A Igreja Matriz de Rio Tinto, também referida como Igreja Paroquial de Rio Tinto e Igreja de São Cristóvão, localiza-se na freguesia e na cidade de Rio Tinto, Município de Gondomar, Distrito do Porto, em Portugal,[1] erguendo-se sobranceira ao vale do Rio Tinto.
No seu interior a Igreja apresenta uma só nave possuindo um arco cruzeiro ladeado por dois altares (Santíssima Trindade e Nossa Senhora do Rosário) que separa a região do presbitério (Altar-mor) do resto do corpo. No arco cruzeiro encontra-se o brasão Beneditino. Nela destacam-se os vários altares em talha dourada, como o de Santa Luzia, São Bento das Pêras, Nossa Senhora das Dores, com diversas imagens de valor artístico e histórico.
No de Santa Luzia, além da imagem dessa santa, encontram-se as imagens de Santa Catarina, de São Miguel Arcanjo e uma pequena imagem de Santo António de Lisboa. Ímpar no seu detalhe, há um alto relevo onde se encontra a Santíssima Trindade e Santo António que figura como intercessor das almas que estão envolvidas pelas chamas do Inferno. Curiosamente, entre estas almas figura um cardeal, um Papa, um bispo e um frade, entre outras.
Frente a este altar está o de Nossa Senhora das Dores, tendo ao centro a imagem da Senhora ajoelhada junto à cruz onde se encontra o Cristo crucificado. Ladeiam este conjunto as imagens de Santo Ovídeo e São Gonçalo[desambiguação necessária]. No cimo do altar vê-se a imagem de Nossa Senhora de Agosto / Nossa Senhora da Assunção (trazida de uma capela já demolida) e, sob o altar, a tão venerada imagem do Senhor Morto que anualmente sai em procissão em seu esquife na Sexta-feira Santa. Nessa procissão sai ainda a imagem da Senhora da Soledade que está do lado direito junto à entrada em local próprio. É uma imagem que toca pela expressão facial, tamanho natural e pelas antigas vestes que possui.
O altar de São Bento das Pêras (cuja excelente talha dourada traduz a enorme veneração a este santo) é marcado pela imagem do mesmo. Tal encontra-se invulgarmente vestido de bispo. Sendo habitual ver São Bento com as roupas de monge (negras), o tão grande carinho pelo santo levou a que, desde tempos imemoriais o santo figurasse com as roupas características dos bispos (pluvial, cruz peitoral, báculo, mitra, entre outros). As colunas em talha dourada que o ladeiam são ainda o suporte às pequenas imagens de São João Baptista e São Pedro. A devoção a São Bento faz com que todo o ano se encontrem neste altar promessas (ofertas em cera e cravos) que na altura da sua festa assumem proporções enormes.
Por baixo da torre norte está situado o baptistério. Além da antiquíssima Pia Baptismal é possível admirar um retábulo do baptismo de Jesus no rio Jordão. Em frente encontra-se a imagem de nossa senhora das Dores, imagem esta que sai à rua na Procissão de Sexta-feira Santa.
No altar da Santíssima Trindade está ainda a imagem de Nossa Senhora da Conceição e no de Nossa Senhora do Rosário, a do Menino Jesus de Praga. Sob o docel destes altares encontram-se duas curiosas e arcaicas pinturas que passam muito despercebidas.
O Altar-mor é de alguma grandiosidade e destaca-se pelo seu trono (espécie de escadaria em talha dourada que antigamente servia para expor o Santíssimo Sacramento no topo) que é tapado por uma tela representativa da Adoração Eucarística durante a quaresma e por inúmeras figuras de Anjos e Santos. São exemplos os quatro Evangelistas (na base do altar) e Santa Catarina e Santo Ovideo (a ladear o Sacrário) entre outras. Sendo o coração da Igreja a sua sumptuosidade aliada à antiguidade devem ser admiradas cuidadosamente.
A Igreja possui ainda um órgão de tubos no coro alto e um púlpito a meio do corpo do templo. Nas suas duas torres sineiras está instalado um carrilhão de 17 sinos, construído pela Fundição de Sinos de Rio Tinto, inaugurado em 1947. Ele permite a execução de diversas peças musicais que se podem ouvir, sobretudo, aquando das festas da cidade, principalmente em honra a São Bento (11 de Julho), e São Cristóvão, fim-de-semana seguinte.
No seu exterior, destacam-se seis paineis de azulejos monocromáticos. Dois encontram-se, um de cada lado, nas paredes laterais das torres sineiras:
o do lado esquerdo é dedicado a D. Nuno Álvares Pereira, com a inscrição "GUERREIRO E SANTO PORTUGUÊZ"; e
o do lado direito é dedicado a Santa Mafalda, com a inscrição: "SANTA MAFALDA, FILHA DE D. SANCHO I, REI DE PORTUGAL, FALECIDA NO ANTIGO CONVENTO DAS RELIGIOSAS DA ORDEM DE S. BENTO DE RIO TINTO, NO DIA 1 DE MAIO DE 1256".