Jan Tinbergen (Haia, 12 de abril de 1903 — Haia, 9 de junho de 1994) foi um economista holandês que recebeu o primeiro Prémio de Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel em 1969, que compartilhou com Ragnar Frisch por ter desenvolvido e aplicado modelos dinâmicos para a análise dos processos econômicos. É amplamente considerado um dos economistas mais influentes do século XX e um dos fundadores da econometria.[1][2] Tem-se argumentado que o desenvolvimento dos primeiros modelos macroeconométricos, a solução do problema de identificação e a compreensão dos modelos dinâmicos são seus três legados mais importantes para a econometria.[1] Tinbergen foi um curador fundador da Economists for Peace and Security. Em 1945, ele fundou o Bureau for Economic Policy Analysis (CPB) e foi o primeiro diretor da agência.
Trabalho
Para muitos, Jan Tinbergen tornou-se conhecido pela chamada 'Norma Tinbergen', frequentemente discutida muito depois de sua morte. Não há nenhum trabalho escrito de Tinbergen em que ele mesmo o declare formalmente.[3] Em geral, acredita-se ser o princípio que, se a proporção entre a maior e a menor renda for superior a 5, torna-se desvantajoso para a unidade social envolvida. O próprio Tinbergen discutiu alguns aspectos técnicos de uma proporção de distribuição de renda de cinco para um em um artigo publicado em 1981.[4] Além de detalhes sobre uma proporção de cinco para um, é verdade em geral que o grande tema de Tinbergen era distribuição de renda e a busca por uma ordem social ótima.
Tinbergen desenvolveu o primeiro modelo macroeconômico abrangente nacional, que ele desenvolveu pela primeira vez em 1936 para a Holanda, e mais tarde aplicado aos Estados Unidos e ao Reino Unido.[5]
Em seu trabalho sobre modelagem macroeconômica e formulação de política econômica, Tinbergen classificou algumas quantidades econômicas como metas e outras como instrumentos. Metas são aquelas variáveis macroeconômicas que o formulador de políticas deseja influenciar, enquanto os instrumentos são as variáveis que o formulador de políticas pode controlar diretamente. Tinbergen enfatizou que atingir os valores desejados de um certo número de metas requer que o formulador de políticas controle um número igual de instrumentos. Isso é conhecido como Regra de Tinbergen.[6]
A classificação de Tinbergen permanece influente hoje, subjacente à teoria da política monetária usada pelos bancos centrais. Muitos bancos centrais hoje consideram a taxa de inflação como sua meta; o instrumento de política que usam para controlar a inflação é a taxa de juros de curto prazo.[7]
O trabalho de Tinbergen em modelos macroeconômicos foi posteriormente continuado por Lawrence Klein, contribuindo para outro Prêmio Nobel de Ciências Econômicas. Por suas contribuições culturais, ele recebeu o Gouden Ganzenveer em 1985.[8]
A modelagem econométrica de Tinbergen levou a um debate animado com vários participantes conhecidos, incluindo John Maynard Keynes, Ragnar Frisch e Milton Friedman. O debate às vezes é chamado de debate Tinbergen.[9][10]
Publicações selecionadas
Business Cycles in the United States, 1919–1932, Geneva, 1939 e Nova York, 1968
Business Cycles in the United Kingdom, 1870–1914, Amsterdã, 1951
On the Theory of Economic Policy. Second edition (1952) - Volume 1 of Contributions to Economic Analysis, Amsterdã: North-Holland.
Economic Policy: Principles and Design, Amsterdã, 1956
The Element of Space in Development Planning (junto com L.B.M. Mennes e J.G. Waardenburg), Amsterdam, 1969
The Dynamics of Business Cycles: A Study in Economic Fluctuations. Chicago: U of Chicago P, 1974. ISBN0-226-80418-6.
Der Dialog Nord-Süd: Informationen zur Entwicklungspolitik. Frankfurt am Main: Europ. Verlagsanstalt, 1977.
Economic policy: Principles and Design. Amsterdam, 1978. ISBN0-7204-3129-8.
Sobre Tinbergen
Acocella, Nicola, Di Bartolomeo, Giovanni (2006), ‘Tinbergen and Theil meet Nash: controllability in policy games’, Em: ‘Economics Letters’, 90(2): 213–218.
Acocella, Nicola, Di Bartolomeo, Giovanni e Hughes Hallett, A. [2010], ‘Policy games, policy neutrality and Tinbergen controllability under rational expectations’, Em: ‘Journal of Macroeconomics’, 32(1): 55–67.
Acocella, Nicola Di Bartolomeo, Giovanni and Hughes Hallett, A. [2011], ‘Tinbergen controllability and n-player LQ-games’, Em: ‘Economics Letters’, 113: 32–4.