O'zbekiston Respublikasi Fanlar akademiyasi Til va adabiyot instituti (Instituto de Língua e Literatura da Academia de Ciências da República do Usbequistão)
O usbeque pode ser considerado como um descendente direto ou uma forma tardia do chagatai, o idioma do grande desenvolvimento literário turcomano ocorrido na Ásia Central durante o reino de Chagatai Cã, Tamerlão e os timúridas.[5] O idioma foi defendido por Ali-Sher Nawa'i nos séculos XV e XVI. Baseado na variante carluque dos idiomas turcomanos, a língua usbeque continha diversas palavras emprestadas do persa e do árabe. Já no século XIX não era mais utilizado com frequência para composições literárias.
O termo "usbeque", quando aplicado a um idioma, teve diferentes significados ao longo do tempo. Antes de 1921 "usbeque" e "sarte" (não confundir com o gentílico homónimo) eram considerados como dialetos diferentes da mesma língua; o "usbeque" era um dialeto quipechaque com harmonia vocálica falado pelos descendentes daqueles que chegaram na Transoxiana com Xaibani Cã no século XVI, e que viviam principalmente em torno de Bucara e Samarcanda, embora o idioma turcomano falado em Tasquente também tenha harmonia vocálica; "sarte" era o dialeto carluco falado pelas populações assentadas anteriormente na região do vale de Fergana e na região de Kashkadar, e em algumas partes do óblast de Samarcanda, que continha uma presença mais pesada de influências persas e árabes, e não utilizava a harmonia vocálica. Em Quiva os falantes do sarte utilizavam uma forma do turcomano oguz altamente persianizado. Depois de 1921, o regime soviético aboliu o uso do termo "sarte" considerando-o ofensivo, e decretou que a partir de então toda a população turcomana do Turquestão deveria ser conhecida como "usbeque", mesmo aqueles que não pertenciam ao grupo tribal usbeque. A língua escrita padrão que foi escolhida para a nova república em 1924, no entanto, não foi o "usbeque" pré-revolucionário, e sim o "sarte" da região de Samarcanda, apesar dos protestos de bolcheviques usbeques como Faizullah Khodjaev. Os três dialetos ainda continuam a existir dentro do atual usbeque oral.
Número de falantes
Nos países que fizeram parte da União Soviética, existem cerca de 24,7 milhões de pessoas que falam dialetos do usbeque. No Usbequistão, 21 milhão de pessoas falam o idioma como língua nativa. Existem cerca de 1,2 milhões de falantes no Tajiquistão, 1 milhão no Afeganistão, 550.096 no Quirguistão, 332.017 no Cazaquistão e 317.333 no Turcomenistão. De acordo com o censo realizado em 1990, cerca de 3.000 pessoas falam o idioma na região do Xinjiang, na República Popular da China.
Empréstimos
A influência do islã e, por extensão, do árabe, é evidente no usbeque, assim como influências residuais do russo, pelo tempo que o Usbequistão esteve sob o domínio czarista e soviético. A maior parte das palavras árabes chegaram ao usbeque através do persa. O usbeque compartilha muito dos seu vocabulário de origem persa e árabe com o tadjique e o dari.
Dialetos
A língua usbeque tem diversos dialetos, que variam bastante de região a região. Existe, no entanto, um dialeto compreendido comummente por todos, que é utilizado na mídia impressa e em boa parte de todo material impresso. Alguns linguistas consideram o idioma falado pelo povo usbeque no norte do Afeganistão como um dialeto do usbeque.
Sistemas de escrita
Antes de 1924, o idioma usbeque, assim como a maioria dos idiomas da Ásia Central, era escrito nas diversas formas do alfabeto árabe pela pequena parte da população que era alfabetizada. Entre 1924 e 1940, como parte dos programas que visavam educar (e influenciar politicamente) o povo usbeque que possuía então, pela primeira vez, sua própria região administrativa delineada cartograficamente, o usbeque passou a ser escrito no alfabeto latino. A latinização do usbeque foi realizada no contexto da latinização de todos os idiomas turcomanos, sob influência das reformas realizadas por Kemal Atatürk no idioma turco, e não teria ocorrido se os outros idiomas turcomanos não tivessem sido igualmente latinizados..[6]
Em 1940, sob o regime de Josef Stalin, o usbeque passou a ser forçosamente grafado no alfabeto cirílico, o que durou até 1992, quando, com a independência do país, o alfabeto latino foi reintroduzido. O uso do cirílico ainda é difundido, devido à influência cultural que a Rússia ainda exerce no país. Há um prazo para que a mudança total ao alfabeto latino seja efetuada no país, porém o prazo vem sendo alterado repetidamente.
A educação, em diversas áreas do Usbequistão, já é feita no alfabeto latino,[7] e, em 2001, o alfabeto latino passou a ser usado na impressão de notas do país (Som) Desde 2004 os websites oficiais foram alterados para o alfabeto latino, quando escritos em usbeque.[8][9][10] A maior parte das placas nas ruas também já estão no alfabeto latino.
Barcha odamlar erkin, qadr-qimmat va huquqlarda teng bo'lib tug'iladilar. Ular aql va vijdon sohibidirlar va bir-birlari ila birodarlarcha muomala qilishlari zarur.
Барча одамлар эркин, қадр-қиммат ва ҳуқуқларда тенг бўлиб туғиладилар. Улар ақл ва виждон соҳибидирлар ва бир-бирлари ила биродарларча муомала қилишлари зарур.
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.
Referências
↑O Dicionário Aurélio somente aceita a forma "usbeque", não grafando a forma com "z", consoante o novo Acordo Ortográfico de 1990, cuja Base III, parágrafo, 4º, diz que, quando seguido de consoante, o "z" se tornará "s", sendo as únicas exceções a essa regra os advérbios terminados em -mente (por exemplo: felizmente); assim, em português deve-se grafar "asteca", não "azteca"; e "usbeque" (e Usbequistão); não "uzbeque")
↑Allworth, Edward (1994). Central Asia: 130 Years of Russian Dominance, a Historical Overview. [S.l.]: Duke University Press. 72 páginas. ISBN0822315211
↑Fierman, William (1991). Language Planning and National Development: The Uzbek. [S.l.]: Walter de Gruyter. 75 páginas. ISBN3110124548
E. Allworth: Uzbek Literary Politics (Haia, Mouton 1964).
Vasily Bartold "Sart" Ency. of Islam Vol. IV S-Z (Leiden & London) 1934 pgs. 175-6
Yuri Bregel "The Sarts in the Khanate of Khiva" Journal of Asian History Vol. 12 (1978) pgs. 146-9
András J. E. Bodrogligeti: Modern Literary Uzbek - A Manual for Intensive Elementary, Intermediate, and Advanced Courses (Munique, Lincom 2002), 2 vols.
William Fierman: Language planning and national development. The Uzbek experience (Berlim etc., de Gruyter 1991).
Khayrulla Ismatulla: 'Modern literary Uzbek (Bloomington, Indiana University Press 1995).
Karl A. Krippes: Uzbek-English dictionary (Kensington, Dunwoody 1996).
Andrée F. Sjoberg: Uzbek Structural Grammar (Haia, 1963).
A. Shermatov "A New Stage in the Development of Uzbek Dialectology" Essays on Uzbek History, Culture and Language Ed. Bakhtiyar A. Nazarov & Denis Sinor (Bloomington, Indiana) 1993 pp101–9