Henrique de Meneses, capitão de Tânger
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Nascimento
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1490
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Morte
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1536
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Cidadania
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Reino de Portugal
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Ocupação
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diplomata
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Distinções
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- Comendador da Ordem de Cristo
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Henrique de Meneses (c. 1490 - depois de 1536) Comendador de Azambuja,[1] de Azinhaga e Idanha a Velha (Ordem de Cristo), Senhor de Aveiras, Governador da Casa do Cível de Lisboa, Cavaleiro do Conselho de D. João III (1518), Capitão de Tânger. Embaixador em Roma.
Tânger
Filho do capitão de Tânger, D. João de Meneses, e irmão de outro capitão de Tânger, D. Duarte de Meneses, D. Henrique "Homem enérgico e austero", foi nomeado a este posto uma primeira vez, em1501? segundo D. Fernando de Menezes,[2] por pouco tempo, em substituição de seu pai governador, por este se ausentar, sendo quase logo substituído por Rodrigo de Castro, o de Monsanto.
Vem a sêr uma segunda vez, capitão de Tânger, em substituição de seu irmão D. Duarte, nomeado Governador da Índia, em 1521. Assim o descreve Pedro de Mariz no seu Diálogo de Vária história:[3]
"porque succendolhe na Capitania a Dom Duarte de Menezes, seu irmão Dom Henrique de Menezes: ainda, que era estudante, Philosopho,& Theologo, deu de sua pessoa tão notáveis mostras em cavallaria, que não foy pequena a honra,que á sua nobreza então acrescentou; sendo tão animofo,& acelerado em os cometimentos, que em tudo queria ser o primeiro. Delle se conta, que sabendo, que o Alcaide de Tetuão (Almendarim), pessoa famosa em armas havia de correr a Tânger, elle o esperou fora da cidade três dias, no fim dos quaes parecendolhe, que já o Alcaide não viria, começou de se recolher: & ainda o não tinha feito de todo, quando o Alcaide assomou cõ muy brava companhia. Mas Dom Henrique lhe sahio ao encontro cõ tanto animo,& valentia, que apesar do seu ferro, o fez retirar, quasi desbaratado, deixando no campo muitos mortos, cativos, & feridos. Mas não foy tão barato o recontro, que não custasse muito sangue."
Apenas ocupará a capitania durante esse ano.
Em 1513, tinha estado com D. Jaime, duque de Bragança, na conquista de Azamor.
Embaixada em Roma
Embaixador de D. João III a Roma, obteve, em 1536, a bula que estabelecia a Inquisição em Portugal.
Dados genealógicos
Tinha casado com Beatriz de Vilhena, chamada a Perigosa, filha de Rui Barreto, alcaide-mor de Faro e capitão de Azamor, e de Branca de Vilhena.[1]
Teve como filhos:
Notas
- ↑ a b c d El gran diccionario historico, o Miscellanea curiosa de la Historia Sagrada y profana, a costa de los libreros privilegiados, 1753, p. 389
- ↑ História de Tânger durante la dominacion portuguesa, por D. Fernando de Menezes, conde de la Ericeira, etc. traduccion del R. P. Buanaventura Diaz, O.F.M., Misionero del Vicariato apostólico de Marruecos. Lisboa Occidental. Imprenta Ferreiriana. 173
- ↑ Pedro de Mariz: Diálogos de Vária história. Em coimbra, Na Officina de António de Mariz. MDLXXXXVIII (1598) p. 320, (mas marcada 318), ou p. 399 na edição de 1674, Lisboa, por Craesbeeck de Mello
- ↑ Litterae quadrimestres ex universis, praeter Indiam et Brasiliam, locis in quibus aliqui de societate Jesu versabantur Roman missae, tomus primus (1546 -1552), matriti 1894
Bibliografia
- António Maria Falcão Pestana de Vasconcelos: Nobreza e Ordens Militares. Relações Sociais e de Poder (séculos XIV a XVI) vol. II. Porto 2008
- Pedro de Mariz: Diálogos de Vária história. Em Coimbra, Na Officina de António de Mariz. MDLXXXXVIII (1598)
- História de Portugal – Dicionário de Personalidades” (coordenação de José Hermano Saraiva), edição QuidNovi, 2004
- Bernardo Rodrigues: Anais de Arzila, Coimbra — Imprensa da Universidade — 1919