A partir do Sul, da Escrita Ibérica Meridional, surgiu, mais ao norte, a Escrita Levantina. Muito inovadora, pela introdução de uma série numerosa de novos caracteres, quase todos ligados à nasalização, como m’, a partir do u meridional, e m, como uma variante de n.
O seu valor fonético pôde ser recolhido a partir dos seus documentos mais importantes, as legendas monetárias através do trabalho de Gomez Moreno. Este investigador começou a sua abordagem pela legendas bilingues que, naturalmente, permitiam a identificação rápida de alguns signos. Assim, reconheceu os caracteres para CEL nas moedas da Colonia Iulia Celse, GIL, nas moedas de Edetania e SAETABI, nas de Xátiva. Passou de seguida às moedas de séries ibéricas que eram continuadas com moedas de semelhante tipologia mas com legendas latinas, o que permitiu recolher os caracteres para BILBILIS, SEGOBRIGA e CLOUNIOQ. Prosseguindo ainda mais longe nesta sua análise, Gomez Moreno acabou por obter uma leitura relativamente consensual para os valores fonéticos destes caracteres. Observemos por fim, que o autor identificou vários sons que nos signos silábicos se revelam imprecisos, nomeadamente B e P, T e D e, por fim, K e G.
A Escrita Levantina pode ser subdivida em duas variantes utilizadas durante os séculos IV e III a.C.: Uma empregue a norte do rio Ebro, e conhecida como sistema Catalão (ou dual); e uma segunda, usada mais a sul e conhecida como sistema Edetiano. Depois do século III a.C., o sistema Catalão deixou de ser utilizado, permanecendo apenas o sistema Edetiano.
Bibliografia
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