De origem suíça-alemã, Elise Hensler era filha de Johann Friederich Conrad Hensler e de sua esposa, Louise Josephe Hechelbacher e nasceu em La Chaux-de-Fonds, em Neuchâtel.[1]
Aos doze anos, emigrou com a família para Boston, nos Estados Unidos, onde recebeu uma cuidadosa educação. Amante das artes e das letras, terminou os seus estudos em Paris. Ao longo dos anos, tornou-se fluente em sete idiomas.
Carreira
Após o término da sua educação, Hensler atuou no Teatro alla Scala, em Milão, Itália. No dia de Natal de 1857, em Paris, aos vinte e um anos, ela deu à luz uma menina, batizada Alice Hensler, cujo pai era desconhecido.
O casal gostava de se refugiar em Sintra, onde D. Fernando II tinha comprado o abandonado Mosteiro da Nossa Senhora da Pena. Deve-se o atual património florestal da serra de Sintra a D. Fernando II, que sempre foi apaixonado pela botânica, e à cumplicidade da condessa d'Edla. Como resultado, as plantações do Parque da Pena intensificaram-se por volta de 1869. Elise introduziu certas espécies arbóreas no parque, vindas da América do Norte. O rei e a condessa tiveram o apoio do cunhado americano de Hensler, o silvicultor John Slade.
No meio do parque, a condessa iniciou a construção do chamado Chalet (conhecido como "Chalet da Condessa"), que ela mesma projetou ao estilo das casas rurais norte-americanas. Mulher culta, dedicou-se com o marido ao patrocínio de vários artistas, entre eles o mestre Columbano Bordalo Pinheiro e o pianista Vianna da Motta.
Em 1999, o chalet da condessa d'Edla foi consumido por um incêndio, tendo reaberto ao público em 2011, depois de quatro anos de obras de recuperação.[2]
Últimos anos e morte
Em 1885, D. Fernando faleceu e, em testamento, deixou à sua viúva todo os seus bens, incluindo o Castelo dos Mouros e o Palácio da Pena, ambos em Sintra. Foi o rei D. Carlos I que, pagando 410 contos à condessa, conseguiu reaver os dois castelos para o Estado Português.
A condessa d’Edla recebeu, na morte, o tratamento e as honras de uma figura de Estado; a rainha D. Amélia e o deposto rei D. Manuel II mandaram o visconde de Asseca como seu representante, ao funeral.
Bibliografia
Teresa Rebelo, Condessa d'Edla : a cantora de ópera quasi rainha de Portugal e de Espanha. Lisboa : Alêtheia Editores, 2006 (ISBN 989-622-031-X).