Apresentava-se como um edifício de grandes dimensões, construído junto à Rotunda da Boavista, no local onde foi posteriormente construída a Casa da Música.
Desde a sua construção até aos últimos anos antes da sua demolição, foi o ponto central do sistema de transportes públicos sobre carris do Porto, situando-se junto da Estação Ferroviária da Boavista.[1]
Foi edificada em 1874 para servir de sede e oficina da Companhia Carris de Ferro do Porto, que abriu ao serviço, em 14 de Agosto, a linha desde a Praça de Carlos Alberto até à Foz (Cadouços), via Boavista e Fonte da Moura.[2] No entanto, em 3 de Novembro de 1875 a estação da Boavista foi destruída num incêndio.[2]
Em 28 de Fevereiro de 1928, é novamente atingido por um incêndio, sendo 23 carros eléctricos, quatro atrelados e duas zorras perdidas, e seis carros eléctricos muito danificados. Foi posteriormente construída uma nova remise neste local, com novas oficinas, totalizando vinte linhas. Inicialmente, também se localizavam aqui as oficinas dos autocarros e troleicarros.[2]
Em 1988, com a redução dos serviços de eléctricos, a Remise da Boavista perdeu importância, passando a recolha a ser feita nas instalações de Massarelos; porém, as oficinas foram mantidas na Boavista, e foram aqui albergados os eléctricos fora de serviço,[2] tendo alguns sido aqui restaurados, para serem exibidos no Museu do Carro Eléctrico, em Massarelos.[3] Ainda foi utilizada para guardar os eléctricos de serviço entre Março a Julho de 1991, Junho a Novembro de 1998 e Fevereiro a Maio de 1999, devido a obras. Em Maio de 1998, foi aqui realizado um desfile de moda, no âmbito do festival Porto de Moda '98.[4] Em Agosto de 1999, este edifício foi evacuado e demolido, para ser construído, no seu lugar, a Casa da Música.[2]
↑ abcdeKERS, Ernst. «Boavista». Traduzido por Luís Almeida. The Trams of Porto. Consultado em 21 de Março de 2011. Arquivado do original em 6 de outubro de 2009
↑PORTAS, António (1994). «Museo de Massarelos». Maquetren (em espanhol). Ano 3 (24). p. 103
↑«Nos Trilhos da Estação». Público. Ano 9 (2999). Lisboa: PÚBLICO Comunicação Social S. A. Maio de 1998. p. 36