No futebol, gol olímpico (ou golo de canto, em Portugal) é o gol(o) marcado diretamente através de uma cobrança de escanteio/canto.[1] Por ser um chute sem ângulo, é um evento raro de acontecer, mas possível, bastando-se usar o vento contrário ou colocar um efeito na bola.[2]
História
Em junho de 1924, a International Board modificou o artigo 11 das regras do futebol, autorizando pela primeira vez que um gol fosse marcado em cobrança de escanteio. Logo que a modificação aconteceu, um jogador do Everton tentou ser mais esperto. Ao invés de cobrar o escanteio de forma direta, o pontaSam Chedzgoy saiu com a bola da lateral do campo e foi driblando até o gol, já que na regra não indicava que era proibido fazer isso. O incidente gerou uma mudança no artigo e, em agosto, foi imposta uma nova definição, afirmando que o jogador não poderia tocar na bola duas vezes consecutivas ao cobrar um escanteio.[3]
Em 21 de agosto de 1924, o escocês Billy Alston supostamente teria sido o autor do primeiro gol olímpico, conforme afirmam algumas fontes. Porém, a bola foi cabeceada por outro jogador antes de entrar no gol.[4]
O primeiro gol marcado diretamente de uma cobrança de escanteio foi marcado num jogo amistoso entre as seleções da Argentina e do Uruguai, em 2 de outubro de 1924. O autor do gol foi o atacante argentino Cesáreo Onzari e a sua equipe ganhou por dois a um. Os argentinos chamaram o gol de olímpico para ironizar a seleção uruguaia, que havia ganho o torneio da Olimpíada de Paris, em junho do mesmo ano.[5]
Apesar de a informação sobre a origem do termo "gol olímpico" constar de muitas publicações sobre a história do futebol, tanto no Brasil quanto no exterior,[6] alguns torcedores do Vasco da Gama divulgam uma versão diferente, ocorrida quatro anos depois do gol do Cesáreo Onzari: que o termo teria surgido após um amistoso entre o Vasco e o clube uruguaio Montevideo Wanderers, disputado em 31 de março de 1928 e que marcava a estreia dos refletores do estádio de São Januário. O ponta vascaíno Santana marcou o único gol do jogo direto de uma cobrança de escanteio, e ali teria nascido a expressão "gol olímpico".[7][8]
Em 1973, Pelé juntamente ao time do Santos realizaram diversos amistosos em lugares como Golfo Pérsico, África, Alemanha, Bélgica, França e Inglaterra; por fim, jogaram nos Estados Unidos contra o Baltimore Bays. Nesta partida, Pelé fez o único gol olímpico[9] de toda sua carreira.[10]
O ex-jogador sérvio Petković, que atuou em diversos times brasileiros, auto-intitula-se como o goleador mundial de gols olímpicos, com oito gols comprovados dessa forma.[11] O italiano Massimo Palanca relata em seu site ter marcado 13 gols desta forma.[12] Segundo o The Guardian, porém, o recorde absoluto de gols olímpicos pertence ao turco Şükrü Gülesin, que, segundo relatos, anotou 32 gols olímpicos ao longo de sua carreira.[13]
Normalmente, os gols olímpicos surgem após cobranças em que o jogador bate com a parte interna do pé, também conhecida por peito do pé. Porém, alguns jogadores já o fizeram com a parte de trás do pé, no chute conhecido por "trivela", ou "3 dedos". Exemplos:
Damián Díaz - Jogando pelo Barcelona de Guayaquil contra o Montevideo Wanderers pela Copa Sul-americana de 2022.
Fatos históricos
O argentino Aníbal Francisco Cibeyra anotou três gols olímpicos com a camisa do Emelec em três clássicos consecutivos contra o Barcelona de Guayaquil. A façanha, realizada em 1978, lhe valeu o apelido de "Louco dos Gols Olímpicos".[35]
Em 1953, o norte-irlandês Charliel Tully acertou um gol olímpico pelo Celtic (em partida contra o Falkirk). Porém, o árbitro mandou repetir a cobrança por considerar que a bola estava fora do arco localizado junto à bandeirinha. Tully fez nova cobrança e novamente o gol olímpico. Desta vez, porém, o gol foi validado.[35]