Em 1045, Haroldo Godwinson foi nomeado Conde da Ânglia Oriental e, nesta posição importante na hierarquia inglesa, apoiou os esquemas de seu pai contra os nobres normandos, que então detinham a maior influência sobre o rei. Por volta de 1051 foram ambos exilados por cerca de um ano, mas depressa recuperaram as suas terras. Em 1053, Haroldo sucede a Goduíno como conde de Wessex e torna-se a segunda figura da política inglesa.
Haroldo alcançou fama como militar, em 1063, ao derrotar o rei de Venedócia, Gruffydd ap Llywelyn, que dominava o País de Gales. Gruffydd seria morto pouco depois, por seus próprios homens. No início de 1066, Haroldo, apesar de já ser casado pelo ritual dinamarquês com Edite Swannesha, casou-se com a viúva de Gruffydd, Edite de Mércia.
Em 1065, Haroldo apoiou a rebelião em Nortúmbria contra o seu irmão, Tostigo. A atitude valeu-lhe a confiança de Eduardo o Confessor mas destruiu sua relação com o resto da sua família. Tostigo fugiu então à Noruega, onde se juntou ao rei Haroldo III, numa aliança que se haveria de provar fatal para ambos.
Eduardo o Confessor morreu em 5 de janeiro de 1066, sem deixar descendente. Haroldo foi então eleito seu sucessor e coroado no dia seguinte, 6 de janeiro, como Haroldo II. Mas essa eleição não teve apoio unânime. Na Normandia, o duque Guilherme preparava-se para invadir a Inglaterra. Não seria ele o único a ter essa ideia: na Noruega, o rei Haroldo III e Tostigo também se preparavam para fazer exactamente o mesmo.
Haroldo II Godwinson decide então enfrentar os noruegueses em primeiro lugar e dirige-se para o norte do país. A 25 de Setembro, em Yorkshire, na batalha de Stamford Bridge,[4] Haroldo derrota o seu irmão e o rei da Noruega, que morrem durante os confrontos. Três dias depois, chegam as notícias da Invasão Normanda encabeçada por Guilherme da Normandia, com cerca de 7000 soldados. Haroldo não perde tempo e ordena a deslocação imediata do seu exército para o sul do país. A marcha forçada que se seguiu foi extremamente eficiente pois cobriu uma distância de cerca de 400 km em menos de duas semanas. Causou, no entanto, uma extrema fadiga nos homens de Haroldo, o que seria importante no decurso dos acontecimentos.
Por cerca de vinte anos, Haroldo foi casado segundo o costume dinamarquês (prevalecente no leste da Inglaterra desde a conquista viquingue do século IX), com Edite Swannesha (também conhecida, por um equívoco na tradução para o inglês, como Edite Swanneck ou Pescoço de Cisne [6] ). Esse rito, que permitia a poligamia, não era reconhecido pelo clero católico, embora fosse amplamente aceito no meio leigo. Com Edite, Haroldo teve os seguintes filhos:
Por volta de janeiro de 1066, Haroldo, já casado com Edite Swannesha, casou-se com a viúva de Gruffydd ap Llywelyn (c. 1007 - 1063/1064), Edite de Mércia (1025 - 1086), filha de Elfgar (? -1062), conde do reino da Mércia, e de Elgiva. Edite de Mércia teria tido os seguintes filhos (possivelmente gêmeos) com Haroldo:
Ulfo de Wessex (Chester, final de 1066; morto no exílio, c. 1098),
Haroldo de Wessex (Chester, final de 1066; morto no exílio na Normandia, c. 1087).
Após a morte do marido, Edite de Mércia teria buscado refúgio junto a seus irmãos, Eduíno de Mércia e Morcar da Nortúmbria. Os dois inicialmente se haviam submetido ao rei Guilherme mas posteriormente conspiraram contra o soberano, sendo que Eduíno foi traído e morto em 1071, enquanto Morcar morreu na prisão, em 1087.
Edite Swannesha, por sua vez, pode também ter fugido para outro lugar (possivelmente com a mãe de Haroldo, Gita, ou com sua filha, também chamada Gita).[6] Seus filhos Goduíno e Edmundo, fugiram para a Irlanda. Posteriormente invadiram Devon, mas foram derrotados por Brian da Bretanha.
Notas
↑Pode-se argumentar que Edgar, o Atelingo, que foi proclamado como rei pela witan, mas que nunca foi coroado, foi talvez o último rei anglo-saxão. Essa hipótese é apoiada por James Panton, em seu Historical Dictionary of the British Monarchy, que cita Edgar como o último rei anglo-saxão "ainda que apenas por nome". Entretanto, John Middleton, em World Monarchies and Dynasties dá o título a Haroldo.[1][2]
Middleton, John (2015). World Monarchies and Dynasties (em inglês). Londres: Routledge. ISBN1317451589
Panton, James (2011). Historical Dictionary of the British Monarchy (em inglês). [S.l.]: Scarecrow Press. ISBN0810874970
Szabo, John F.; Kuefler, Nicholas E. (2015). The Bayeux Tapestry: A Critically Annotated Bibliography (em inglês). Lanham, MD: Rowman & Littlefield. ISBN1442251565A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)