Na eleição de 2012, houve um total de comparecimento de 268.843 eleitores e 51.544 abstençoes no 1º turno, já no 2º turno, 262.225 eleitores e 58.162 abstencoes[5]. Ao todo, 320.387 diademenses estiveram aptos a votar, o que correspondia a 78,77% da população da cidade.
Uma das principais adversidades de Diadema, encontra-se na área da Educação. O município possui níveis de escolaridade abaixo da média do Estado de São Paulo. Segundo o Censo de 2010, Diadema possui taxa de analfabetismo de 4,4%, enquanto o Estado de São Paulo mantem a taxa em 4,3%. Em campanha,Lauro Michels afirmou pretender instituir cursinhos pré-vestibulares no município para jovens de baixa renda e também prometeu criar novas creches, inclusive creches 24 horas e abertas aos finais de semana[7].
O município também recebeu muitas criticas relacionadas à segurança, sendo em pesquisa apontada como área mais problemática[8]. Lauro Michels propôs em campanha algumas medidas a serem tomadas, entre elas, implementação de ronda escolar, programa de capacitação da Guarda Civil Metropolitana e monitoramento por alarme nas escolas e órgaos públicos.
Durante o segundo turno, Lauro Michels enfrentou dificuldades em sua campanha devido declaracoes de que sua candidatura era vazia e nao possuia propostas e de que sua ida ao segundo turno tinha sido através de mentiras e falsas acusacoes. No primeiro turno, o candidato Mario Reali entrou com uma representação judicial contra Lauro Michels, devido declaracao de que Mario Reali utilizava verbas do mensalao em sua campanha[8].
Constado no Sistema de Prestação de Contas Eleitorais (SPCE), Lauro Michels obteve um total de receitas e despesas em sua campanha de R$ 401.382,10 enquanto na prestação de contas de seu principal oponente Mario Reali, o valor é de R$ 3.038.165,39[9].
Pesquisas
1º turno
Uma pesquisa divulgada no dia 2 de setembro, pelo Ibope, apontava 21% das intenções de voto para Lauro Michels. Da data da pesquisa até a votação do primeiro turno, Lauro Michels dobrou a porcentagem apontada, indo para o segundo turno com 41,92% dos votos, contra 46,75% de Mário Reali.
Quase duas semanas antes da votação para o segundo turno, Lauro Michels já apontava em pesquisa, 10% a mais da intenção de votos em relação a seu concorrente, Mário Reali. .
Resultado do 1º turno da eleição para prefeito realizado no dia 7 de outubro de 2012, em ordem alfabética dos candidatos (apenas votos válidos). Entre os seis candidatos, foram para o 2º turno, Mario Reali (PT) com 46,75% dos votos e Lauro Michels (PV) 41,92% dos votos.[6]
Resultado do 2º turno da eleição para prefeito, realizado no dia 28 de outubro de 2012 em ordem alfabética dos candidatos (apenas votos válidos). Lauro Michels (PV) venceu com 60,44% dos votos, enquanto Mario Reali (PT) obteve 39,56% dos votos.[6]
Dos vinte um (21) vereadores eleitos, apenas quatro (4) eram em 2012 da base de Lauro Michles. Dez (10) vereadores foram reeleitos, sendo quatro (4) os que não obtiveram a reeleição: Marion Magali de Oliveira (PPL); o Pastor Edmilson (PMDB); o atual presidente da Casa, Laércio Soares (PC do B) e João Pedro Merenda (PPS);
Dentre os 21 vereadores, apenas duas mulheres foram eleitas. O PT foi o partido com o maior número de vereadores eleitos (6), seguido por PV e PR (quatro cada um), PSDB e PSB (dois cada um) e PMDB, PDT e PRB (eleito apenas um de cada partido). O vereador mais votado foi José Augusto (PSDB), que obteve 7.254 votos (3,10% dos votos válidos) mesmo enfrentando, na época, dois processos que poderiam enquadrá-lo na Lei da Ficha Limpa[12]. José Augusto, eleito Deputado Estadual em 1998 e 2006 e eleito, também, Prefeito de Diadema nas Eleições Municipais de 1988 pelo PT, posteriormente se candidatou ao cargo de Prefeito do município mais quatro vezes. Nas eleições de 2012 iria se candidatar novamente à Prefeitura entretanto como estratégia de seu partido atual (PSDB), projetaram como cabeça de chapa, a ex-vereadora Maridite Cristóvão de Oliveira, esposa de José Augusto enquanto ele, se candidataria ao cargo de vereador servindo como um potencial puxador de votos devido seu recall eleitoral em Diadema. Sua eleição também contribuiria para o PSDB formar uma bancada mais consolidada no Legislativo[13]. Em 2008, por exemplo, recebeu 80 mil votos em sua candidatura à prefeitura e em 2010, candidato à deputado estadual obteve 31,8 mil votos em Diadema, o maior número de votos na cidade.
