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Eleições estaduais na Paraíba em 1955
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3 de outubro de 1955 (Turno único)
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Candidato
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Flávio Coutinho
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Renato Bastos
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Partido
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UDN
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PST
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Natural de
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Pilar, PB
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Não disponível
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Vice
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Pedro Gondim
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Não havia
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Votos
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180.228
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19.251
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Porcentagem
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90,35%
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9,65%
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Resultado por município:
Flávio Coutinho (52 municípios) 50–59% (Santa Rita) 60-69% (2) 70-79% (Mamanguape) 80-89% (2) 90-100% (46)
Sem Informação (3)
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As eleições estaduais na Paraíba em 1955 aconteceram em 3 de outubro como parte das eleições gerais em nove estados cujos governadores exerciam um mandato de cinco anos. Neste caso foram eleitos o governador Flávio Coutinho e o vice-governador Pedro Gondim.[1][nota 1] Ressalte-se que o percentual obtido por Flávio Coutinho jamais foi superado na história paraibana.[nota 2]
Natural de Pilar, o médico Flávio Coutinho graduou-se em 1907 pela Universidade Federal da Bahia e exerceu sua profissão em Belém antes de retornar à Paraíba onde se estabeleceu como usineiro à frente da Usina Santa Rita. Correligionário de Epitácio Pessoa, foi prefeito de Itabaiana por breve período. Em 1924 foi eleito deputado estadual, porém renunciou ao ser escolhido segundo vice-presidente do estado no governo João Suassuna. Eleito deputado federal, teve o mandato extinto pela Revolução de 1930.[2] Durante o Estado Novo, integrou o Conselho de Administração e presidiu o Departamento Administrativo da Paraíba, a Associação Comercial do estado e o Sindicato da Indústria do Açúcar, o qual fundou. Prócer da UDN paraibana ao lado de José Américo de Almeida e Argemiro de Figueiredo, presidiu o diretório estadual da legenda e foi eleito deputado estadual em 1947 figurando como suplente de deputado federal no pleito seguinte. Eleito governador em 1955 para um mandato de cinco anos, licenciou-se do cargo para tratamento de saúde e por fim renunciou.[3][nota 3][nota 4]
A eleição para vice-governador foi decidida em prol do advogado Pedro Gondim. Nascido em Alagoa Nova e diplomado na Universidade Federal de Pernambuco em 1938, ingressou no PSD nos agonizes do Estado Novo elegendo-se deputado estadual em 1947, 1950 e 1954, mandato do qual se licenciou para assumir a Secretaria de Agricultura no governo José Américo de Almeida.[4] Eleito vice-governador na condição de candidato único em 1955, assumiu o governo em 1958 por conta da licença que o governador Flávio Coutinho solicitou para tratamento de saúde e foi governador interino até renunciar a fim de concorrer ao executivo estadual em 1960.[5][nota 5]
O advogado criminalista Renato Teixeira Bastos foi o candidato oposicionista,[6] pelo Partido Social Trabalhista, modesto partido de esquerda.[7][1] Sem possibilidades de vitória contra a poderosa coligação de Coutinho,[8] foi tido como uma opção de protesto.[7][9] Apesar disto, foi bem votado em João Pessoa (6.875 contra 12.369), Santa Rita (2.089 contra 2.977) e Mamanguape (1.940 a 5.276).[nota 6][10][11] Juntos os três municípios lhe renderam 10.904 votos, mais da metade do que recebeu ao todo: 19.251.[10] Como jurista, Renato Bastos esteve presente quando da instalação do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba, em 1945,[12] fazendo parte da composição do tribunal daquele ano.[13] Também atuou no jornalismo.[14] É nome de rua em João Pessoa. Conforme Marcus Odilon (2000), naquela eleição concorriam "dois grandes paraibanos".[15] Votos brancos foram 37.425 e nulos 2.859 (somados: 40.284), quantia considerada alta.[10]
Resultado da eleição para governador
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral houve 199.479 votos nominais (97,53%), 37.425 votos em branco (0,75%) e 2.859 votos nulos (1,69%), resultando no comparecimento de 239.763 eleitores.
