Para se descer a esta fajã é preciso enveredar-se pela Serra do Topo e seguir-se por um atalho estreito cavado na rocha que leva há volta duas horas a descer e três a subir.
Devido aos difíceis acessos os habitantes desta fajã eram praticamente auto suficientes. Alimentavam-se do que a terra lhes dava e viviam uma vida frugal, profundamente ligada à terra. As refeições mais comuns eram sopas de leite com pão de milho, caldos de hortaliças com enchidos e carne de porco, ovos frescos das galinhas e patos que andavam à solta, queijo e manteiga feitos em casa. Além disse, o mar, ali sempre presente fornecia parte importante da subsistência, fornecendo peixe variado e um dos mais importantes produtos da costa, a lapa.[1]
Apesar de a fajã do Salto Verde ficar numa zona de encostas altíssimas, o acesso ao mar foi sempre uma necessidade, ao contrário do que acontecia na vizinha Fajã de Entre Ribeiras. Ao longo dos anos o pescado mas frequente e foi a (Sparisoma cretense), o sargo, a Moreia o Moreão preto, entre todas as outras espécies que é possível apanhar na costa Norte de São Jorge. Também se apanhava muita lapa, caranguejo e outros crustáceos e moluscos.
Depois do relativo abandono a que esta fajã foi votada a natureza tem gradualmente ocupado o seu lugar, tornando-se variada levando a que a luxuriante Floresta Laurissilva típica da Macaronésia se tenha praticamente espalhado por toda a parte.
Uma curiosidade desta fajã é o facto de a partir do mês de dezembro e até meados do mês de fevereiro não haver sol direto nesta fajã, devido a ficar no sopé de um monte com a altitude de 750 metros que o encobre.[1]
Nesta fajã correm algumas ribeiras e também jorram várias nascentes.
Além das espécies mencionadas é ainda possível encontrar-se outras variedades de fauna e floramarinha em que convivem cerca de 87 espécies diferentes, sendo que é 9.3 o Índice de Margalef.