Nota: Para o promotor do "Caso Clinton", veja
Ken Starr.
Kenneth I. Starr (South Bronx, 1942 ou 1943) é um advogado e agente financeiro de astros e estrelas estadunidense, tornado célebre por haver criado um esquema de pirâmide que vitimou várias celebridades.
Biografia
Era filho de um diretor de escola pública e cresceu no Bronx, num conjunto habitacional; aluno brilhante, ao quinze anos conseguiu entrar no Queen's College; casou-se com a namorada Gail, com quem teve um casal de filhos; trabalhou numa firma de contabilidade de Manhattan até que estabeleceu uma empresa pequena até que o milionário Paul Mellon o contratara para ser um de seus contadores, e daí passou a uma clientela de astros e estrelas de Hollywood e da Broadway.[1].
Tornou-se, com seu estilo cativante de convencimento, próximo de seus clientes; Art Buchwald, por exemplo, chegou a declarar que Starr era seu melhor amigo; seus clientes preferenciais, contudo, eram os mais abastadas e mulheres que viviam sozinhas.[1]
Ken Starr foi casado em segundas núpcias com Lynn Forester que, após a separação, veio a fazer fortuna com celulares e se casou novamente com um membro da família Rothschild; sua terceira esposa foi Marisa Vucci, de quem se separou em 2007.[1] Seu quarto último casamento foi com Diane Passage, uma ex-dançarina de strip-tease então com trinta e quatro anos de idade; uma das vítimas chegou a declarar que "quando seu gerente financeiro se casa com uma stripper, isso é algo para se pensar"; ele a conhecera quando ainda casado com Marisa e os dois a contrataram, junto a outra stripper a mil dólares cada, para o acompanhar num jantar, em 2004 e, como a saúde da mulher fragilizada, vários outros jantares se seguiram; segundo ela declarou, ficaram juntos sexualmente apenas quando o casal negociava a separação.[1]
Sua empresa, a Starr & Co., chegou a gerir US $ 1,2 bilhão de dólares de seus clientes.[1]
O golpe
Dentre as aplicações arriscadas que Starr fazia estava o de urnas eletrônicas na América do Sul, e entre seus sócios o ex-presidente do borough de Manhattan Andrew Stein, a quem a polícia acusou de ser um facilitador do golpista junto a suas vítimas e por sonegação fiscal.[1]
Para manter o esquema, num exemplo, ele tirava um milhão da conta de Uma Thurman para cobrir o mesmo valor na conta de outros clientes, como o casal Jim e Elizabeth Wiatt; mesmo o apartamento em que morava, avaliado em sete milhões e meio de dólares, fora comprado com dinheiro das contas de seus clientes.[1]
As dificuldades começaram quando Joan Stanton, uma idosa nonagenária viúva do homem que introduzira o Fusca nos EUA, teve seu dinheiro aplicado no falido Planet Hollywood além de outros desvios, decidiu encerrar sua conta em 2008.[1] A suspeita era de que ele começara a aplicar golpes depois de seu relacionamento com a stripper com quem se casou em 2007, a quem enchia de joias e presentes caros, embora o caso de Joan Stanton remonte a 1994; o fato é que nem todos os seus clientes foram lesados, o que levou àqueles que foram roubados a se perguntarem por qual motivo teriam sido os escolhidos para vítimas.[1]
Prisão
Em maio de 2010 Starr estava em seu apartamento tríplex com piscina no luxuoso condomínio situado na 433 East 74th Street quando o FBI chegou, às seis e meia da manhã, procurando-o; o porteiro do edifício estranhou que estavam a procurar por Starr e tentou corrigir os agentes, perguntando se não falavam de Madoff, referindo-se a Andrew, filho do golpista Bernard Madoff que também morava ali; Starr disse ao porteiro para falar que ele não estava em casa, que ali havia apenas a sua quarta esposa, Diane Passage, uma ex-dançarina de strip-tease então com trinta e quatro anos de idade.[1]
Quando o casal estava tomar o café, os policiais tocaram à porta; Starr correu a esconder-se, enquanto Diane mentia aos agentes que estava sozinha; os agentes traziam um mandado e insistiram com ela que, finalmente, revelou que o marido estava escondido num armário, onde foi localizado e conduzido preso para o Metropolitan Correction Center, à espera do julgamento com os pedidos de fiança negados e todos os bens congelados.[1]
Vítimas
Numa entrevista em 2010 a cantora Carly Simon declarou ter sido uma das vítimas do esquema de Starr, para o qual ela perdera cinquenta e nove milhões de dólares e o processara antes da prisão.[2] Simon ficara alarmada quando um agente da Starr & Co. lhe pedira para transferir dinheiro, em janeiro de 2009, a fim de que pudessem cobrir a folha de pagamentos.[1]
Jim Wiatt, ex-presidente da Agência William Morris, sentara-se com Starr num restaurante, na véspera de sua prisão e se surpreendera com a frieza do contador que conversara com ele normalmente, enquanto lhe roubava as economias.[1]
Outros clientes lesados famosos foram Paul Simon, Al Pacino, Mike Nichols, Nora Ephron, Barbara Walters, Caroline Kennedy, entre outros; a despeito disto, clientes como Jamie Nive, da Sotheby's, declaravam só ter bons resultados com o trabalho de Starr.[1]
Referências