol estavam o Grupo Globo, SBT, Record, Amazon e a CazéTV que chegaram a apresentar propostas. No caso da Globo, a prioridade acabou sendo pelos pacotes B1 e B2 visando fortalecer o Premiere e o SporTV, uma vez que optou por não apresentar seu projeto para o pacote A devido ao contrato com a Libra.[24]
Pelo pacote A, a disputa passou a ser entre Record e SBT com a ausência da TV Globo. Segundo o colunista esportivo Rodrigo Mattos, o SBT chegou a ser considerado um forte candidato para ter o Brasileirão, oferecendo uma quantia total de R$2,6 bilhões, sendo pagos em R$520 milhões por ano[25], porém, no dia 30 de julho de 2024, o SBT decidiu retirar a sua candidatura alegando falta de retorno da Liga Forte União.[26] Com a retirada do SBT, a Record apresentou sua proposta, estimada em R$2,8 bilhões, mas oferecendo os dias da semana como domingo ás 18h e quinta-feira ás 20h.[27] Em 27 de agosto de 2024, a LFU fecha o acordo em definitivo com a Record, marcando o retorno do campeonato à emissora após a última transmissão em 2006, além de tirar a exclusividade da Globo nas transmissões do principal torneio de futebol, a qual mantinha desde 2016 com a rescisão do acordo de sublicenciamento com a Rede Bandeirantes. Porém, ao contrário do contrato que a Record mantinha entre 2002 e 2006 que era de jogos licenciados pela Globo, a emissora paulista passa a ter prioridade na escolha das partidas, o qual não acontecia desde 1992, quando o canal carioca passou a priorizar o torneio.[28] Em 9 de outubro, a CazéTV anunciou a aquisição do pacote do Brasileirão pelo mesmo tempo de contrato da Record (2025-2027), exibindo os mesmos jogos de forma gratuita.[29]
Um dos pacotes B foi vendido para a Amazon em 5 de setembro de 2024, lhe garantindo um jogo por rodada.[30] Outros grupos também demonstraram interesse em adquirir os jogos como o DAZN e o Mercado Livre, além de também serem cogitados nos bastidores como a Netflix, The Walt Disney Company e a Warner Bros. Discovery.[31] Porém, em 21 de dezembro é anunciado que as negociações entre a Globo e a LFU avançaram pelo pacote B2, dificultando qualquer proposta superior a das concorrentes.[32]
Distribuição das receitas
De acordo com o jornalista Rodrigo Mattos, do UOL, o dinheiro arrecadado pela LFU com a venda dos direitos de transmissão é dividido entre os clubes da série A (61%) e da série B (15%), a empresa LiveMode (14%), que administra os direitos de transmissão da liga, e investidores (10%).[33]
Os investidores inicialmente haviam acordado a aquisição de 20% dos direitos de transmissão, pelo prazo de 50 anos, porém sua participação foi reduzida para 10% em 2024, antes de realizarem o pagamento da parcela restante referente à aquisição.[34]
Da fatia dos clubes, 45% da receita é dividida de forma igualitária, 30% de acordo com a classificação no campeonato e 25% de forma proporcional à audiência.[35]