O seu nome consta na relação dos fortes recuperados pelo Capitão-general dos Açores, Francisco António de Araújo e Azevedo, quando este determinou reparar as fortificações desta linha defensiva, entre os anos de 1818 e 1820.[3] Terá sido erguido com projeto e sob a direção do engenheiro militar, José Rodrigo de Almeida, ao tempo coronel de Milícias da Vila da Praia.[4]
A "Relação" do marechal de campo Barão de Bastos em 1862 localiza-o na vila da Praia da Vitória e informa:
"As muralhas precizão d'algumas reparações; o alojam.to está inabitavel, p. que d'elle só existem as paredes, as quais estão em bom estado; acha-se já approvado o compet.e orçamento, e não tem sido posto em execução por falta de meios pecuniários."[5]
Quando do Tombo de 1881 encontrava-se abandonado há mais de cinquenta anos e bastante deteriorado, para o que contribuíram os grandes canaviais que o circundavam por três das suas faces.[6]
No ano de 1885, ainda segundo documentos de retificação ao tombo anterior, tinha ocorrido a derrocada de parte dos merlões e das canhoneiras.
Hoje em dia encontram-se vestígios desta estrutura, junto à zona industrial do Cabo da Praia, sinalizados com uma bandeira em haste.
Características
Apresenta planta irregular, em alvenaria grossa argamassada, assente sobre barreiras, com uma área de 641 metros quadrados. Por se encontrar a alguma distância do mar, manteve-se relativamente preservado ao longo dos séculos.
Em seus muros rasgavam-se quatro canhoneiras. Era acedido por uma rampa, que também dava passagem à Casa da Guarnição e ao paiol.
Referências
↑JÚDICE, João António. Revista que fez... nos fortes e redutos que defendem a costa... desta Ilha Terceira. 1767.
↑No contexto da crise entre Portugal e Espanha em 1817, suscitada pela ocupação de Montevidéu na América do Sul, na tarde de 8 de junho de 1818, surgiu ao Norte da Terceira uma poderosa Armada com 97 navios de guerra e de transporte, o que levou a que os sinos das vilas da ilha tocassem a rebate, espalhando-se o pânico entre a população. Muitas famílias abandonaram as suas casas, ocultando os seus bens, o mesmo ocorrendo com alfaias litúrgicas e bens mais valiosos das igrejas e conventos. Imediatamente o Capitão-general Francisco António de Araújo procedeu à mobilização das gentes, dispondo a defesa do melhor modo possível dada a precariedade dos recursos. No dia seguinte, os navios aproximaram-se da costa, reunindo-se e alinhando-se como se quisessem investir sobre a ilha. Na madrugada do dia 10, entretanto, alguns deles já haviam se retirado, no que foram seguidos pelos demais, na tarde do mesmo dia, jamais se tendo sabido quem eram e a que haviam vindo. Essa foi a razão pela qual se procedeu a manutenção dos fortes da ilha nesse período (FARIA, s/d).
BASTOS, Barão de. "Relação dos fortes, Castellos e outros pontos fortificados que devem ser conservados para defeza permanente." in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. LV, 1997. p. 272-274.
DRUMMOND, Francisco Ferreira. Anais da Ilha Terceira (fac-simil. da ed. de 1859). Angra do Heroísmo (Açores): Secretaria Regional da Educação e Cultura, 1981.
FARIA, Manuel Augusto. "Plantas dos Fortes da Ilha Terceira". Atlântida, vol. LXV, 2000. p. 154-171.
FARIA, Manuel Augusto. "Ilha Terceira – Fortaleza do Atlântico: Forte de São José". in Diário Insular, s/d.
MOTA, Valdemar. "Fortificação da Ilha Terceira". in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. LI-LII, 1993-1994.
NEVES, Carlos; CARVALHO, Filipe; MATOS, Arthur Teodoro de (coord.). "Documentação sobre as Fortificações dos Açores existentes nos Arquivos de Lisboa – Catálogo". in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. L, 1992.
VIEIRA, Alberto. "Da poliorcética à fortificação nos Açores: introdução ao estudo do sistema defensivo nos Açores nos séculos XVI-XIX". in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. XLV, tomo II, 1987.