A eleição municipal de Porto Alegre em 1985 ocorreu em 15 de novembro, como parte das eleições em 201 municípios em 23 estados brasileiros e nos territórios federais do Amapá e Roraima. Foi a primeira eleição da Nova República e a primeira onde os porto-alegrenses escolheram seu prefeito pelo voto direto desde Sereno Chaise em 1963. No presente caso, foram eleitos o prefeito Alceu Collares e o vice-prefeito Glênio Peres.[1][nota 1]
Nascido em Bagé, o advogado Alceu Collares formou-se em 1958 na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mas antes foi quitandeiro, jornaleiro, carregador e depois carteiro na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, presidindo a União dos Servidores Postais Telegráficos.[2][3] Eleito vereador em Porto Alegre pelo PTB em 1963, transferiu-se para o MDB quando o Regime Militar de 1964 outorgou o bipartidarismo através do Ato Institucional Número Cinco[4] e por esta legenda figurou como suplente de deputado federal em 1966, renovou o mandato de vereador em 1968 e foi eleito deputado federal em 1970, 1974 e 1978.[5] Quando o presidente João Figueiredo restaurou o pluripartidarismo em 1980,[6] Alceu Collares integrou a bancada original do PTB, mas quando o Tribunal Superior Eleitoral entregou a legenda para Ivete Vargas, seguiu para o PDT sob a liderança de Leonel Brizola.[2][nota 2] Derrotado na eleição para o governo do Rio Grande do Sul em 1982, elegeu-se prefeito de Porto Alegre em 1985.
Nascido em Lavras do Sul, o jornalista Glênio Peres trabalhou nos extintos Diário de Notícias e O Estado do Rio Grande, além de colaborar com O Pasquim e a revista Cadernos do Terceiro Mundo, cobrindo a deposição de Juan Domingo Peron, o julgamento de Régis Debray e a morte de Che Guevara, entre outros eventos. Eleito vereador pelo MDB de Porto Alegre em 1964, 1968, 1972 e 1976, sendo cassado no início deste mandato pelo presidente Ernesto Geisel com base no Ato Institucional Número Cinco [7] Recuperou os direitos políticos com a Lei da Anistia,[8] sancionada pelo presidente João Figueiredo, em 1979. Filiado ao PDT, candidatou-se a deputado federal em 1982, ficando na terceira suplência.[9] Eleito vice-prefeito de Porto Alegre em 1985, faleceu no exercício do mandato, em 27 de fevereiro de 1988, vítima de câncer.[10]
Resultados da eleição para prefeito
Foram apurados 564.461 votos válidos (93,62%), 16.062 votos em branco (2,66%) e 22.412 votos nulos (3,72%) totalizando 602.935 eleitores.
Eleito
Notas
- ↑ Capitais de estado, áreas de segurança nacional, instâncias hidrominerais, municípios de territórios e municípios criados até 15 de maio de 1985, realizaram eleições municipais no ano em questão, não havendo eleições no Distrito Federal e no Território Federal de Fernando de Noronha.
- ↑ Conforme o Ofício n.º L-007/80 publicado no Diário do Congresso Nacional (seção I, página 5.533) de 14 de junho de 1980, a bancada original do PDT era composta por doze membros: Alceu Collares, Aluízio Paraguassu, Antônio Morais, Arnaldo Lafayette, Eloy Lenzi, Genival Tourinho, Getúlio Dias, José Frejat, José Maurício, Lidovino Fanton, Magnus Guimarães, Murilo Mendes.
- ↑ Compareceram 602.935 eleitores (85,15%) havendo 105.127 abstenções (14,85%) totalizando 708.062 eleitores inscritos.
Referências
|
---|
Eleições municipais | |
---|
Ver também | |
---|