A libélula (do termo latinolibellula),[1] também conhecida popularmente como libelinha ou pinga-azeite em Portugal e como lavadeira ou jacinta no Brasil, é um insecto alado pertencente à subordem Anisoptera. É considerado um dos primeiros insectos a surgir na Terra.[2]
Características
Como características distintivas, contam-se o corpo fusiforme, com o abdómen muito alongado, olhos compostos e dois pares de asas semitransparentes. As libélulas são predadoras e alimentam-se de outros insectos, nomeadamente mosquitos e moscas. Este grupo tem distribuição mundial e tem preferência por habitats nas imediações de corpos de água estagnada (poças ou lagos temporários), zonas pantanosas ou perto de ribeiros e riachos. As larvas de libélula (chamadas "ninfas") são aquáticas, carnívoras e extremamente agressivas, podendo alimentar-se não só de insectos mas também de girinos e peixes juvenis.
As libélulas não têm a capacidade de picar, visto que as suas mandíbulas estão adaptadas à mastigação. Dentro do seu ecossistema, são bastante úteis no controlo das populações de mosquitos e das suas outras presas, prestando assim um serviço importante ao Homem. São insetos carnívoros.[2]
Temidas por uns, admiradas por outros e estudadas por muitos,[3] as libélulas adultas caçam à base do seu sentido de visão extremamente apurado. Os seus olhos são compostos por milhares de facetas (até 30 000) e conferem-lhes um campo visual de 360 graus. As libélulas medem entre 2 e 19 cm de envergadura e as espécies mais rápidas podem voar a cerca de 85 km/h.[2] Uma de suas características é que, mesmo possuindo seis pernas, praticamente não consegue andar com elas.[1][4]
O grupo surgiu no Paleozoico, sendo bastante abundantes no período Carbónico, e conserva até aos dias de hoje as mesmas características gerais. As maiores libélulas de sempre pertencem ao género Meganeura, floresceu no Pérmico, e podiam atingir envergadura de 70 a 75 cm. Seu tempo de vida pode chegar a 5 anos. No Brasil, existem cerca de 1 200 espécies de um total 5 000 existentes no mundo. É predadora de insectos, inclusive do Aedes aegypti, e até de pequenos peixes. Em um único dia, pode consumir outros insectos voadores até a marca de 14% do seu próprio pesoː pode consumir cerca de 600 deles num único período de 24 horas.[4]
Distribuição e diversidade
Cerca de 3 012 espécies de libélulas eram conhecidas em 2010; Estes são classificados em 348 gêneros distribuídos em 11 famílias. A distribuição da diversidade dentro das regiões biogeográficas é resumida a seguir (os números mundiais não são totais comuns, pois ocorrem sobreposições de espécies).[5]
No Brasil, é conhecida também pelos nomes: catirinapapa-fumo, helicóptero, cavalinho-de-judeu, cavalinho-do-diabo, cavalo-do-cão, corta-água, donzelinha, jacina, jacinta, odonata, macaquinho-de-bambá, pito, ziguezague, cabra-cega, libelinha, cambito, canzil, cavalo-de-judeu, cavalo-judeu, lava-bunda, lavadeira, lavandeira e ziguezigue,[6] numa lista extensa, de mais de 100 sinônimos, entre nomes simples, primitivos, derivados, compostos, justapostos etc.[3]
Em Portugal, além de libelinha ou libélula, é conhecida pelos nomes: pinga-azeite, tira-olhos, lavadeira, cavalinho-das-bruxas, pita, entre outras designações locais.
Lendas
Segundo a lenda xamânica, a libélula era um pequeno dragão dotado de ciência e magia, que à noite difundia luz própria com sua respiração de fogo.[1] Para se livrar de coiotes, transformou-se em uma libélula e não conseguiu mais retornar à forma antiga, perdendo seus poderes.
↑ ab«Dragonfly». Consultado em 24 de junho de 2011. Arquivado do original em 26 de setembro de 2011
↑Suhling, F.; Sahlén, G.; Gorb, S.; Kalkman, V.J.; Dijkstra, K-D.B.; van Tol, J. (2015). "Order Odonata". In Thorp, James; Rogers, D. Christopher (eds.). Ecology and general biology. Thorp and Covich's Freshwater Invertebrates (4 ed.). Academic Press. pp. 893–932. ISBN 9780123850263
↑FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 027.
Ligações externas
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