Candidatos a governador do estado
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Candidatos a vice-governador |
Número |
Coligação |
Votação |
Percentual
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Flávio Coutinho UDN |
Ver abaixo - |
- |
UDN, PSD, PL, PSB |
180.228 |
90,35%
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Renato Bastos PST |
Não havia - |
- |
PST (sem coligação) |
19.251 |
9,65%
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Fontes:[1][16]
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Eleito
Resultado da eleição para vice-governador
Conforme mencionado acima, a eleição para vice-governador teve candidato único. Foram apurados também 56.890 votos em branco (23,74%) e 2.721 votos nulos (1,13%), resultando no comparecimento de 239.763 eleitores.
Candidatos a vice-governador
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Candidatos a governador do estado |
Número |
Coligação |
Votação |
Percentual
|
Pedro Gondim PSD |
Ver acima - |
- |
UDN, PSD, PL, PSB |
180.152 |
100%
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Fontes:[1][16]
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Eleito
Notas
- ↑ Os governadores eleitos em 1947 terminaram os mandatos junto com o presidente Eurico Gaspar Dutra, e a partir de então os estados de Alagoas, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte e Santa Catarina fixaram em cinco anos o mandato de seus governadores na ausência de uma vedação constitucional, sendo que Goiás aderiu à regra do quinquênio em 1960.
- ↑ Em toda a história o país, somente os 95,90% de Edmundo Macedo Soares no Rio de Janeiro em 1947 superam o percentual estabelecido por Flávio Coutinho.
- ↑ A cidade de Itabaiana mencionada nesta página é a que fica na Paraíba, não a cidade homônima que fica em Sergipe.
- ↑ O cargo de vice-presidente equivalia ao de vice-governador do estado.
- ↑ O governo interino de Pedro Gondim durou de 4 de janeiro de 1958 a 18 de março de 1960, assim o poder foi entregue ao deputado José Fernandes de Lima, presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, quando o governador Flávio Coutinho renunciou ao cargo meses depois.
- ↑ Rio Tinto pertencia a Mamanguape. Seria emancipado no ano seguinte.
Referências
- ↑ a b c d BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Eleições de 1955». Consultado em 24 de maio de 2024
- ↑ BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado Flávio Coutinho». Consultado em 13 de julho de 2017
- ↑ Redação (2 de agosto de 1960). «Governador da Paraíba renunciou. Primeiro Caderno, Política – p. 04». bndigital.bn.gov.br. Jornal do Brasil. Consultado em 24 de maio de 2024
- ↑ BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado Pedro Gondim». Consultado em 13 de julho de 2017
- ↑ Redação (20 de março de 1960). «Gondin (sic) deixou o governo da Paraíba com medo de que o titular viesse a morrer. Primeiro Caderno, Política – p. 05». bndigital.bn.gov.br. Jornal do Brasil. Consultado em 24 de maio de 2024
- ↑ Santana, Martha M. Falcão de Carvalho e Morais (1990). Nordeste, açúcar e poder: um estudo da oligarquia açucareira na Paraíba : 1920-1962. [S.l.]: UFPB
- ↑ a b MONTEIRO, José Marciano. "A política como negócio de família: os herdeiros e a força dos capitais no jogo político das elites da Paraíba (1985-2015)." (2016). UFCG. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/xmlui/handle/riufcg/122
- ↑ Octávio, José (2001). Sociedade e poder político no nordeste: o caso da Paraíba (1945-1964). [S.l.]: Editora Universitária, UFPB
- ↑ Odilon, Marcus (1965). Poder, alegria dos homens. [S.l.]: Gráfica "A Imprensa"
- ↑ a b c Octávio, José (1997). 1964: a dimensão global : (formação do movimento brasileiro de 64). [S.l.]: Editora Universitária
- ↑ Octávio, José (1996). História da Paraíba: lutas e resistência. [S.l.]: Editora Universitária
- ↑ História - 2ª Fase - Tribunal Memorial da Justiça Eleitoral Paraibana
- ↑ Renato César Carneiro. A Justiça Eleitoral da Parahyba: fragmentos de sua história (1945 a 2012).pdf
- ↑ Araújo, Maria de Fátima S. (1986). Paraíba, imprensa e vida: jornalismo impresso, 1826-1986. [S.l.]: Editora e Jornal da Paraíba
- ↑ Odilon, Marcus (2000). Flávio Ribeiro Coutinho. [S.l.]: A União Editora
- ↑ a b BRASIL. Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba. «Resultado das Eleições». Consultado em 16 de julho de 2017
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Em itálico as ocasiões em que não houve eleição direta para governador. |
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Artigos relacionados | |
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