Ele nasceu na região onde hoje é o Qatar ou Bahrein, na costa ocidental do Golfo Pérsico. Ainda muito jovem, ele e seu irmão entraram para um mosteiro, onde ele ganhou considerável renome como professor e chamou a atenção do católico-patriarca, chamado Jorge, que o ordenoubispo de Nínive, ao norte. Contudo, as tarefas administrativas não se mostraram adequadas para a sua disposição solitária e asceta: depois de apenas cinco meses, ele abdicou e foi para o sul, para a região selvagem do monte Matout, um refúgio de anacoretas. Lá ele viveu solitário por muitos anos, comendo apenas três pães e alguns vegetais crus por semana, um tema que impressionou seus hagiógrafos. Eventualmente, a cegueira e a idade obrigaram-no a se retirar para o mosteiro de Shabar, onde ele morreu e foi enterrado.
Legado
Isaque é lembrado principalmente por suas homilias sobre a vida interior, que são frequentemente citadas e têm uma amplitude que transcende sua alegada fé nestoriana. Elas sobreviveram em manuscritos siríacos, assim como traduções para o grego e o árabe.
Isaque conscientemente evitou escrever sobre tópicos que estavam sob disputa ou sendo discutidos nos debates teológicos de seu tempo. Isto deu a ele um certo potencial ecumênico e é a provável razão de que, apesar de ele ser fiel às suas próprias tradições, ele acabou venerado e apreciado para além da Igreja Assíria. Ele é parte da tradição dos santos místicos orientais e suas obras dão considerável ênfase ao Espírito Santo e a temática do amor divino.
As obras de Isaque oferecem um raro exemplo de um grande grupo de textos sobre o ascetismo escrito por um eremita experiente e são, por isso, muito importantes para a compreensão do ascetismo cristão primitivo.[4]
Obras
As instruções de Isaque chegaram até nós na forma de noventa e uma homilias.[5]