Resultado da eleição para a Câmara Municipal de Diadema em 2012 por candidato[14]
Candidato
Número
Partido
Votos
Porcentagem
José Augusto
45678
PSDB
7.254
3,10%
Ronaldo Lacerda
13615
PT
6.237
2,66%
Vaguinho do Conselho
40789
PSB
6.043
2,58%
Márcio da Farmácia
43123
PV
4.966
2,12%
Orlando Vitoriano
13612
PT
4.637
1,98%
Dr. Ricardo Yoshio
2700
PDT
4.197
1,79%
Talabi
22600
PR
4.139
1,77%
Milton Capel
43630
PV
3.792
1,62%
Zé Antonio
13671
PT
3.654
1,56%
Cida Ferreira
15673
PMDB
3.548
1,51%
Josa
13616
PT
3.463
1,48%
Pastor João Gomes
10123
PRB
3.345
1,43%
Lúcio
43007
Pv
3.2244
1,32%
Célio Boi
40400
PSB
3.082
1,32%
Marcos Michels
43456
PSDB
2.618
1,12%
Zé do Dourado
45699
PSDB
2.574
1,10%
Vereador Maninho
13661
PT
2.415
1,03%
Lilian Cabrera
13610
PT
2.364
1,01%
Reinaldo Meira
22656
PR
2.258
0,96%
Zezito
22638
PR
2.98
0,94%
Luiz Paulo
22111
PR
2.145
0,92%
Reeleito(a)
Votos válidos
225.551
83,89%
Votos nulos
21.808
8,11%
Votos em branco
21.484
7,99%
Total
268.843
100%
Análise
De virada, Lauro Michels venceu a eleição para a Prefeitura de Diadema. Mesmo contando com nomes de peso apoiando a campanha de Mário Reali, como Alexandre Padilha, Fernando Haddad e Lula, o candidato não conseguiu a reeleição, interrompendo a hegemonia de 12 anos do PT no município[15]. A ida de Lauro Michels para o segundo turno surpreendeu a todos, uma vez que, um mês antes, em pesquisa divulgada pelo IBOPE, Lauro Michels encontrava-se com 21% da intenção dos votos enquanto Reali possuia o dobro da porcentagem.
Em um mês, Lauro Michels dobrou seu eleitorado, obtendo no resultado do primeiro turno uma diferença de apenas 5% do total de votos em relação ao primeiro candidato Mário Reali. Durante campanha, segundo pesquisa,[16] o índice de rejeição do governo de Reali cresceu de 24,3% para 30,8%, tendo 17,7% dos entrevistados classificado a gestão petista como péssima e 13,1% como ruim. Como justificativa para o aumento da taxa de rejeição, o mesmo aconteceu no mesmo mês em que iniciou-se o Julgamento do Mensalão no Supremo Tribunal Federal, abrindo oportunidade para que a oposição atrelasse Mário Reali e sua reeleição aos escândalos de seu partido.
Mais uma razão da crescente rejeição à Reali, foram as inúmeras críticas de seus oponentes em relação as falhas de gestão de seu governo, principalmente envolvendo a área da Saúde, assim como o fim da integração gratuita do transporte público, à falência da ETCD (Empresa de Transporte Coletivo de Diadema), à parceria da Saned (Companhia de Saneamento de Diadema) com a Sabesp e à falta de vaga em creches municipais.[16]
Tais fatores juntamente com a intensificação das campanhas de Lauro Michels nas ruas, ajudaram com que o candidato obtivesse sua eleição com 20% a mais dos votos válidos em relação a Mário Reali.
Na votação para a câmara, a desistência de José Augusto da candidatura da Prefeitura para concorrência à vereador, lhe rendeu o cargo com um dos maiores índices entre os candidatos aos Legislativo do ABCD. Sua vitória ajudou seu partido (PSDB) a ganhar mais força dentro da Câmara Municipal.