I Chin Ching (Wade-Giles) ou Yì Jīn Jīng (Pinyin) - 易筋經 - pode ser traduzido como "Clássico (ou Tratado, ou Livro) da renovação (ou transformação) dos Músculos e Tendões".
Criado durante a Dinastia do Sul (420-589), é um método popular na China para manter a boa forma física. É praticado para cultivar a saúde, como condicionamento físico, e na recuperação de indisposições relacionadas a problemas musculares e ósseos.
O que é ?
Desenvolvido a partir dos movimentos de trabalho dos camponeses, o I Chin Ching se constitui de 12 exercícios, especialmente eficazes no desenvolvimento da força muscular.
Os movimentos do I Chin Ching são árduos e vigorosos, contudo, na severidade há suavidade e no movimento há serenidade.
Sua origem costuma ser atribuída a Bodhidharma, mas a afirmação é posta em dúvida por diversos historiadores das artes marciais, como o Dr. William C.C. Hu descreve em seu artigo sobre o Yijinjing publicado em 1965 no Black Belt Magazine.
Os exercícios
Os três primeiros são exercícios de alongamento, melhoram a postura e ampliam o tórax, e devem ser executados sucessivamente, uma vez cada.
Os demais, do 4º ao 12º, são exercícios para o corpo e para a mente, devendo na sua execução serem enfatizadas a atenção e imagem, ajudando também a cultivar uma mente alerta.
Cinco regras do Yijinjing
As cinco regras tradicionais do Yijinjing são:
Quietude: como a água do lago reflete a lua, um espírito calmo permite que a energia mova-se dentro do corpo
Lentidão: movimentos lentos são necessários para flexionar os músculos profundamente até sua extensão máxima, mobilizando o Qi e Xue
Extensão: cada movimento deve ser levado a seu limite, sem forçar
Pausa: o melhor resultado vem da espera e de manter o alongamento por um tempo mais longo
Flexibilidade: os membros e o tronco devem ser alongados de modo que o sangue e a energia possam circular, proporcionando flexibilidade.
A respiração durante a prática
As orientações sobre a respiração durante a prática de Yijinjing são controversas.
Algumas fontes insistem em acompanhar os movimentos com uma respiração inversa profunda, forçada, a fim de desenvolver a vitalidade.
Outras fontes, entre elas Robert W. Smith (em seu artigo sobre o tema no J.A.M.A. em 1996), sugerem que há diferenças entre a orientação sobre a respiração nas linhagens do norte e do sul da China.
Em seu trabalho sobre "A respiração no Taiji e em outras artes marciais" (Breathing in Taiji and other fighting arts), Smith analisa praticantes veteranos de Taiji, os textos clássicos desta arte, e também lutadores experientes, constatando que o tipo mais adequado de respiração para as finalidades relacionadas às artes marciais e à saúde fica entre a respiração abdominal clássica e um respirar lento, inconsciente. Pode também haver momentos de explosões repentinas (Fajing), típicos de artes marciais em seus golpes mais duros.
Referências
Bibliografia
Dr. Dahong Zhuo, “A Ginástica Chinesa”, Editora Record, 2ª Edição.
Dr. Cho Ta Hung, “Exercícios Chineses para a Saúde”, Editora Pensamento, 10ª Edição, 1995
Timothy Tung, “Wushu”, Círculo do Livro.
Dr. Yang Jwing-Ming, "Muscle/Tendon Changing and Marrow/Brain Washing Chi Kung: The Secret of Youth"