Era um navio ligeiro, com uma fila de remos, um mastro com uma vela e com a proa retorcida. Debaixo da proa tinha um rostro (aríete) para atacar os navios inimigos por baixo de água. Na sua forma original, a liburna era similar ao penteconter e tinha um banco com 25 remadores em cada lado. No final da República Romana era equipado com dois bancos de remadores (birreme), mas continuava a ser mais rápido, ágil e ligeiro do que os trirremes. O modelo da liburna foi adotado pelos Romanos e tornou-se uma parte essencial da marinha da Roma Antiga, possivelmente por intermédio da marinha macedónia na segunda metade do século I a.C. As liburnas tiveram um papel fundamental na batalha de Áccio, na Grécia, que foi importante para o estabelecimento de Augusto como líder incontestado do mundo romano.[2]
As liburnas eram diferentes dos trirremes, quadrirremes e pentarremes de guerra não apenas por causa do número e disposição dos remos, mas principalmente devido às suas características específicas de construção.[3][4][5] As medidas típicas eram 33 metros de comprimento, 5 m de largura e 0,9 m de calado. Tinham 18 remos em cada lado, distribuídos em duas filas. Podia alcançar 14 nós (26 km/h) quando navegava à vela e 7 nós quando era impulsionada a remos.[6]
Quando usada como navio mercante, a liburna podia transportar um passageiro, como é relatado pelo personagem Licínio dum diálogo do século II d.C. tradicionalmente atribuído a Luciano de Samósata: «Eu tinha um barco rápido preparado, o tipo de birreme usado sobretudo pelos Libúrnios do golfo da Jónia.»[carece de fontes?]
Quando os Romanos adotaram o navio liburniano procederam a algumas alterações para o tornar mais apto ao uso da marinha. Os benefícios ganhos com a adição de aríetes e das proteções contra projéteis compensou largamente a ligeira perda de velocidade.[7] As liburnas mais pequenas, de vinte remadores, eram usadas em missões de reconhecimento e eram camufladas pintando-as de verde marinho.[8]
Além de terem que ser construídas, as liburnas requereram uma simplificação nas unidades militares regulares romanas para que a frota fosse eficiente; cada navio operava individualmente, pois a organização mais complicada normalmente usada não era necessária.[9] Na marinha de guerra existiram provavelmente vários tipos de liburnas, com diversos tamanhos, todos usados em missões específicas como vigiar e patrulhar os mares romanos contra a pirataria.[10]
Os Romanos usaram a liburna principalmente nas províncias do império, onde os navio desse tipo formavam o grosso das frotas. Nas armadas de Ravena e de Miseno, em cujas tripulações serviam muitos Ilírios, sobretudo Dálmatas, Libúrnios e Panónios, estavam presentes em menor número.[11][12][13]
Com o passar do tempo, o termo "liburna" gradualmente passou a ser a designação genérica de diversos tipos de navios romanos, aplicada também a navios de carga do final da Antiguidade. Tácito e Suetónio usaram o termo como sinónimo de navio de guerra. Em algumas inscrições a liburna é mencionada como a última das classes de navios de guerra: hexarreme, pentarreme, quadrirreme, trirreme e liburna.[4][14]
Notas e referências
Texto inicialmente baseado na tradução dos artigos «Liburna» na Wikipédia em inglês (acessado nesta versão) e «Liburne» na Wikipédia em francês (acessado nesta versão).