Quanto ao valor para o sustento dos soldados da conquista do
Pará em
1616 – 261 soldados no
Maranhão, e 210 soldados no Pará - num total de 16:840$920, uma advertência: não há elementos que garantam que estes recursos foram integral e efetivamente despendidos, já que a folha de
1616 – a de
1617 constitui uma cópia melhor elaborada - constituem muito mais um quadro do orçamento geral da despesa de todo o Estado. Além disto, são as únicas ao longo de todo o século XVII a trazerem informações sobre despesas com a conquista do Pará e do Maranhão. De despesas com a conquista do Maranhão só se voltou a falar com a ordem régia de 10 de novembro de
1623, que mandou que pela Provedoria da Fazenda Real de Pernambuco se fizesse o provimento das conquistas do Maranhão e Pará, com os sobejos do rendimento do Estado do Brasil, e que o governador nomeado do novo Estado do Maranhão e Grão Pará, Francisco Coelho de Carvalho, levasse daquela capitania para o Maranhão os necessários provimentos de gente, armas, munições e o mais que fosse preciso.
Segundo frei Vicente do Salvador, o montante a ser dado ao Maranhão era de 20.000 cruzados (8:000$000), a metade do valor supostamente despendido em 1615-1616. Nessa arrecadação o governador Francisco Coelho de Carvalho demorou-se dois anos em Pernambuco, partindo para o seu destino a 13 de julho de 1626. Deviam também correr pela Provedoria de Pernambuco os pagamentos do Ceará. Este fato permite apresentar um outro argumento: o de que os tributos que se lançaram para cobrir as despesas com o Maranhão não foram propriamente administrados pela Real Fazenda, mas fundamentalmente pelas câmaras de Pernambuco.
Esta situação foi mantida até o momento em que o
Conselho Ultramarino resolveu, em consulta de 25 de maio de
1630, que as despesas do Maranhão e Grão Pará passassem a ser feitas diretamente por Lisboa, em vista do estado da capitania, então ocupada pelos invasores holandeses.