Li Yingshi foi membro da classe de letrados chineses, os jinshi(進士). Ele comandou uma unidade de 500 soldados durante a Guerra da Coreia de 1592–1598.[2][3] Em reconhecimento do seu valor militar, foi agraciado com uma pensão vitalícia pelo governo do Imperador Wanli, que continuaria a ser paga aos seus herdeiros perpetuamente.[3] Durante os tempos de paz, tornou-se conhecido como um especialista em "adivinhações", como a astrologia e a geomancia.[2]
Conversão
Em 1601, os jesuítas Matteo Ricci e Diego de Pantoja tornaram-se os primeiros missionários cristãos a se estabelecerem na capital da Dinastia Ming. Eles zelavam pela aprendizagem dos ensinamentos de Confúcio e queriam estabelecer boas relações com os letrados chineses,[4] mas criticavam fortemente o que consideravam a "ridícula magia" das práticas ocultas chinesas.[3][5] É por isso, talvez, que Ricci tenha descrito a conversão de Li Yangshi ao Cristianismo pelos jesuítas — realizada na Festa de São Mateus (dia 21 de setembro de 1602) — como nada mais nada menos que "extraordinária".[3]
Uma vez que Li se tornou um cristão, Ricci e Pantoja levaram três dias para percorrer sua "bela e rica biblioteca" e identificar todos os livros e manuscritos "proibidos pelos regulamentos eclesiásticos". Os livros e manuscritos proibidos, a maior parte lidando com a "arte de adivinhação", foram, em seguida, queimados, alguns deles no próprio pátio de Li e outros na Casa da Missão de Pequim, para demonstrar o compromisso de Li com o cristianismo.[2][3] Isto, aparentemente, não era uma prática incomum na época de Ricci: quando um outro célebre converso, o matemático Inácio Qu Taisu (瞿太素; Chiutaiso na transcrição de Ricci), tornou-se cristão, também enviou a sua coleção de livros sobre "o dogma das seitas" para a Casa da Missão de Nanquim para ser queimada, junto com chapas de impressão de livros e estátuas religiosas não-cristãs.[6]
Li Yingshi tornou-se um zeloso membro da Igreja Católica. Ele praticava proselitismo entre seus amigos e familiares e levou todos os seus servos para a Igreja também. Ele construiu uma capela em sua casa e entregou seu filho para estudar em Pequim, na Casa da Missão, de modo que, em pouco tempo, o jovem Li fora capaz de celebrar uma missa por si mesmo.[3]
Como uma pessoa de grande conhecimento sobre a "seita de adoradores de ídolos",[7] Li era capaz de fornecer aos jesuítas uma grande quantidade de informações, consideradas úteis pelos jesuítas, para a conversão de outros não-cristãos.[3]
↑Although Ricci is aware about the difference between Chinese Buddhism and Taoism, he does not specify explicitly what religion Li had been an adherent of before his conversion
Bibliografia
Trigault, Nicolas S. J. "China in the Sixteenth Century: The Journals of Mathew Ricci: 1583-1610". English translation by Louis J. Gallagher, S.J. of Trigault and Ricci's De Christiana expeditione apud Sinas. New York: Random House, Inc. 1953.