Elia Dalla Costa foi o mais novo dos cinco filhos de Luigi Dalla Costa, um secretário comunitário, e Teresa Dal Balcon. Estudou no Seminário de Vicenza; depois, no Seminário de Pádua; e mais tarde, na Universidade de Pádua, onde se formou em Letras em 1897.[1]
Ordenado ao sacerdócio em 25 de julho de 1895, no Duomo de Schio, por Antonio Feruglio, bispo de Vicenza. Atuou temporariamente como pároco de Villaverla. Estudos posteriores, 1895-1897. Professor de letras no Seminário de Vicenza. Cura de Pievebelvicino; e mais tarde, em 1902, pároco de Pozzoleone. Nomeado pároco da igreja paroquial de Schio em 10 de novembro de 1910; permaneceu lá até 1922. Durante a Primeira Guerra Mundial, prestou serviços humanitários aos soldados feridos e cuidou das crianças órfãs, sendo condecorado no final da guerra com a Croce di Cavaliere della Corona d'Italia e com um Diploma do Ministero delle Terre.[1]
Foi nomeado pelo Papa Pio XI como bispo de Pádua em 25 de maio de 1923. Recebeu a ordenação episcopal no 2 de agosto seguinte, na catedral de Vicenza, por Ferdinando Rodolfi, bispo de Vicenza, tendo por principais co-consagradores Andrea Giacinto Longhin, bispo de Treviso, e Apollonio Maggio, bispo de Ascoli Piceno. Seu lema episcopal era Virtus ex alto. Foi instalado em 7 de outubro.[1][2]
Em nove anos de episcopado, ele restaurou cinquenta paróquias que haviam sido destruídas durante a guerra. Realizou duas visitas pastorais às 400 paróquias da diocese. Interessou-se pela decoração e manutenção dos vários cemitérios de guerra. Defendeu a Ação Católica, sobretudo em 1925 e 1931, contra as ameaças do regime fascista, que estava determinado a dissolver os clubes juvenis não governamentais.[1][3]
Também em Florença realizou pessoalmente quatro visitas pastorais às numerosas paróquias. Em 1933 celebrou o 1º Concílio Plenário Etrusco, onde foi legado papal, e em 1935 o seu 1º Sínodo Diocesano, seguido de um segundo em 1946. Realizou dois Congressos de Catequistas (1933 e 1940) e dois Congressos Eucarísticos Diocesanos (1937 e 1946). Construiu o Grande Seminário de Montughi em 1935. Ao fim da guerra, reconstruiu igrejas e reitorias destruídas ou danificadas, mas também cuidou da construção de novas igrejas.[3]
Durante a Segunda Guerra Mundial, Arcebispo Elia Cardeal Dalla Costa fez o máximo durante o bombardeio da cidade, pessoalmente e através dos párocos, para ajudar os feridos e para lamentar e enterrar os mortos. Também atuou para salvar a vida dos presos políticos. Depois da Libertação, interveio contra toda a violência e injustiça, a favor dos que foram objeto da purga antifascista.[3]
Quando da ocupação alemã, organizou uma rede de resgate de judeus na Itália central. Com a chamada Rede de Florença, abrigou clandestinamente em mosteiros e conventos em Florença e seus arredores vários judeus que tentavam escapar da deportação forçada, inclusive na própria residência episcopal.[4] Pediu a ajuda do campeão de ciclismo Gino Bartali, que transportou documentos falsos feitos em Assis para Florença, permitindo salvar muitos perseguidos.[5]
Em 2012, a organização Yad Vashem o nomeou como um Justo entre as Nações, pois mesmo sob risco de vida, ofereceu “refúgio a mais de 100 judeus da Itália e mais 220 de fora do país”.[1][5][4]